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À sua capacidade de organização e articulação muito deve o Grupo Vanguarda.<br />
Perina testemunha que, sem sua ação discreta mas efetiva, dificilmente os pintores<br />
modernos de Campinas iriam marcar presença conjunta no panorama artístico.<br />
4.7. Mário Bueno<br />
Das paisagens dos anos 50 aos signos dos anos 70, a trajetória de Mário Bueno<br />
(1919-2000) foi uma das mais originais e duradouras. Sem ter aderido ao concretismo,<br />
não se equivocou, porém, à sua “influência cultural”. Isto podia ser constatado na<br />
exposição de 190 obras suas reunidas pelo Museu de Arte Contemporânea de Campinas,<br />
em 1978. Fábio Magalhães notou, então, que a “demagogia é uma retórica ausente na<br />
obra de Mário Bueno. A inteligência de suas composições plásticas e o espírito de<br />
síntese demonstram reflexão, conhecimento e muito trabalho. O artista controla o<br />
processo.” Esse controle significou para ele não se entregar ao primeiro efeito, mas<br />
pesquisar persistentemente. A combinação de técnicas como a monotipia e a colagem<br />
dói uma constante em suas obras.<br />
Integrado a novos grupos e participando do movimento artístico da cidade,<br />
continuou produzindo até seus últimos anos. Uma auto-avaliação: “Eu continuava com<br />
meu abstrato meio figurativo. As figuras teimavam em entrar no espaço. Paralelo a isso,<br />
fazia o que chamo minhas divagações, meus devaneios, no papel e em monotipias.<br />
Meus navios, meus peixes, meus elefantes, algo mais descompromissado e que às vezes<br />
rendia algum dinheiro”.<br />
Em 2002, os artistas de Campinas realizaram a homenagem póstuma a Mário<br />
Bueno com a exposição Artes Plásticas – Panorama 2001/2002. O Museu de Arte<br />
Contemporânea de Campinas, em 2003, promoveu a mostra Mário Bueno – Crônicas,<br />
Notícias e Celebração dentro da séria Artistas de Sempre.<br />
4.8. Geraldo Jürgensen<br />
O que surpreendia inicialmente na escultura de Geraldo Jürgensen (1927-1987)<br />
era a coragem de utilização de materiais menos nobres. Na contramão das tradicionais e<br />
melosas decorações de Natal, havia levantado, em 1956, no largo do Teatro Municipal,<br />
um bastidor de tela de arame com cerca de dez metros de altura, onde as figuras eram