Estudo ... - Banco da Amazônia

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14.05.2013 Views

Diante desta dificuldade algumas soluções surgem, entre as quais, o manejo adequado da pesca das principais espécies comercializadas, resultando em ganho de produtividade da pesca. Em média, a produtividade em áreas sem manejo é de 26 kg/hec, enquanto nas áreas manejadas chega a 41 kg/hec. Como exemplo pode-se citar o manejo comunitário do camarão na região de Gurupá, no Estado do Pará, com o qual foi possível aumentar de 5,0 para 9,5 centímetros o tamanho do camarão. Destaca-se, ainda, como forma de amenizar a pressão sobre os recursos pesqueiros e manter o abastecimento da indústria, o investimento na piscicultura. Outra tendência é a promoção de espécies ainda não exploradas, com inovação contínua dos produtos e suas formas de apresentação, além do uso de tecnologias que diminuam a perda durante a captura e processamento, assim como, daquelas que possibilitem o aproveitamento da fauna acompanhante. Relativamente à tecnologia de processamento de pescado, algumas iniciativas vêm sendo desenvolvidas por institutos regionais, os quais tem apresentado resultados promissores, com obtenção de técnicas mais modernas e eficientes de salga, secagem e congelamento. Tratamento tecnológico tem sido aplicado, também, na transformação da pele de peixes em couro para fabricação de vestimentas, sapatos, cintos, bolsas e carteiras, dentre outros. Todos esses esforços representam importantes ações no fortalecimento do setor. É provável que os principais obstáculos à difusão destas técnicas estejam relacionados à falta de infraestrutura e equipamentos indispensáveis para uma produção em larga escala, assim como, incertezas quanto a abertura de novos mercados e garantia de lucratividade. Desta forma, a indústria pesqueira vem diminuindo sua lucratividade, o que a obriga buscar eficiência e criatividade, associando novas estratégias à diversificação de produtos e/ou mercados. Assim, o aumento da competitividade desta indústria passa pelo desenvolvimento de novos produtos (fishburger, defumados, triturados, empanados, marinados) e subprodutos do processamento do pescado (a exemplo do aproveitamento da barbatana e bexiga natatórias já exportadas por duas empresas em Belém), a inserção de novas espécies e expansão dos mercados. MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA 27

5 CONCENTRAÇÃO ESPACIAL DA PESCA E AQUICULTURA NA REGIÃO NORTE Até o momento, as análises conduzidas tiveram por objetivo apresentar a conjuntura do mercado do setor pesqueiro em âmbito mais geral. A partir deste ponto, o esforço é voltado para a avaliação da estrutura e dinâmica local do setor na Região Norte, visando traçar um retrato pormenorizado das realidades dos estados mais representativos. Para isso, apresenta-se o resultado do Índice de Concentração Normalizado (ICN) com o objetivo de identificar as microrregiões de maior expressão na produção de pescado. O ICN é um indicador de concentração espacial das atividades produtivas, cuja metodologia encontra-se descrita no apêndice metodológico deste trabalho. Os cálculos deste índice foram elaborados a partir do emprego formal e número de estabelecimentos indicados pela Relação Anual de Informações Sociais (BRASIL, 2009), do Ministério do Trabalho e Emprego, assim como, o crédito com recursos do FNO. A seguir, apresenta-se breve descrição dessas três variáveis: Emprego: esta variável revela a importância das atividades formais dos municípios no contexto da economia do estado. Mantém uma correlação forte com o capital humano e social, vez que representa o potencial para evoluir como atividade empresarial e estimuladora das cadeias produtivas~ Estabelecimento: mede a importância da atividade em foco na dinamização da economia local em relação à estrutura empresarial estabelecida em cada microrregião analisada. Crédito: o crédito é uma variável que deveria manter forte correlação com as duas variáveis anteriores, vez que sua aplicação deve ter como condição os locais onde há real potencial de desenvolvimento, indicadas pelas variáveis emprego e estabelecimento. A Tabela 7 e os mapas de 1 a 6, a seguir, destacam as microrregiões especializadas, conforme definido no apêndice metodológico. MERCADO E DINÂMICA ESPACIAL DA CADEIA PRODUTIVA DA PESCA E AQUICULTURA NA AMAZÔNIA 28

Diante desta dificul<strong>da</strong>de algumas soluções surgem, entre as quais, o manejo<br />

adequado <strong>da</strong> pesca <strong>da</strong>s principais espécies comercializa<strong>da</strong>s, resultando em ganho de<br />

produtivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> pesca. Em média, a produtivi<strong>da</strong>de em áreas sem manejo é de 26 kg/hec,<br />

enquanto nas áreas maneja<strong>da</strong>s chega a 41 kg/hec. Como exemplo pode-se citar o manejo<br />

comunitário do camarão na região de Gurupá, no Estado do Pará, com o qual foi possível<br />

aumentar de 5,0 para 9,5 centímetros o tamanho do camarão.<br />

Destaca-se, ain<strong>da</strong>, como forma de amenizar a pressão sobre os recursos pesqueiros<br />

e manter o abastecimento <strong>da</strong> indústria, o investimento na piscicultura. Outra tendência é a<br />

promoção de espécies ain<strong>da</strong> não explora<strong>da</strong>s, com inovação contínua dos produtos e suas<br />

formas de apresentação, além do uso de tecnologias que diminuam a per<strong>da</strong> durante a<br />

captura e processamento, assim como, <strong>da</strong>quelas que possibilitem o aproveitamento <strong>da</strong><br />

fauna acompanhante.<br />

Relativamente à tecnologia de processamento de pescado, algumas iniciativas<br />

vêm sendo desenvolvi<strong>da</strong>s por institutos regionais, os quais tem apresentado resultados<br />

promissores, com obtenção de técnicas mais modernas e eficientes de salga, secagem e<br />

congelamento. Tratamento tecnológico tem sido aplicado, também, na transformação <strong>da</strong><br />

pele de peixes em couro para fabricação de vestimentas, sapatos, cintos, bolsas e carteiras,<br />

dentre outros. Todos esses esforços representam importantes ações no fortalecimento do<br />

setor. É provável que os principais obstáculos à difusão destas técnicas estejam relacionados<br />

à falta de infraestrutura e equipamentos indispensáveis para uma produção em larga escala,<br />

assim como, incertezas quanto a abertura de novos mercados e garantia de lucrativi<strong>da</strong>de.<br />

Desta forma, a indústria pesqueira vem diminuindo sua lucrativi<strong>da</strong>de, o que a<br />

obriga buscar eficiência e criativi<strong>da</strong>de, associando novas estratégias à diversificação de<br />

produtos e/ou mercados. Assim, o aumento <strong>da</strong> competitivi<strong>da</strong>de desta indústria passa pelo<br />

desenvolvimento de novos produtos (fishburger, defumados, triturados, empanados,<br />

marinados) e subprodutos do processamento do pescado (a exemplo do aproveitamento<br />

<strong>da</strong> barbatana e bexiga natatórias já exporta<strong>da</strong>s por duas empresas em Belém), a inserção<br />

de novas espécies e expansão dos mercados.<br />

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