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ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora

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Apesar das vantagens que esta abóbada apresentava em relação à<br />

abóbada <strong>de</strong> berço, no que respeita à iluminação dos espaços, tinha, no<br />

entanto, alguns inconvenientes, a somar ao facto <strong>de</strong> ser igualmente<br />

pesada, que eram limitar a concepção dos espaços a módulos e não ter a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar a outros tipos <strong>de</strong> espaços.<br />

No séc. X produziram-se gran<strong>de</strong>s reformas nas or<strong>de</strong>ns religiosas, <strong>de</strong> que<br />

se <strong>de</strong>staca a Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Cluny, com consequências na arquitectura dos seus<br />

mosteiros, que foram alvo <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lações, para a<strong>de</strong>quação a um espírito<br />

<strong>de</strong> maior austerida<strong>de</strong> 18 .<br />

A transição do séc. XI para o séc. XII também <strong>de</strong>ixa vestígios nestes<br />

edifícios, especialmente ao nível das coberturas, pois são substituídos os<br />

vigamentos por abóbadas.<br />

Como apontamento <strong>de</strong> síntese po<strong>de</strong>mos referir, apoiando-nos em A.<br />

Fuschini, que o estilo Românico recebeu do estilo romano a disposição geral<br />

das fachadas, o nartece e a forma interior das igrejas: nave, transepto,<br />

absi<strong>de</strong>, trifório, cripta e altar. Recebeu do estilo Bizantino a abóbada, a<br />

cúpula, os pilares maciços e grossas colunas, pesados e variados capitéis,<br />

arcadas <strong>de</strong> volta inteira e os arcos geminados.<br />

Os construtores das abóbadas dominavam perfeitamente a técnica do<br />

corte da pedra obtendo talhes e ajustamentos perfeitos entre os diversos<br />

componentes dos edifícios e essa técnica continuou a aperfeiçoar-se, como<br />

po<strong>de</strong>mos constatar com os mestres da época gótica.<br />

Não po<strong>de</strong>, no entanto, esquecer-se que toda a arte dos mestres<br />

pedreiros, que contribuíram <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>cisiva para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do Românico e, <strong>de</strong>pois, do Gótico, colheu as suas técnicas <strong>de</strong> edifícios<br />

romanos ainda existentes 19 .<br />

É ainda na época românica que o cruzeiro se torna quadrado, em<br />

consequência da intersecção <strong>de</strong> abóbadas <strong>de</strong> berço ou <strong>de</strong> aresta, e a sua<br />

cobertura, prevendo as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iluminação, é feita por <strong>de</strong> uma<br />

torre que po<strong>de</strong> apresentar-se com formas poligonais ou circulares.<br />

18 J. Pijoan, História da Arte, Nº 4, (8 vol.), Lisboa, Publicações Alfa, S.A., 1972, p. 3<br />

19 Michael Raeburn , Architecture - An Illustrated History, p. 94<br />

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