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figurativismo, o abstracionismo geométrico e informal predominante, e a nova figuração<br />
emergente e seus desdobramentos.<br />
A repetida eleição de Nogueira Lima, Sacilotto, Charoux e Judith Lauand para<br />
as comissões organizadoras, de seleção e premiação não escondia a estratégia<br />
concretista de manter e expandir território, e tinha certamente Cordeiro como<br />
inspirador. Mesmo a custo de aceitar soluções de compromisso com outras posturas<br />
estéticas. Aos concretistas deve o grupo Vanguarda divulgação e apoio. Com a Galeria<br />
Aremar se estabeleceu uma ponte com o meio artístico de Campinas. Indiretamente eles<br />
vieram a contribuir para que se organizasse na cidade o Salão de Arte Contemporânea,<br />
em 1965. Seu espírito militante e ímpeto polêmico repercutiam na interiorização de<br />
novos pólos das artes visuais.<br />
A presença do Grupo Vanguarda foi mais discreta nas Bienais, em cenáculo<br />
mais competitivo e de organização mais complexa (V. Participações de 1951 a 1971 no<br />
Anexo N). Raul Porto esteve na V, VII, VIII e IX mostras, mas foi na VIII e IX, mostras<br />
de 1965 e 1967, que suas obras puderam ser vistas comas de Bueno, Caro, Jürgensen,<br />
Motta Paes e Souza. Perina e Enéas Dedecca nunca foram selecionados.<br />
Realizadas nos primeiros anos da ditadura militar e palco de manifestações e<br />
protestos, as mostras de 1965 e 1967 coincidiam também, segundo Mário Pedrosa, com<br />
o “desenvolvimento vertiginoso de tendências e da dissolução cada vez mais radical das<br />
categorias artísticas”. Razão provável para o júri de seleção da VIII Bienal, do qual ele<br />
fazia parte, acolher amplamente artistas ligados ao concretismo, novos do realismo pop<br />
e da arte conceitual e até arte publicitária. A expansão dos processos se acentua na IX<br />
Bienal, acompanhada pelo agigantamento da mostra com representações de 71 países,<br />
critérios de seleção pouco claros e pouca inovação. O modelo da instituição era posto<br />
em cheque, coincidindo com um momento crítico da arte brasileira, que também foi<br />
momento de reavaliação para os membros do Grupo.<br />
2.8. Depois da Vanguarda: Os Salões de Arte Contemporânea<br />
A abertura do I Salão de Arte Contemporânea de Campinas, em 1º de setembro de 1965,<br />
assenta oficialmente na cidade o foro de modernidade das artes visuais. A iniciativa,<br />
patrocinada pela Secretaria de Educação e Cultura do Município, replicava um modelo<br />
central, o do Salão Paulista de Arte Moderna. Ações com o mesmo propósito iriam ser