ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora
ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora
ESTUDO DE SUPERFÍCIES CURVAS - Universidade de Évora
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A Sé <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, <strong>de</strong>dicada a Santa Maria, tal como todas as catedrais<br />
medievais do país, teve o início da sua construção primitiva situado cerca<br />
<strong>de</strong> 1186 39 , atribuindo-se os seus fundamentos ao bispo D. Paio.<br />
Sagrada no ano 1204, por D. Soeiro, presume-se, porém, que o edifício<br />
actual date <strong>de</strong> uma época posterior, cerca <strong>de</strong> 1280, e que tenha sido<br />
concluído ao redor <strong>de</strong> 1340. 40<br />
A Sé <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> é a maior das catedrais portuguesas, com um comprimento<br />
exterior <strong>de</strong> 80 metros. De largura ampla, 23,30 metros, tem também uma<br />
altura significativa, cerca <strong>de</strong> 19,05 metros na sua nave central.<br />
Certamente, inspirada na Sé <strong>de</strong> Lisboa 41 , apresenta, no entanto,<br />
características já protogóticas, tais como, as abóbadas <strong>de</strong> berço quebrado<br />
e a iluminação, mais profusa. 42<br />
A Sé tem sido <strong>de</strong>scrita quase sempre do ponto <strong>de</strong> vista da História da Arte<br />
e muitas <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>scrições, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> erudição, são <strong>de</strong> recorte literário<br />
excelente. Por esse motivo, não nos propomos enveredar por um caminho<br />
diferente da área em que trabalhamos e em que a nossa contribuição não<br />
po<strong>de</strong>ria ser muito significativa.<br />
Parece, no entanto, interessante observar como António B. Gromicho 43<br />
<strong>de</strong>u uma excelente i<strong>de</strong>ia numa palestra que realizou e foi publicada no<br />
Boletim “ Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> “ <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1943: “ A Sé, coroa condigna<br />
<strong>de</strong>sta urbes, rainha graciosa, fundada logo no começo da monarquia, fala-<br />
nos da conquista da cida<strong>de</strong> por Geraldo em 1165 ou 1166 com brasão<br />
altaneiro incrustado nos seus muros; <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>-nos à vista como a fé <strong>de</strong><br />
todas as gerações se traduziu em obras-primas e díspares; mostra-nos<br />
entrelaçados e por vezes confundidas as mais variadas escolas <strong>de</strong> arte:<br />
arquitectura romano-gótico, na estrutura geral, gótico puro no claustro do<br />
(séc. XIV), renascença do séc. XVI no côro, nos órgãos, na capela do<br />
39<br />
Pedro Dias, A Arquitectura Gótica Portuguesa, Lisboa, Editorial Estampa, 1994, p. 66<br />
40<br />
Virgolino Ferreira Jorge, Der Dom von <strong>Évora</strong> – Sein Stellung in <strong>de</strong>r Mittelalterlichen Architektur<br />
Portugals, Dissertação <strong>de</strong> Doutoramento, Freiburg, 1983, p.II<br />
41<br />
Jorge H. P. da Silva, Páginas <strong>de</strong> História <strong>de</strong> Arte, Lisboa, Editorial Estampa, 1986<br />
42<br />
Reynaldo dos Santos, Oito Séculos <strong>de</strong> Arte Portuguesa – História e Espírito, (2) (3 vol.), Lisboa,<br />
Empresa Nacional <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>, s/d, p. 30<br />
43<br />
Dr. António Bartolomeu Gromicho, Boletim nº 5, da Comissão Municipal <strong>de</strong> Turismo <strong>de</strong> <strong>Évora</strong>, “ A<br />
Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Évora</strong> “, “ <strong>Évora</strong> – Rainha da Arte e do turismo 1943, p. 37<br />
127