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musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

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atendimento - dia 23/06/2004<br />

- quatro <strong>mães</strong> presentes, sendo que, uma <strong>de</strong>las estava <strong>com</strong> uma filha na UTI pediátrica, que fica ao lado<br />

da Neonatal. Esta mãe leu o cartaz da <strong>musicoterapia</strong> e quis participar, colocou para as outras <strong>mães</strong> que<br />

sua filha ali no hospital também era um bebê;<br />

- presença <strong>de</strong> uma mãe que estava no atendimento anterior (as outras estavam <strong>de</strong> alta);<br />

- conversa entre as <strong>mães</strong> sobre seus bebês;<br />

- silêncio após a conversa;<br />

- as <strong>mães</strong> disseram que não estavam ouvindo música naqueles dias e que, preferiam músicas mais<br />

calmas;<br />

- novamente as <strong>mães</strong> trouxeram a questão da proximida<strong>de</strong> <strong>com</strong> Deus;<br />

- duas <strong>mães</strong> foram chamadas para amamentar o bebê;<br />

- a movimentação das <strong>mães</strong> chamou muito a atenção das <strong>de</strong>mais presentes na sala;<br />

- silêncio;<br />

- a mãe que estava na sessão da s<strong>em</strong>ana anterior pediu que cantáss<strong>em</strong>os uma música para elas;<br />

- sendo perguntadas se havia alguma música que gostariam <strong>de</strong> ouvir, disseram que qualquer uma;<br />

- <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> algum t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> silêncio, a co-terapeuta que estava <strong>com</strong> o violão, cantou uma música<br />

chamada “Ninguém te ama <strong>com</strong>o eu”. No exato momento que ela cantou, uma mãe disse: “era essa<br />

que eu estava pensando”.<br />

- durante esta música, uma enfermeira levou até à porta <strong>de</strong> vidro da sala, a filha <strong>de</strong> uma mãe. Neste<br />

momento esta mãe <strong>com</strong>eçou a chorar;<br />

- outra mãe <strong>com</strong>eçou a chorar;<br />

- à medida que a música foi acabando, diminuindo o volume, as <strong>mães</strong> foram parando <strong>de</strong> chorar;<br />

- ao final da sessão disseram que foi bom estar ali.<br />

- * Música cantada neste atendimento: Ninguém Te Ama Como Eu (religiosa)<br />

A partir <strong>de</strong>sta data, os atendimentos passaram a ser realizados três vezes por<br />

s<strong>em</strong>ana (segunda-feira, terça-feira e sábado). Esta mudança permitiu a formação <strong>de</strong> um<br />

grupo <strong>em</strong> que algumas <strong>mães</strong> permaneceram participando dos atendimentos durante todo o<br />

período <strong>de</strong> internação <strong>de</strong> seus bebês. Passei a distribuir uma folha <strong>com</strong> letra <strong>de</strong> cantigas <strong>de</strong><br />

ninar, a fim <strong>de</strong> auxiliar a expressão das <strong>mães</strong>.<br />

atendimento - dia 28/08/2004<br />

alterações realizadas:<br />

- retirada dos questionários e termo <strong>de</strong> consentimento foi passado para o final do atendimento;<br />

- horário <strong>de</strong> início da sessão: 14:20;<br />

- duas <strong>mães</strong> presentes. Uma <strong>com</strong> um bebê <strong>de</strong> 3 meses e outra <strong>com</strong> um bebê <strong>de</strong> 7 meses (que estava há<br />

dois meses internado).<br />

- as <strong>mães</strong> disseram que gostavam muito <strong>de</strong> música, porém, não estavam ouvindo nada durante aqueles<br />

dias;<br />

- explicação sobre o trabalho e a importância <strong>de</strong>las expressar<strong>em</strong> o que estava sentindo;<br />

- perguntei a cada uma o que elas sentiam naquele momento. Uma mãe disse que era muito ruim e a<br />

outra <strong>com</strong>eçou a chorar;<br />

- confirmamos sobre a dificulda<strong>de</strong> daquele momento, e perguntamos se elas gostariam <strong>de</strong> se manifestar<br />

através <strong>de</strong> alguma música e elas disseram que não;<br />

- uma mãe disse que naquele momento se apegava muito à Deus;<br />

- perguntei a religião <strong>de</strong> cada uma. As duas eram católicas. Então pedi que a co-terapeuta tocasse e<br />

cantasse a música “Ninguém te ama <strong>com</strong>o eu”. Que havia sido cantada na última sessão e as <strong>mães</strong><br />

tiveram boa receptivida<strong>de</strong>;<br />

- No momento <strong>de</strong>sta música, uma mãe ficou <strong>de</strong> olhos fechados, cantando a letra baixinho, enquanto que<br />

a outra mãe, que estava a<strong>com</strong>panhada por uma filha <strong>de</strong> 4 anos, ficou <strong>de</strong> olhos abertos e chorando,<br />

enxugando as lágrimas <strong>com</strong> uma fraldinha <strong>de</strong> pano;<br />

(continua)<br />

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