musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
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RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />
A partir da análise dos dados, apresentarei os resultados <strong>em</strong> tópicos, seguidos da<br />
discussão dos mesmos.<br />
♦ As <strong>mães</strong> colocavam-se <strong>em</strong> uma postura predominant<strong>em</strong>ente passiva durante os<br />
atendimentos musicoterápicos, apresentando pouca iniciativa <strong>de</strong> escolher músicas e<br />
trazer músicas para as sessões.<br />
A atitu<strong>de</strong> passiva das <strong>mães</strong>, durante os atendimentos realizados, está diretamente<br />
ligada ao estado <strong>em</strong>ocional das mesmas. A imposição da separação precoce do filho gera<br />
sentimentos que bloqueiam sua expressão e motivação. A ansieda<strong>de</strong> é provocada pelo<br />
momento <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a tensão que vivenciam diante do <strong>de</strong>sconhecido. Algumas <strong>mães</strong> diziam<br />
sentir opressão no peito, falta <strong>de</strong> ar, dor <strong>de</strong> cabeça, falta <strong>de</strong> apetite, vazio no peito. Estas<br />
sensações são alguns sintomas físicos da ansieda<strong>de</strong>. O medo, também presente nelas é um<br />
tipo <strong>de</strong> resposta a uma ameaça <strong>de</strong>sconhecida.<br />
Normalmente, o quadro clínico <strong>de</strong> bebês que se encontram <strong>em</strong> uma UTI<br />
Neonatal apresenta bastante instabilida<strong>de</strong>. Bebês pr<strong>em</strong>aturos são muito vulneráveis a<br />
infecções, pois seu sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> ainda não adquiriu maturida<strong>de</strong>. Recém-<strong>nascidos</strong><br />
que se encontram <strong>em</strong> uma UTI po<strong>de</strong>m estar muito b<strong>em</strong> <strong>em</strong> um dia e, no dia seguinte,<br />
apresentar um quadro infeccioso grave. Esta oscilação é gran<strong>de</strong> causadora <strong>de</strong> insegurança<br />
nas <strong>mães</strong>. No <strong>de</strong>correr da pesquisa, foi possível observar que <strong>de</strong>terminadas <strong>mães</strong><br />
apresentavam o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da negação. Inconscient<strong>em</strong>ente, elas negavam a real<br />
situação <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> morte do filho e, ao invés <strong>de</strong> manifestar sensação <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> ao<br />
ser<strong>em</strong> questionadas, apresentavam confiança excessiva. A negação, <strong>em</strong> alguns casos, é<br />
necessária para que a mãe não se afaste do bebê, uma vez que somente assim ela consegue<br />
estar visitando seus filhos na UTI Neonatal. O musicoterapeuta precisa estar atento e<br />
sensível a situação, para auxiliar <strong>mães</strong> que apresent<strong>em</strong> a reação <strong>de</strong> fuga da realida<strong>de</strong>.<br />
Muitas vezes, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> piora do bebê, estas <strong>mães</strong> não têm boas condições <strong>em</strong>ocionais<br />
para lidar <strong>com</strong> a frustração.<br />
Durante os atendimentos, uma mãe se mostrou <strong>com</strong> confiança excessiva. Ela<br />
acreditava, <strong>com</strong> toda a convicção, que o seu filho sairia b<strong>em</strong> do hospital e <strong>de</strong>monstrava<br />
isso <strong>com</strong> vivacida<strong>de</strong> e sorriso no rosto durante o atendimento. Isto <strong>de</strong> fato ocorreu, pois o<br />
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