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Dissertação - Unicamp

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Arte Contemporânea de Campinas foram oportunidades para mantê-los integrados no<br />

contexto da produção e da crítica. Sua interrupão, que atingiu também outros Salões,<br />

restabeleceu distâncias.<br />

Três dissertações de mestrado, nos anos 90, vão retomar a questão. Dulcimira<br />

Capisani Moreira da Silva tem o mérito de resgatar o tema pela primeira vez fora de<br />

Campinas com sua dissertação Grupo Vanguarda – 1958-1966 (Um estudo sobre as<br />

artes plásticas em Campinas). Ela inicia invocando Walter Benjamin, quando fala de<br />

olhar a história do ponto de vista dos vencidos, já que estes são a base da história para<br />

os vencedores. E estabelece: “Essa dissertação é uma análise da contribuição desses<br />

vencidos.”<br />

Lembra aspectos históricos, que vão da formação da cidade ao domínio do<br />

academismo, para chegar a modernização dos anos 50 e ao surgimento do Grupo<br />

Vanguarda. Reconhece que este foi “um movimento de artistas que tentou sair do<br />

periférico, romper distâncias e credenciar perante uma sociedade que não conseguia<br />

entender o processo de mudança nas artes.”. Mostra documentalmente o emprenho do<br />

Grupo em reverter essa situação por meio da divulgação de novas idéias e de<br />

exposições. Mas, afinal, constata o anonimato (“cavam a sua própria cova”), a que<br />

estariam condenados os artistas que pertencem à periferia do pólo Rio-São Paulo, apesar<br />

de receberem críticas de pessoas renomadas, participarem de exposições e ganharem<br />

prêmios junto a nomes que ficaram na história.<br />

O levantamento histórico sobre o Grupo não acrescenta muitos dados à revisão<br />

feita por ocasião do Projeto Vanguarda, porém destaca a produção poética e o papel de<br />

Alberto Amêndola Heinzl, geralmente ofuscado pela predominância dos artistas<br />

plásticos.<br />

A pesquisadora não incluiu em seu escopo questionar qualitativamente a<br />

produção do Grupo e o desdobramento da carreira de seus integrantes. Contentou-se –<br />

segundo suas próprias palavras – em “resgatar a memória, sendo esta a salvação da<br />

ruína, já que na memória está a construção e a transformação da história.” Seu trabalho<br />

dá um passo nessa direção, mas não entra no debate das contradições que pesavam<br />

sobre o destino do Grupo.<br />

Paulo Sérgio Barreto, em sua dissertação O caracol e o caramujo: artistas &<br />

cia. na cidade, retoma o tema. Analisando o Grupo e outras instituições culturais de

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