musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

- Canto Falho 4 : quando ocorrem trocas de palavras, falhas, esquecimentos de
trechos ou letra das canções. Muitas vezes, o desejo inconsciente desencadeante da falha,
torna-se manifesto, inteligível.
- Canto como Prazer: o afrouxamento das defesas permite que o canto seja
mobilizador emocional e revelador de sentido, trazendo uma forma de satisfação. A
linguagem musical mostra-se com a interpretação de quem canta, à partir da ênfase no
ritmo, variações de andamento, tom, timbre de voz, demonstrando uma intenção
motivadora do cantar. “Isto é necessariamente ligado ao contexto onde o canto se insere,
seja por livre associação espontânea, seja por associação proposta pelo terapeuta” (idem, p.
98).
- Canto como Expressão de Vivências Inconscientes: as canções podem
permitir que conteúdos bloqueados se manifestem quando a pessoa não consegue traduzir
em palavras o que está sentindo. Muitas vezes, o cliente traz como “canções que não tem
nada a ver”, o que Millecco considera como sendo canções que mais falam da realidade do
cliente.
- Canto como Resgate: canções que remetem a situações vividas,
possibilitando o resgate de um momento passado. Em grupos de terceira idade, estas
canções funcionam como uma maneira de resgatar um pouco da auto-estima e fortalecer a
identidade dos idosos.
- Canto Desejante: canções que podem remeter a pessoa ao futuro,
expressando sonhos, devaneios. Através do conteúdo da música, podem ser informados
desejos de transformar o presente em algo mais prazeroso. Esta transformação pode
apresentar possibilidades concretas ou somente ilusórias de se acabar com os conflitos e
sofrimentos do presente.
- Canto Comunicativo: ocorre quando há diálogos entre terapeuta e cliente,
possibilitando expressão e comunicação. Quando este canto é intencional, pode haver uma
clarificação espontânea do desejo inconsciente, expressada através do ato de cantar. “Surge
nestes diálogos, o movimento dinâmico estabelecido através da associação livre”. (idem, p.
103).
4 Freud demonstrou que o Ato Falho diz respeito à formações de compromisso entre a intenção consciente do
sujeito e o recalcado (LAPLANCHE e PONTALIS, 1992, p. 44).
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