musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
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meses, mas as <strong>mães</strong> não <strong>com</strong>pareciam às sessões <strong>de</strong> <strong>musicoterapia</strong>. Porém, ficávamos<br />
esperando as <strong>mães</strong> chegar<strong>em</strong> para a visita, e isto fez <strong>com</strong> que eu constatasse que <strong>em</strong> alguns<br />
períodos do mês, iam poucas <strong>mães</strong> para visitar seus filhos. Assim, entrei <strong>em</strong> contato <strong>com</strong><br />
as enfermeiras. Uma <strong>de</strong>las explicou-me que muitas <strong>mães</strong> eram do interior ou moravam <strong>em</strong><br />
bairros muito afastados do hospital e, <strong>com</strong> isso, tinham dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir todos os dias para<br />
visitar os bebês. Através <strong>de</strong>sta enfermeira, soube que sábado era o dia <strong>em</strong> que ia a maior<br />
parte das <strong>mães</strong>. Os atendimentos foram transferidos para sábado.<br />
Uma outra atitu<strong>de</strong>, mantida nestes dois meses, foi conversar <strong>com</strong> as <strong>mães</strong> que<br />
iam ao hospital no horário da visita à UTI Neonatal para apresentar o trabalho <strong>de</strong><br />
<strong>musicoterapia</strong>, convidá-las e saber se elas tinham interesse <strong>em</strong> participar. Muitas <strong>mães</strong><br />
falaram que não liam os cartazes fixados na pare<strong>de</strong>, pois entravam tão “atordoadas”<br />
(expressão <strong>de</strong> uma mãe, 16/06/04) para visitar o bebê que não prestavam atenção nos<br />
cartazes. Naquele momento, só se preocupavam <strong>em</strong> lavar as mãos e entrar para ver o bebê.<br />
Outras <strong>mães</strong> disseram que viram os cartazes, mas que, ao ver escrito “Musicoterapia”,<br />
pensaram que teriam que ouvir música, mas que não estavam querendo isto naquele<br />
momento.<br />
Com estes contatos, foi possível enten<strong>de</strong>r melhor a necessida<strong>de</strong> das <strong>mães</strong> e isso<br />
levou-me a r<strong>em</strong>anejar a metodologia <strong>de</strong> forma a ficar mais a<strong>de</strong>quada àquele hospitalar. A<br />
partir <strong>de</strong> sugestões das <strong>mães</strong>, reduzi a duração dos atendimentos <strong>de</strong> sessenta minutos para<br />
trinta minutos (das 14:30 às 15:00) pois, segundo elas, havia muita dificulda<strong>de</strong> para<br />
chegar<strong>em</strong> às 14:00 no hospital por causa do transporte ruim da cida<strong>de</strong> e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
ajustar a ida ao horário <strong>de</strong> uma carona.<br />
A partir <strong>de</strong>stas mudanças, os atendimentos voltaram a ser realizados. Mas<br />
mesmo <strong>com</strong> as alterações, não era possível montar um grupo, <strong>de</strong>vido à rotativida<strong>de</strong> das<br />
<strong>mães</strong> e à distância entre um atendimento e outro, não criando <strong>de</strong>manda para montar um<br />
grupo e um vínculo terapê<strong>uti</strong>co. Diante disso, entrei <strong>em</strong> contato <strong>com</strong> a musicoterapeuta<br />
Martha Negreiros, que realiza atendimentos musicoterápicos <strong>com</strong> <strong>mães</strong> no programa <strong>de</strong><br />
Musicoterapia no Aleitamento Materno Exclusivo (MAME), da Maternida<strong>de</strong> Escola da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro (UFRJ). Recebi a orientação para aumentar os<br />
atendimentos para três vezes por s<strong>em</strong>ana, visando possibilitar a formação do grupo e um<br />
maior a<strong>com</strong>panhamento da rotina e contato <strong>com</strong> as <strong>mães</strong>.<br />
Este conjunto <strong>de</strong> mudanças possibilitou a formação <strong>de</strong> um grupo, <strong>em</strong> que,<br />
mesmo <strong>com</strong> a rotativida<strong>de</strong>, houve a presença <strong>de</strong> <strong>mães</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período <strong>de</strong> internação do<br />
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