musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

1.5 - PAIS, BEBÊ E EQUIPE NA UTI NEONATAL
O papel da mãe nos berçários de recém-nascidos a termo e de baixo peso
mudou muito no último século. O francês Pierre Budin, no início do século passado, foi o
primeiro perinatologista que estimulava a participação da mãe nos cuidados do bebê e
permitia sua entrada em berçários. Budin escreve em seu livro The Nursling, em 1907, que:
“as mães, quando separadas dos filhos ainda muito pequenos, perdem todo o interesse por
aqueles que não puderam cuidar ou afagar”(BUDIN, in: KLAUS e FANAROFF, 1995, p.
139). Havia desde então uma consideração ao componente psico-afetivo que envolve esta
situação.
Em 1896, Martin Couney, aluno de Pierre Budin, criou a Kinderbrutanstalt,
que significa chocadeira de criança, onde eram colocados e criados os bebês prematuros.
Este invento, exposto em Berlim, obteve bastante sucesso clinicamente e, durante quatro
décadas salvou a vida de cinco mil prematuros. O método Couney e as medidas realizadas
para evitar as disseminação de infecções e a mortalidade infantil foram combinadas para
excluir totalmente as mães do interior dos berçários. Neste período, eram freqüentes as
ocasiões em que os médicos tinham que persuadir os pais a receberem seus filhos de volta.
Seguidores de Budin, do Sarah Morris Hospital em Chicago, no ano de 1923,
criaram um centro para tratamento de prematuros. Seguindo os preceitos de Budin, as mães
eram estimuladas a ordenhar o leite em casa e cuidarem dos bebês no hospital. Isto fez com
que, outras unidades criadas posteriormente estabelecessem padrões restritivos de
manipulação ao neonato e exclusão de visitantes, criando um ambiente isolado. Porém,
durante a Segunda Guerra Mundial, houve uma escassez de profissionais habilitados para
os cuidados aos recém-nascidos no Hospital Baragwanath, na África do Sul e, as mães
foram convocadas a permanecer no hospital, participando dos cuidados do bebê,
principalmente da alimentação de seus filhos. Esta inovação foi seguida de um nítido
declínio da mortalidade infantil. À partir da década de 40, foram sendo criados alojamentos
conjuntos para mães e seus bebês.
Em uma UTI Neonatal, os recém-nascidos estão entre a vida fetal e a vida
exterior. O bebê hospitalizado logo após o nascimento, lida com aspectos desorganizantes,
como diversos estímulos sensoriais intensos, dolorosos e, algumas vezes, nocivos a ele.
Alguns tratamentos podem estressar e causar dor aos bebês: coleta de sangue para exames,
punção de veias, aspiração de secreções, realização de radiografias e outros. Para bebês
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