PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL Contrato CPRM- UFPA Nº
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4.1 Minerações<br />
Programa Geologia do Brasil – Folha Marajoara<br />
4. RECURSOS MINERAIS DA FOLHA MARAJOARA<br />
A partir de dados obtidos por levantamento bibliográfico e pelos trabalhos de campo deste projeto,<br />
foram cadastrados na Folha Marajoara as seguintes ocorrências minerais: uma de wolfrâmio, uma<br />
de ametista, uma de cristal de rocha, uma de sulfetos (pirita) e uma de granito em antiga pedreira<br />
desativada.<br />
4.1.1 Wolfrâmio<br />
As mineralizações de wolframita, conhecidas na localidade de Pedra Preta (Figura 4.1a, b),<br />
constam de um depósito que se hospeda em veios de quartzo encaixados em rochas do Grupo<br />
Andorinhas e estão relacionados ao Granito Musa, de idade mesoproterozóica. Ocorrem num<br />
campo filoneano que corta, em profundidade, a cúpula da fácies heterogranular da intrusão<br />
granítica, encaixando-se em metabasaltos e metarenitos da porção dominante sedimentar do<br />
Grupo Andorinhas, seqüência Lagoa Seca. O sistema filoneano é composto por um conjunto<br />
paralelo de veios de quartzo, apresentando um controle estrutural segundo N80ºW / 80°NE-SW.<br />
O minério é constituído pelos veios de quartzo e paredes das encaixantes recristalizadas,<br />
acompanhado de sulfetos, turmalina, muscovita, topázio e fluorita. A wolframita contém baixa<br />
relação manganês / ferro, o que permitiu classificá-la como ferberita, e a reserva total de minério<br />
bloqueada pelos trabalhos de pesquisa da <strong>DO</strong>CEGEO foi de 508.300 t com teor médio de 1,01%<br />
WO3 (Cordeiro et al., 1988).<br />
Segundo Rios (1995), quatro eventos hidrotermais estão relacionados à formação de veios.<br />
O primeiro, de origem metamórfica (precoce); o segundo, associado à colocação do plúton; o<br />
terceiro, associado à abertura tectônica das juntas, e, finalmente, o processo de oxidação do<br />
sistema, implicando na precipitação de wolframita e hematita.<br />
No trabalho de campo realizado em março de 2006, foi visitada uma cava da antiga mina de Pedra<br />
Preta (592273E/9163972N), atualmente em fase de reavaliação por sondagem rotativa, sob<br />
responsabilidade de uma empresa denominada INFOGEO, de Belo Horizonte, prestadora de<br />
serviços para o proprietário da área. No local, ocorrem veios de quartzo leitoso encaixados em<br />
rochas meta-básicas (?), extremamente intemperizadas, pertencentes à Seqüência Lagoa Seca.<br />
A estruturação principal é em torno de 120°, com mergulho de 40° SW. A wolframita ocorre em<br />
agregados associados aos veios de quartzo, com sericitização associada a fraturas finas cortando a<br />
rocha metabásica. O intenso fraturamento do pacote é decorrente de um estilo tectônico rúptil.<br />
A cava principal, hoje preenchida com água, tem aproximadamente 100 metros de extensão por 8<br />
metros de largura.<br />
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