musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
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- Canto Corporal: mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> retroalimentação, <strong>em</strong> que o organismo influi nas<br />
<strong>em</strong>oções e as <strong>em</strong>oções no organismo. A música <strong>com</strong>o ativida<strong>de</strong> vibratória organizada,<br />
afeta o corpo <strong>de</strong> forma objetiva sobre as células e órgãos; e subjetiva, sobre as <strong>em</strong>oções.<br />
2.2.1 - A MÚSICA NO ESPAÇO TRANSICIONAL<br />
Os fenômenos sonoros estão presentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a vida intra-uterina até a morte e<br />
exerc<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> influência biológica e <strong>em</strong>ocional nos seres humanos. Antes do sexto mês,<br />
o bebê ouve os sons internos da mãe (batimentos cardíacos, inspiração/expiração,<br />
movimentos peristálticos, articulações, voz da mãe), sendo estes sons peças importantes<br />
para a manutenção do equilíbrio físico-<strong>em</strong>ocional do bebê. As alterações <strong>em</strong>ocionais da<br />
mãe po<strong>de</strong>m, por ex<strong>em</strong>plo, provocar mudanças <strong>em</strong> sua freqüência cardíaca e respiração,<br />
<strong>com</strong> isso alterando também os sons do corpo, <strong>com</strong>o o andamento rítmico das batidas<br />
cardíacas e o aumento da intensida<strong>de</strong> do volume do som do ar passando pelas vias aéreas.<br />
Alterações <strong>com</strong>o estas transmit<strong>em</strong> sensações ao bebê, que po<strong>de</strong>m ser sensações <strong>de</strong> medo<br />
ou <strong>de</strong> segurança. Segundo BARCELLOS (1992, p. 11), “estudos <strong>com</strong>provam que o feto<br />
percebe, inicialmente através do corpo todo, isto é, através do seu sist<strong>em</strong>a tátil, e<br />
posteriormente já através do ouvido, sons e ritmos que faz<strong>em</strong> parte do universo corporal da<br />
mãe.”<br />
Winnicott, pediatra e psicanalista inglês, <strong>em</strong> reflexão sobre a vida intra-uterina<br />
do bebê, referindo-se à possibilida<strong>de</strong> significativa da percepção e registro dos sons<br />
corporais maternos pelo feto, afirma que:<br />
os batimentos cardíacos, a respiração, os ruídos produzidos pelo<br />
processo digestivo, e certamente a voz, são consi<strong>de</strong>rados <strong>com</strong>o presenças<br />
inevitáveis no incipiente sist<strong>em</strong>a sensório do feto. Tanto assim é, que ele<br />
diz ter observado bebês brincando <strong>de</strong> ‘acertar seu ritmo respiratório <strong>com</strong><br />
a frequência cardíaca (por ex<strong>em</strong>plo, respirando uma vez a cada 4<br />
batimentos cardíacos). Algum t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>pois é possível encontrá-lo (ao<br />
bebê) lidando <strong>com</strong> a diferença entre o seu ritmo respiratório e o da mãe,<br />
procurando talvez criar situações <strong>de</strong> relacionamento baseadas<br />
primeiramente numa respiração <strong>de</strong> frequência dupla ou tripla’.<br />
("Natureza Humana", pág. 168). (in: BOGOMOLETZ , 2000, p.1).<br />
Winnicott <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a idéia <strong>de</strong> que as pessoas carregam m<strong>em</strong>órias corporais do<br />
processo <strong>de</strong> nascimento. O bebê apresenta impulsos progressivos <strong>em</strong> direção ao nascer. Em<br />
um caso <strong>de</strong> parto <strong>de</strong>morado, por ex<strong>em</strong>plo, o bebê não é capaz <strong>de</strong> saber dos meios que<br />
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