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musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

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instrumentos é a questão <strong>de</strong> que, o ato <strong>de</strong> tocar é uma forma <strong>de</strong> expressão e <strong>com</strong>unicação, e<br />

estas <strong>mães</strong> <strong>de</strong>monstraram que encontravam-se <strong>em</strong> um momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> tensão,<br />

apresentando bloqueio da produção musical voltada para a livre expressão.<br />

Em um momento posterior da pesquisa, tentei voltar a <strong>uti</strong>lizar os instrumentos<br />

quando já havia um grupo formado. Dei a consigna livre, <strong>de</strong> que as <strong>mães</strong> po<strong>de</strong>riam tocar<br />

algum instrumento conforme sentiss<strong>em</strong> vonta<strong>de</strong>. Novamente elas não mostraram interesse<br />

e não fizeram contato <strong>com</strong> eles. Acredito que esta questão po<strong>de</strong>ria ser trabalhada <strong>em</strong><br />

atendimentos musicoterápicos, porém, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> do curto t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> duração da sessão<br />

musicoterápica e do contexto muito rotativo do grupo, não tornou-se viável trabalhar isto<br />

<strong>com</strong> as <strong>mães</strong>.<br />

♦ O espaço terapê<strong>uti</strong>co promoveu indiretamente a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior <strong>com</strong>preensão e<br />

acolhimento da equipe <strong>de</strong> atendimento da UTI às <strong>mães</strong>.<br />

O <strong>de</strong>sbloqueio das <strong>em</strong>oções, aliado à diminuição da ansieda<strong>de</strong>, auxilia a mãe a<br />

manter contato <strong>com</strong> o filho verbalizando ou cantando no momento <strong>de</strong> visita à UTI<br />

Neonatal. Este <strong>de</strong>sabafo, apoiado por um suporte terapê<strong>uti</strong>co, favorece a confiança das<br />

<strong>mães</strong> na equipe <strong>de</strong> atendimento da UTI. A boa relação entre os pais e a equipe são peças<br />

fundamentais para a relação afetiva mãe-bebê. Havendo um bom entendimento e aceitação<br />

dos sentimentos <strong>de</strong> ambas as partes, o ambiente da UTI permanece mais calmo e a relação<br />

mãe-bebê é favorecida pela confiança mútua e melhor aceitação da realida<strong>de</strong>.<br />

♦ Durante as sessões <strong>de</strong> Musicoterapia, as <strong>mães</strong> conversavam entre si e <strong>com</strong> a terapeuta<br />

sobre os seus bebês, dando notícias <strong>de</strong> seu estado clínico.<br />

Foi possível observar que as <strong>mães</strong> se <strong>com</strong>oviam <strong>com</strong> o sofrimento <strong>de</strong> outra.<br />

Havia uma relação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação entre as <strong>mães</strong>. Às vezes ocorria <strong>de</strong> uma mãe transmitir<br />

força a outra ou, o choro <strong>de</strong> uma mãe ressoar <strong>em</strong> outra e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar seu choro ou outra<br />

forma <strong>de</strong> expressão. Algumas <strong>mães</strong> saíam mais fortalecidas ao ver<strong>em</strong> outra mãe<br />

enfrentando um probl<strong>em</strong>a mais grave <strong>com</strong> seu bebê. As <strong>mães</strong> diziam que, ter alguém <strong>com</strong><br />

qu<strong>em</strong> falar, que não faça parte da família, que não faça cobranças, as <strong>de</strong>ixavam aliviadas.<br />

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