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cidade. Manifestações teatrais, concertos e exposições, ainda que de consumo muito<br />
reduzido, representaram as afirmações possíveis de resistência, numa época em que se<br />
combinavam a avalanche dos meios eletrônicos de informação e entretenimento com a<br />
propaganda dos governos militares, seu aparato censório e seus planos de ação cultural.<br />
3.6. “Pictórica”<br />
Os muitos compromissos nas áreas de decoração e cenografia não fizeram com<br />
que sua produção na pintura diminuísse nesse período. Viajou para os Estados Unidos e<br />
Argentina, onde os museus forma naturalmente pontos importantes de seu roteiro.<br />
Participou de várias exposições e se acenou uma participação, a convite de Waldemar<br />
Cordeiro, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (<strong>Unicamp</strong>). Não<br />
foi concretizada devido à morte prematura de Cordeiro, justamente quando desenvolvia<br />
experiências de “arte iônica”, que chegou a apresentar no Museu de Arte<br />
Contemporânea de Campinas.<br />
O convite de Cordeiro mostra um reconhecimento compartilhado também pelos<br />
que haviam formado o grupo concreto. Entretanto, faltou a Perina movimentação<br />
própria ou de outros agentes que levassem sua obra a um circuito mais amplo.<br />
Continuou sendo o artista de Campinas.<br />
Merecem registro dois momentos que o tiraram desse isolamento: a participação<br />
no Calendário Bosch: Arte Contemporânea de Campinas, 1954/1974, com exposição no<br />
Museu de Arte de São Paulo, em 1974, e a exposição individual no Salão Portinari, em<br />
São Paulo, dentro do projeto Artistas do Interior, promovido pela Secretaria de Cultura<br />
e Tecnologia do Estado, em 1978.<br />
No calendário de 1975 da indústria Robert Bosch do Brasil, o curador Olney<br />
Krüse, escolhido pelo Clube de Arte Moderna de Campinas, pretendeu uma mirada<br />
histórica nos últimos 25 anos, resgatando obras de Perina, Raul Porto, Mário Bueno,<br />
Maria Helena Motta Paes, Francisco Biojone, Bernardo Caro, Geraldo Jürgensen,<br />
Geraldo Souza, Enéas Dedecca – todos do Grrupo Vanguarda -, mais Lélio Coluccini,<br />
Lúcia Martini, J. Toledo, Alcindo Moreira Filho, Mário Levy e Egas Francisco.<br />
De Perina preferiu o pastel de 1952, A Conversa (p. 18), que considerou um dos<br />
momentos mais altos dessa técnica no Brasil. Daí referir que