musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti
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“dragag<strong>em</strong> <strong>de</strong> drenos. WRIGHT e PRIESTLEY (in: RUUD, 2000, p.<br />
42)<br />
MILLECCO (2001, p. 92) <strong>de</strong>senvolveu a partir da experiência clínica, uma<br />
técnica musicoterápica chamada “músico-verbal”. Um dos critérios básicos estabelecidos<br />
nesta técnica é o experimento ou associação livre, que é feita quando o terapeuta canta,<br />
executa ou assobia canções trazidas pelo cliente, solicitando-lhe que, <strong>de</strong> olhos fechados,<br />
sonhe acordado ou <strong>de</strong>ixe fluír<strong>em</strong> livr<strong>em</strong>ente, imagens, idéias, <strong>em</strong>oções. Para CHAGAS (in:<br />
MILLECCO, 2001, p. 93), “o canto do terapeuta é o suporte para entrega por parte <strong>de</strong> seus<br />
clientes. Estes, regredindo <strong>em</strong>ocionalmente a fases primárias <strong>de</strong> sua vida, sent<strong>em</strong>-se<br />
protegidos pela canção trazida pelo terapeuta”.<br />
A música acessa e expressa transcendências humanas, <strong>de</strong> forma consciente ou<br />
pré-verbalmente. Segundo BION (in: SANDLER, 2002, p.1): “<strong>com</strong>o a relação<br />
transferencial efetuada pelos assim chamados psicóticos, o acesso musical às mais reais e<br />
<strong>de</strong>sconhecidas regiões do espaço-t<strong>em</strong>po mental é "tênue e tenaz"”.<br />
Exist<strong>em</strong> relações entre o modo psicanalítico e o modo musical <strong>de</strong> apreensão e<br />
penetração na realida<strong>de</strong> psíquica, que trata-se dos <strong>de</strong>sejos inconscientes, fantasias conexas<br />
as quais, para o sujeito, assum<strong>em</strong> valor <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> <strong>em</strong> seu psiquismo. Para que haja a<br />
apreensão do real, é necessário que ocorra uma penetração sensorial. A música mobiliza os<br />
sentidos. De acordo <strong>com</strong> BRUSCIA (2000, p. 109), “<strong>em</strong>bora pens<strong>em</strong>os a música <strong>com</strong>o<br />
uma forma <strong>de</strong> arte tipicamente “auditiva”, ela também produz estímulos motores, táteis e<br />
visuais, e nos proporciona oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r através <strong>de</strong>stes canais sensoriais”.<br />
TAYLOR e PAPERTE escrev<strong>em</strong> sobre as diversas teorias acerca dos efeitos<br />
da música no ser humano:<br />
a música, por causa <strong>de</strong> sua natureza abstrata, <strong>de</strong>svia o ego e controles<br />
intelectuais e, contatando diretamente os centros mais profundos, revolve<br />
conflitos latentes e <strong>em</strong>oções, trazendo-os à tona, e que po<strong>de</strong>m então ser<br />
expressos e reativados por meio <strong>de</strong>la. A música provoca <strong>em</strong> nós um<br />
estado que atua, <strong>de</strong> algum modo, <strong>com</strong>o um sonho no sentido<br />
psicanalítico. (in: RUUD, 1990, p. 39)<br />
A música po<strong>de</strong> ser usada <strong>com</strong>o uma ponte entre o mundo interno e o mundo<br />
externo, on<strong>de</strong> a realida<strong>de</strong> é <strong>com</strong>partilhada <strong>com</strong> as <strong>de</strong>mais pessoas. Segundo<br />
BOGOMOLETZ (2000, p.1),<br />
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