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ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora

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O novo espírito da época barroca é assim caracterizado por Bruno<br />

Zevi, em “ Saber ver a Arquitectura “: “... O barroco é a liberda<strong>de</strong> espacial,<br />

é a libertação mental das regras dos tratadistas, das convenções da<br />

geometria elementar e da estaticida<strong>de</strong>, é a libertação da simetria e <strong>de</strong><br />

antítese entre espaços interior e exterior.” 25<br />

Este espírito, leva a conceber os espaços mais fluidos, as pare<strong>de</strong>s<br />

ondulantes e em que tudo se conjuga para transmitir a sensação <strong>de</strong><br />

movimento, nota-se também nas coberturas dos edifícios. Estas para se<br />

adaptarem a espaços já não ortogonais tomam as formas mais diversas, <strong>de</strong><br />

que se salientam as abóbadas elípticas.<br />

De Francesco Borromini, um dos arquitectos barrocos que <strong>de</strong>ixou obra<br />

marcante, citamos, pelas suas superfícies curvas, a Igreja <strong>de</strong> S. Carlo alle<br />

Quatro Fontane.<br />

A cúpula <strong>de</strong>sta igreja é ornamentada com cruzes e hexágonos<br />

irregulares: “ S. Carlo alle quatro Fontane, tem soluções muito mais ousadas.<br />

Os pen<strong>de</strong>ntes não se apresentam como simples superfícies esféricas, mas<br />

sim como estruturas <strong>de</strong> auto suporte, constituídas pelos perfis <strong>de</strong><br />

enquadramento dos arcos duplos.” 26<br />

Sir Christopher Wren, encarregado <strong>de</strong> reconstruir um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

igrejas <strong>de</strong>struídas pelo gran<strong>de</strong> incêndio <strong>de</strong> Londres, apresentou soluções<br />

originais para todas elas, <strong>de</strong>stacando-se a que foi adoptada para a cúpula<br />

da Catedral <strong>de</strong> S. Paulo. Esta cúpula, se tivesse sido construída <strong>de</strong> pedra,<br />

teria necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s contrafortes para po<strong>de</strong>rem suportar todo o<br />

seu peso e os esforços originados. Por outro lado, a sua construção interior<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira não se ajustaria a um fecho em lanterna, especialmente se se<br />

preten<strong>de</strong>sse esta <strong>de</strong> alvenaria.<br />

A solução encontrada, para suportar a torre lanterna, sem se apoiar na<br />

cúpula exterior <strong>de</strong> pedra e na cúpula interior <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, foi construir uma<br />

25 Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitectura, Lisboa, Edições Arcádia, 2ª edição, 1977, p. 82<br />

26 Everard M. Upjohn / Paul S. Wingert / Jane G. Malher, História Mundial da Arte, nº 4 – Do<br />

Barroco ao Romantismo, Oxford, Oxford University Press, 1975, Livraria Bertrand, 1975, p. 17<br />

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