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Pode-se dizer que Perina refletiu essa “nova sensibilidade” na decoração do<br />
Centro de Convivência Cultural. Além disto, testou a tridimensionalidade em projetos<br />
de arte ambiental, como o que apresentou no I Salão de Arte Contemporânea de<br />
Campinas. Confessa que, apesar do prêmio recebido, foram experiências que não o<br />
empolgaram. DO Grupo Vanguarda, Caro foi quem avançou nos caminhos do novo<br />
realismo, do pop e de instalações. Também Biojone produziu, do final dos anos 60 aos<br />
meados de 70, algumas obras e intervenções com explicito propósito de desafiar o<br />
público e, nas entrelinhas, criticar o modelo político de repressão e censura. Mas, nos<br />
três casos, tratou-se de uma atitude conjuntural de opção por novas linguagens. E eles<br />
retornaram à tela.<br />
Depois de participar dos Grupos Vanguarda e Hoje, Pernia estabeleceu novas<br />
parcerias: com Dimas Garcia e Vanderley Zalocchi, com o Grupo Campinas Arte Hoje e<br />
com os Anacrônicos da Madrugada, que, a despeito dessa exótica denominação, reunia<br />
artistas do eixo São Paulo-Campinas-Ribeirão Preto-Piracibaca com dicção moderna,<br />
embora de gerações e estirpes diferentes. Entre eles, Mário Bueno, Bassano Vaccarini,<br />
José Antônio Van Acker, Ermelindo Nardin, Flávio Montemurro, Pedro Manuel,<br />
Eduardo Lima, Francisco Amêndola, Raul Porto, Ricardo Amadeo e Weimar Marchesi<br />
de Amorin. De 1980 a 1983 se dispuseram a uma autentica missão, com dez exposições<br />
no interior de São Paulo, em Minas e em Brasília.<br />
4.13. Acomodação ou marginalização?<br />
Instiga os pesquisadores o fato de artistas como Perina e seus companheiros do<br />
Grupo Vanguarda não terem alcançado fora do âmbito de sua cidade, notabilidade<br />
maior que a de genéricos registros em levantamentos da arte brasileira.<br />
A pesquisa realizada pelo Museu da Imagem e do Som de Campinas para o<br />
Projeto Vanguarda já se deparara com essa questão. Diante dos depoimentos dos artistas<br />
e seus arquivos, pareceu que o reconhecimento em sua localidade era a maior<br />
expectativa. Ainda que, como tática, fosse necessário marcar presença em outras praças,<br />
especialmente São Paulo, a meta era colocar Campinas no mapa das artes plásticas.<br />
Pensavam ter alcançado a concretização de seu objetivo quando da formação do Museu<br />
de Arte Contemporânea. Tão arrojados em sua cidade, pareciam ter certo pudor em<br />
instâncias externas, onde viria a ser árdua a conquista do espaço artístico. Os Salões de