ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora
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circunferência <strong>de</strong> um círculo, <strong>de</strong> raio variável, e cujo centro se <strong>de</strong>sloca ao<br />
longo <strong>de</strong> um eixo a que o plano do círculo é perpendicular.<br />
A directriz po<strong>de</strong> apresentar também a forma <strong>de</strong> uma elipse, tendo como<br />
geratriz um círculo, uma elipse ou uma parábola, dando origem a cúpulas<br />
elipsoidais ou paraboloidais.<br />
Quando a base das cúpulas é um polígono quadrangular, ou com maior<br />
número <strong>de</strong> lados, a transição <strong>de</strong> uma para a outra superfície é feita por<br />
triângulos esféricos ou por trompas cónicas.<br />
Entre nós, as cúpulas, esquecidas por um largo período, foram retomadas<br />
no Renascimento e <strong>de</strong>senvolvidas, com novas formas, na época barroca.<br />
Eduardo Torroja assinala este facto da seguinte forma: “ A cúpula é outro<br />
dos elementos mais simples e melhor conseguidos da arte arquitectónica<br />
clássica. É a solução mais natural, mais simples, e, a par disso, a mais<br />
carregada <strong>de</strong> sentido técnico para cobrir uma área, sem suportes<br />
intermédios, com o mínimo <strong>de</strong> material. “ 29<br />
Dos diferentes tipos <strong>de</strong> cúpula que têm sido utilizados citam-se: como<br />
exemplo <strong>de</strong> falsa cúpula, o Túmulo <strong>de</strong> Atreu; como exemplo <strong>de</strong> cúpula<br />
esférica, o Panteão <strong>de</strong> Roma; como exemplo <strong>de</strong> cúpulas <strong>de</strong> tipo bizantino<br />
com triângulos esféricos, a Igreja <strong>de</strong> Santa Sofia <strong>de</strong> Constantinopla; como<br />
exemplo <strong>de</strong> cúpula alongada, a Catedral <strong>de</strong> Florença; como exemplo <strong>de</strong><br />
cúpula <strong>de</strong> geratriz elíptica, S. Carlo alle quatro Fontane, em Roma.<br />
Como a falsa cúpula se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar uma ancestral da cúpula, po<strong>de</strong><br />
dizer-se que a forma mais antiga <strong>de</strong> cúpulas tem directriz circular e geratriz<br />
parabólica.<br />
Vejamos a razão <strong>de</strong>sta forma em termos estruturais com a criteriosa<br />
observação <strong>de</strong> Eduardo Torroja: “ A sua forma inicial é a <strong>de</strong> planta circular<br />
com apoio em todo o contorno, e directriz alongada. Esta directriz é a mais<br />
a<strong>de</strong>quada a materiais não resistentes à tracção. Tem vantagens sobre a<br />
cúpula esférica porque esta apresenta tracção nos paralelos dos rins, e<br />
sobre a abóbada cuja cúpula é rebaixada, porque nesta as tracções<br />
29 Op. Cit., p. 128<br />
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