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Nos anos 60 a arte brasileira mimetizou a nova figuração, o pop, a contracultura<br />
e outras mudanças, redirecionando posições e esfacelando alianças. Nessa altura, o<br />
Grupo Vanguarda também se encerrava como bloco. Mas os remanescentes do grupo<br />
não se recolherem, conformados em cumprir o roteiro de província, como “mestres” ou<br />
“clássicos” da modernidade campineira. Suas obras continuaram em circulação e<br />
puderam ser cortejadas com a produção de sua geração em atividades no mesmo<br />
período.<br />
Com o desaparecimento da Galeria Aremar, surgiram as galerias Girassol,<br />
Aquarela, Ateliê, Vera Ferro, além de outras de menor duração. Cumpriam o papel de<br />
favorecer o contato dos artistas entre si e com o público, incentivando timidamente um<br />
mercado de arte e o colecionismo. Também instituições como a Universidade Católica<br />
(Puccamp), a Universidade Estadual de Campinas (<strong>Unicamp</strong>), o Centro de Convivência<br />
Cultural e especialmente o Museu de Arte Contemporânea (MACC) ofereceram<br />
oportunidades de reencontro com os antigos integrantes do Grupo Vanguarda em<br />
exposições coletivas e individuais. O MACC promoveu uma exposição de Bernardo<br />
Caro (1984) e nas de Mário Bueno (2002), Thomaz Perina (2003), Francisco Biojone<br />
(2003) e Maria Helena Motta Paes (2004) uma visão ampla de suas carreiras. Sem<br />
ufanismo e com o visível profissionalismo curatorial (devido principalmente a Emerson<br />
Dionísio) demonstraram que estes artistas não podem ser considerados vencidos numa<br />
observação mais atenta do panorama das artes plásticas.<br />
Mas nem o reconhecimento institucional, nem a presença sempre generosa na<br />
mídia campineira repercutiram mais alto. Fernando Cocchiarale e Ana Bella Geirger,<br />
em sua pesquisa sobre a vanguarda brasileira, não mencionam o grupo de Campinas, e,<br />
de seus componentes, Geraldo de Souza é o único citado. Passa quase em branco no<br />
dois levantamentos da Arte Construtiva feitos por Aracy Amaral, não fosse pela<br />
biografia e uma obra de Raul Porto, registrado na Coleção Adolfo Leirner como um dos<br />
fundadores do Grupo, ao lado de Perina, Sacchi, Jürgensen e outros. Porto está<br />
igualmente solitário, sem os seus parceiros, no mapeamento dos anos 50 do Museu de<br />
Arte Contemporânea da USP para a web. Também o Projeto Arte Concreta Paulista,<br />
coordenado por Lorenzo Mammi para o Centro Universitário Maria Antonia da USP,<br />
em 2002, não vislumbrou o Grupo no “arquipélago da vanguarda”.<br />
Se houve ou não renovação em seu discurso; se apresentaram um sentido de<br />
maturidade ou de acomodação – são questões que só poderão ser clareadas com uma