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musicoterapia com mães de recém-nascidos internados em uti

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horas e dias <strong>de</strong> vida. Defendia-se que, este contato, sendo íntimo e <strong>de</strong>morado, po<strong>de</strong>ria<br />

alterar a qualida<strong>de</strong> dos laços afetivos entre mãe-bebê. À partir dos diversos estudos, foi<br />

possível observar a existência <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>com</strong>plexo e à “prova <strong>de</strong> falhas”, <strong>de</strong>stinado a<br />

assegurar a aproximação entre a mãe e o filho.<br />

Mantendo a mãe e o neonato juntos logo após o nascimento, há<br />

probabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> se iniciar a ação dos conhecidos mecanismos<br />

sensoriais, hormonais, fisiológicos, imunológicos e <strong>com</strong>portamentais que<br />

possivelmente ajudam a unir pais e filhos (KLAUSS e KENNEL in:<br />

KLAUSS et. al., 1995, p. 143).<br />

Winnicott criou o conceito <strong>de</strong> “Preocupação Materna Primária”, que trata-se <strong>de</strong><br />

um estado <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> aumentada, que é acentuada no <strong>de</strong>correr da gravi<strong>de</strong>z e dura por<br />

algumas s<strong>em</strong>anas ou meses após o nascimento do bebê. Isto acontece <strong>de</strong>vido a algumas<br />

mudanças fisiológicas ocorridas na mãe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período <strong>de</strong> gestação e que, gradualmente a<br />

torna mais sensível para mudanças psicológicas s<strong>uti</strong>s, que levam-na a prestar mais atenção<br />

<strong>em</strong> si mesma e no bebê que está se formando. Neste período, a mãe apresenta uma gran<strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>com</strong> seu filho, po<strong>de</strong>ndo sentir <strong>com</strong>o se estivesse no lugar <strong>de</strong>le,<br />

percebendo suas necessida<strong>de</strong>s corporais e egóicas para po<strong>de</strong>r atendê-las.<br />

O pós-parto gera na mulher uma condição regressiva i<strong>de</strong>ntificada <strong>com</strong> o bebê.<br />

O vínculo é estabelecido pelos cuidados dispensados ao filho e a relação recíproca e<br />

<strong>com</strong>pl<strong>em</strong>entar entre mãe-bebê. Em um caso <strong>de</strong> pr<strong>em</strong>aturida<strong>de</strong> e separação precoce, por<br />

internação <strong>em</strong> UTI, a continuida<strong>de</strong> da relação é abruptamente rompida. Este rompimento<br />

exige que a mãe realize um gran<strong>de</strong> esforço para se vincular ao bebê. Nesses casos, a<br />

relação recíproca entre mãe-bebê é interrompida pela necessida<strong>de</strong> da hospitalização. O<br />

nascimento pr<strong>em</strong>aturo ou a<strong>com</strong>panhado <strong>de</strong> doença leva a mãe a ter que fazer contato <strong>com</strong><br />

uma realida<strong>de</strong> para a qual ainda não está preparada. A mãe apresenta dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> se<br />

relacionar <strong>com</strong> a situação <strong>de</strong> quebra <strong>de</strong> um sonho e perigo da perda do filho. A situação <strong>de</strong><br />

internação <strong>de</strong> um bebê <strong>em</strong> uma UTI Neonatal gera na família, <strong>de</strong> um modo geral,<br />

sentimentos <strong>de</strong> fracasso, culpa, insegurança, medo, imaturida<strong>de</strong>, que influenciam<br />

diretamente a relação mãe-bebê e a vida na UTI Neonatal.<br />

Infelizmente...algumas <strong>mães</strong> abandonam bebês cujas necessida<strong>de</strong>s elas<br />

não satisfizeram e pelos quais per<strong>de</strong>ram todo o interesse. A vida do<br />

pequeno foi salva, é verda<strong>de</strong>, porém não às custas da mãe (BUDIN,<br />

1907, in: KLAUS e FANAROFF, 1995, p. 139).<br />

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