Estudo ... - Banco da Amazônia

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14.05.2013 Views

No Brasil, segundo o IBGE (2008), em 2008, o consumo per capita foi cerca de 4,03 kg/hab/ano. A Região Norte foi o grande destaque, cujo consumo per capita foi de 17,54 kg/hab/ano. O Estado do Amazonas foi o maior consumidor do Brasil, com 30 kg/ hab/ano. Os estados do Pará, Acre e Amapá, também, apresentaram consumo significativamente maior que o restante do país. Quanto ao consumo por faixa de renda, a tendência em todas as Regiões do Brasil é de que quanto maior a renda maior o consumo. A Região Norte, a qual possui consumo per capita extremamente elevado, é exceção a regra, já que o consumo per capita decresce com aumento da renda. A Região Norte é a terceira maior produtora de pescado do Brasil. Em 2009, o volume total produzido foi de 263,8 mil toneladas. Deste montante a pesca extrativa continental representou 49,54%, a pesca extrativa marinha 36,8% e a aqüicultura 13,66%. Os estados do Pará e Amazonas, em conjunto, somam 82,47% da produção regional. No Pará, Amazonas e Amapá a produção é altamente concentrada na pesca artesanal. Nos outros estados da região, cuja produção é residual, o destaque fica para a aquicultura. Não obstante a pesca extrativa responder por 86,34% da produção regional, sua estrutura, ainda, é pouco eficiente. No que tange as embarcações, predominam no litoral do Pará as de pequeno e médio porte com estrutura bastante rústica. No geral, o maior número de embarcações possui idade inferior a 10 anos. No entanto, quanto às embarcações industriais, aproximadamente, metade tem mais de 20 anos e já se encontra sucateada. Estas apresentam baixa rentabilidade, ocasionada pelos altos custos operacionais e pela queda no preço dos principais produtos gerados nesta atividade. Já nas embarcações artesanais a rentabilidade é mais equilibrada, embora a renda gerada seja menor e o pescador tenha maior dificuldade em controlar custos. Quanto à organização dos pescadores, as colônias constituem a forma de associativismo predominante na pesca regional. Estas, por sua vez, estão ligadas as federações e confederações, respectivamente, em âmbito estadual e federal. É fato, entretanto, que existe um grande número de pescadores que sequer estão cadastrados. Entre os cadastrados há dificuldades de mobilização para reunião e eventos importantes para o setor. Há, ainda, inadimplência de grande número de associados, o que contribui para a precária infraestrutura física destas colônias. Assim, o nível de organização e de integração social entre os pescadores está aquém do necessário para legitimar os anseios da classe, no tocante aos aspectos como linha de financiamento, assistência técnica, infraestrutura entre outras necessidades. No que tange a indústria pesqueira, seus principais pólos regionais localizam-se em Belém, Manaus e Santarém. As referidas empresas operam, principalmente, no mercado nacional e internacional. A maior parte da comercialização não é direta e acontece via revendedores e distribuidores que atuam no setor. Um importante problema da indústria MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA 43

pesqueira da Amazônia diz respeito ao abastecimento da matéria-prima, em consequência do período de defeso, da sazonalidade das espécies e a concorrência com outros mercados. Apesar do potencial pesqueiro da região, as principais espécies comercializadas já mostram sinais de sobre pesca. Assim, se por um lado existe enorme potencial pesqueiro na Amazônia, por outro, algumas espécie vem perdendo sua capacidade de suportar maiores pressões pesqueiras. Para amenizar a pressão sobre o recurso pesqueiro e regular o abastecimento de pescado para indústria, há necessidade de investimentos na piscicultura. A Região Norte possui boas condições naturais para o seu desenvolvimento acelerado, tendo em vista a grande disponibilidade de recursos hídricos, diversidade de espécies com valor de mercado, topografia e clima apropriado. No entanto, os setes estados da região contribuem com apenas 10,61% da produção aquícola nacional de água doce, sendo que os principais pólos regionais da produção estão precariamente integrados às indústrias de beneficiamento local. Para encontrar as microrregiões de maior expressão na produção de pescado na Região Norte calculou-se o Índice de Concentração Normalizado (ICN), utilizando as variáveis emprego, número de estabelecimentos e crédito FNO. Ressalta-se, contudo, a divergência entre as microrregiões especializadas, segundo a variável Crédito FNO, com as microrregiões especializadas, segundo as variáveis emprego e estabelecimento. Esta é uma tendência que pouco contribui para integração e fortalecimento da cadeia produtiva pesqueira regional, gerando, apenas, impactos restritos e direcionados aos mercados locais. MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA 44

