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Dissertação - Unicamp

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viagem de Colombo lhe propiciavam construção de paisagens abstratas, atemporais, sob<br />

o efeito da luz.<br />

3.4. Centro de Convivência Cultural<br />

Em 1975, o Prefeito Lauro Péricles Gonçalves desejava concluir o Centro de<br />

Convivência Cultural de Campinas, abandonado havia alguns anos. Tratava-se de um<br />

complexo cultural, composto, externamente, por um teatro de arena e jardins e,<br />

internamente, por teatro, galerias de arte, restaurante e locais para sede da Orquestra<br />

Sinfônica Municipal e do Museu da Imagem e do Som. As galerias deveriam se<br />

constituir em “passagens para receber e respirar cultura!”.<br />

A arena externa já havia sido inaugurada em 1972 com a encenação de Hipólito,<br />

pelo Grupo Rotunda. Ao convidar Perina para criar o desenho do interior o Prefeito<br />

pediu-lhe uma “intervenção de impacto”. O artista procurou aproximar-se do conjunto<br />

arquitetônico de Fábio Penteado, preservando-lhe o sentido, com uma solução austera,<br />

mas suficiente para “humanizar o concreto”, segundo suas palavras. Perina relata:<br />

Quando o Lauro me convidou atendi a uma série de exigências. Ele queria um<br />

negócio luxuoso. Eu me neguei. Ele me mandou um recado: ‘Se você não fizer,<br />

eu recubro de duratex’. Era uma ameaça, mas ele queria mesmo que eu era<br />

neutra, nem luxo, me, pobre. Eu fiz uma linha de época, de faixas, etc., para<br />

não perder o concreto aparente. Para as galerias fiz uma pesquisa de galerias<br />

de arte. Eu sou pintor!... Eliminei a compartimentação, fiz painéis mais baixos<br />

(para não interferir no ambiente) que depois foram retirados. Como sempre<br />

fui apaixonado por fragmentos arquitetônicos, me propus utilizá-los na<br />

decoração. Queria os do Liceu de Arte e Ofícios, de São Paulo, mas, como<br />

não foi possível, acabei utilizando os do Otávio Papaiz. Esses fragmentos sem<br />

a pintura ficaram lindos, mas o Lauro não permitiu; queria austeridade no<br />

ambiente. A austeridade para mim era pintá-los em grafite.<br />

Os lustres para o saguão de entrada deviam atender ao impacto almejado pelo<br />

Prefeito e compensar – segundo anedota da época – o “complexo” que afligia os<br />

campineiros desde a derrubada do Teatro Municipal Carlos Gomes, onde era admirado<br />

em grande lustre de cristal sobre a platéia. Após pesquisas em indústrias de São Paulo,<br />

Perina escolheu bolas de vidro dentro das quais deveriam se encaixar lâmpadas

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