musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
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Sentimentos <strong>com</strong>o culpa, medo, impotência e que, <strong>em</strong> alguns casos, evolu<strong>em</strong><br />
para uma <strong>de</strong>pressão, po<strong>de</strong> prejudicar a relação afetiva entre a mãe e seu bebê. A situação<br />
<strong>de</strong> não sentir-se capaz <strong>de</strong> cuidar e assegurar proteção ao filho po<strong>de</strong> levar a mãe a reduzir os<br />
cuidados dispensados a ele. Muitas vezes, após a alta hospitalar, este sentimento<br />
permanece e a mãe não se sente capaz <strong>de</strong> cuidar do próprio filho, atribuindo estes cuidados<br />
à equipe hospitalar que trabalhou para a sua sobrevivência na UTI Neonatal.<br />
A impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o bebê viver fora <strong>de</strong> uma incubadora neonatal, distante<br />
<strong>de</strong> aparelhos, a privação <strong>de</strong> contato <strong>com</strong> a mãe, afetam a continuida<strong>de</strong> da relação <strong>de</strong><br />
intimida<strong>de</strong> e vínculo afetivo entre mãe e bebê. Isto po<strong>de</strong> afetar negativamente a relação<br />
mãe-filho e, também, o <strong>de</strong>senvolvimento bio-psico-social saudável da criança. De acordo<br />
<strong>com</strong> WIRTH (in: CARON 2000, p. 209),<br />
a relação íntima da dupla mãe-bebê é interrompida pelo trauma da<br />
hospitalização. Para amenizar os efeitos da interrupção é importante<br />
restabelecer o vínculo mãe-bebê, para isso é necessário que a mãe tenha<br />
no hospital um espaço acolhedor e protetor para que assim ela possa<br />
acolher e proteger o bebê (...) o sist<strong>em</strong>a hospitalar influi <strong>de</strong> forma direta<br />
ou indireta na qualida<strong>de</strong> da relação que está se estabelecendo entre a<br />
mãe e o seu bebê, a ponto <strong>de</strong> favorecer ou entravar o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação da dupla.<br />
Dentro da proposta <strong>de</strong> humanização das maternida<strong>de</strong>s, já exist<strong>em</strong> profissionais<br />
que trabalham na busca <strong>de</strong> oferecer um suporte <strong>em</strong>ocional para as <strong>mães</strong> e/ou família, a fim<br />
<strong>de</strong> favorecer a relação precoce entre mãe e bebê <strong>em</strong> uma UTI Neonatal.<br />
A partir do conhecimento <strong>de</strong> que o rompimento abrupto da relação mãe-bebê é<br />
causador <strong>de</strong> danos <strong>em</strong>ocionais no <strong>de</strong>senvolvimento da criança, e que os sentimentos<br />
presentes nas <strong>mães</strong> durante a hospitalização muitas vezes prejudicam o contato e<br />
envolvimento <strong>em</strong>ocional entre elas e seus filhos, será iniciado o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta<br />
pesquisa.<br />
O primeiro capítulo <strong>de</strong>ste trabalho apresenta o contexto físico e <strong>em</strong>ocional <strong>de</strong><br />
uma UTI Neonatal. No segundo capítulo é feita a fundamentação teórica através da<br />
apresentação da metodologia da pesquisa Clínico-Qualitativa (TURATO, 2003) e a relação<br />
entre a Teoria Psicanalítica e Musicoterapia. Estes estudos nortearão a discussão dos<br />
resultados obtidos, tratados no capítulo Resultados e Discussão.<br />
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