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compostas com estopa e aparas de metal. Em 1959 ele compunha com redes de metal<br />
objetos (muitas vezes mobiles) de variada textura. Ele inovou não apenas pelo material<br />
inusitado, mas pela inventividade em suas aplicações. Além de esculturas e pinturas,<br />
com grande domínio da aquarela, produziu jóias e concebeu cenografias para a maioria<br />
dos espetáculos do Teatro do Estudante, do Teatro do Universitário e do Grupo<br />
Rotunda. Criou tapeçarias de couro, objetos de acrílico e pesquisou cerâmica. Participou<br />
da vida da cidade, abrangendo no seu campo de sensibilidade e competência as áreas de<br />
paisagismo, arquitetura, restauração e monumentos, como o dedicado ao Teatro, na<br />
Praça Correia de Lemos, ao lado do Teatro Castro Mendes.<br />
Graças ao empenho de seu irmão Adhemar, concretizou-se, após sua morte, a<br />
Fundação Geraldo Jürgensen, com sede no Jardim Guanabara, em Campinas,<br />
responsável pelo acervo por ele deixado, o que garante fontes de avaliação de seu<br />
trabalho por mais de trinta anos.<br />
4.9. Enéas Dedecca<br />
Enéas Dedecca (1923-2004) se engajou no GV em 1960, embora tenha formado<br />
com Thomaz Perina e Mário Bueno, desde o final dos anos 40, um grupo de<br />
“modernistas”. Foi quando alugou o casarão da Rua Luzitana, onde funcionou seu ateliê<br />
compartilhado por Perina e Bueno e outros artistas, “sem interferência de estilo de um<br />
sobre o outro”, como ele declarou.<br />
Destacou-se nos Salões de Belas-Artes de Campinas como um dos mais<br />
experientes acadêmicos. A partir de sua entrada no GV tornou-se um membro ativo,<br />
testando diversas técnicas, com preferência pela colagem. Em 1966, Mário Schenberg<br />
classificou suas colagens entra “as mais belas do Brasil”. Em seus últimos trabalhos,<br />
apresentados em exposição no Museu de Arte Contemporânea e no Centro de Ciências,<br />
Letras e Artes, no começo dos anos 90, recodificou em colagens obras de mestres da<br />
pintura que admirava, como Matisse, Degas e Picasso.<br />
4.10 Edoardo Belgrado<br />
Edoardo Belgrado (1919-1999), quando chegou ao Brasil em 1953 para<br />
trabalhas com decoração, engenharia e arquitetura, já trazia uma paixão pela fauna e