No Brasil, segundo o IBGE (2008), em 2008, o consumo per capita foi cerca de<br />

4,03 kg/hab/ano. A Região Norte foi o grande destaque, cujo consumo per capita foi de<br />

17,54 kg/hab/ano. O Estado do Amazonas foi o maior consumidor do Brasil, com 30 kg/<br />

hab/ano. Os estados do Pará, Acre e Amapá, também, apresentaram consumo<br />

significativamente maior que o restante do país. Quanto ao consumo por faixa de ren<strong>da</strong>, a<br />

tendência em to<strong>da</strong>s as Regiões do Brasil é de que quanto maior a ren<strong>da</strong> maior o consumo.<br />

A Região Norte, a qual possui consumo per capita extremamente elevado, é exceção a<br />

regra, já que o consumo per capita decresce com aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>.<br />

A Região Norte é a terceira maior produtora de pescado do Brasil. Em 2009, o<br />

volume total produzido foi de 263,8 mil tonela<strong>da</strong>s. Deste montante a pesca extrativa<br />

continental representou 49,54%, a pesca extrativa marinha 36,8% e a aqüicultura 13,66%.<br />

Os estados do Pará e Amazonas, em conjunto, somam 82,47% <strong>da</strong> produção regional. No<br />

Pará, Amazonas e Amapá a produção é altamente concentra<strong>da</strong> na pesca artesanal. Nos<br />

outros estados <strong>da</strong> região, cuja produção é residual, o destaque fica para a aquicultura.<br />

Não obstante a pesca extrativa responder por 86,34% <strong>da</strong> produção regional, sua<br />

estrutura, ain<strong>da</strong>, é pouco eficiente. No que tange as embarcações, predominam no litoral<br />

do Pará as de pequeno e médio porte com estrutura bastante rústica. No geral, o maior<br />

número de embarcações possui i<strong>da</strong>de inferior a 10 anos. No entanto, quanto às embarcações<br />

industriais, aproxima<strong>da</strong>mente, metade tem mais de 20 anos e já se encontra sucatea<strong>da</strong>.<br />

Estas apresentam baixa rentabili<strong>da</strong>de, ocasiona<strong>da</strong> pelos altos custos operacionais e pela<br />

que<strong>da</strong> no preço dos principais produtos gerados nesta ativi<strong>da</strong>de. Já nas embarcações<br />

artesanais a rentabili<strong>da</strong>de é mais equilibra<strong>da</strong>, embora a ren<strong>da</strong> gera<strong>da</strong> seja menor e o<br />

pescador tenha maior dificul<strong>da</strong>de em controlar custos.<br />

Quanto à organização dos pescadores, as colônias constituem a forma de<br />

associativismo predominante na pesca regional. Estas, por sua vez, estão liga<strong>da</strong>s as<br />

federações e confederações, respectivamente, em âmbito estadual e federal. É fato,<br />

entretanto, que existe um grande número de pescadores que sequer estão ca<strong>da</strong>strados.<br />

Entre os ca<strong>da</strong>strados há dificul<strong>da</strong>des de mobilização para reunião e eventos importantes<br />

para o setor. Há, ain<strong>da</strong>, inadimplência de grande número de associados, o que contribui<br />

para a precária infraestrutura física destas colônias. Assim, o nível de organização e de<br />

integração social entre os pescadores está aquém do necessário para legitimar os anseios<br />

<strong>da</strong> classe, no tocante aos aspectos como linha de financiamento, assistência técnica,<br />

infraestrutura entre outras necessi<strong>da</strong>des.<br />

No que tange a indústria pesqueira, seus principais pólos regionais localizam-se<br />

em Belém, Manaus e Santarém. As referi<strong>da</strong>s empresas operam, principalmente, no mercado<br />

nacional e internacional. A maior parte <strong>da</strong> comercialização não é direta e acontece via<br />

revendedores e distribuidores que atuam no setor. Um importante problema <strong>da</strong> indústria<br />

MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA<br />

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