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musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

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ebê apresentou uma evolução progressiva <strong>em</strong> seu estado clínico geral e, após um<br />

<strong>de</strong>terminado período, recebeu alta. Ao mesmo t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> outro mês da pesquisa, uma mãe<br />

mostrou-se extr<strong>em</strong>amente confiante na melhora da filha, porém, seu bebê adquiriu<br />

meningite e teve piora <strong>em</strong> seu estado clínico. Observei que esta mãe afastou-se dos<br />

atendimentos musicoterápicos e pu<strong>de</strong> notar, neste período, que ela conversava menos <strong>com</strong><br />

seu bebê na incubadora. Reações assim po<strong>de</strong>m ser prejudiciais ao vínculo mãe-bebê, pois a<br />

mãe se fecha ao envolvimento <strong>com</strong> o filho diante da ameaça <strong>de</strong> morte e ao resistir ao<br />

contato <strong>com</strong> a dor é levada a se afastar da ajuda terapê<strong>uti</strong>ca.<br />

♦ as <strong>mães</strong>, <strong>em</strong> sua maior parte, diziam estar muito ansiosas no início da sessão e, ao<br />

término, manifestavam estar mais aliviadas, tranqüilas, reconfortadas, menos ansiosas.<br />

A Musicoterapia atuou no alívio da ansieda<strong>de</strong> das <strong>mães</strong> a partir do momento<br />

que promoveu uma percepção interna aumentada nas mesmas, através da auto-expressão.<br />

Quando os sentimentos são difíceis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> <strong>com</strong>preendidos, <strong>de</strong>cifrados, provocam medo<br />

e ansieda<strong>de</strong>. No início dos atendimentos, muitas <strong>mães</strong> não tinham a percepção do próprio<br />

estado psico-físico. Certa vez, uma mãe manifestou-se após a sessão, dizendo que não<br />

estava se dando conta <strong>de</strong> <strong>com</strong>o a sua respiração estava presa: “há quanto t<strong>em</strong>po eu não<br />

respirava assim”. Depois, esta mãe sorriu e disse estar sentindo-se aliviada.<br />

O conhecimento das próprias sensações auxilia a pessoa a lidar <strong>com</strong> os<br />

aspectos psico-<strong>em</strong>ocionais. Segundo BESSA (2004, p.1), “o sentir leva-nos a pensar e, por<br />

conseguinte, leva-nos a agir”. As <strong>mães</strong> <strong>de</strong>scobriram a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar atitu<strong>de</strong>s para<br />

amenizar a ansieda<strong>de</strong> e para enfrentar o período <strong>de</strong> internação <strong>de</strong> seu filho, <strong>com</strong>o foi<br />

possível observar no relato <strong>de</strong> uma mãe que disse ter <strong>com</strong>eçado a cantar nos momentos <strong>em</strong><br />

que sentia angustiada. Algumas <strong>mães</strong>, tinham muita dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> dizer o que estavam<br />

sentindo quando iniciavam a Musicoterapia.<br />

♦ Mães que participavam dos atendimentos no dia <strong>de</strong> fazer a primeira visita ao bebê,<br />

choravam ao ouvir uma música ou ser<strong>em</strong> questionadas sobre seu estado <strong>em</strong>ocional. Ao<br />

final diziam estar mais aliviadas, mas ainda sentiam-se ansiosas para encontrar o bebê.<br />

As <strong>mães</strong> que participavam da Musicoterapia, no dia <strong>de</strong> fazer a primeira visita<br />

ao filho, diziam sentir-se ainda ansiosas <strong>em</strong> relação ao início e final do atendimento. Esta<br />

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