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Dissertação - Unicamp

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Brito, encontrou na geometria seu campo de operação – “uma espécie de engenharia de<br />

processos de comunicação visual”. O resultado, visível nas experiências de Cordeiro,<br />

Nogueira Lima, Charoux, Fiaminghi, Sacilotto e outros no primeiro momento, são jogos<br />

rítmicos, seqüências visuais, efeitos óticos. Enfim, obras de precisão com base em<br />

tensões e relações especiais. Entre os artistas do Grupo Vanguarda, Raul Porto, com<br />

inequívoca vocação de designer, foi quem esteve inicialmente bem próximo desses<br />

modelos.<br />

O manifesto do Grupo Ruptura rendeu polêmica. Comentários de Sérgio Milliet<br />

foram replicados por Cordeiro, que indigitou um doa “hedonistas”, Cícero Dias, e<br />

recusou a crítica de Milliet como “puramente opinativa e eficiente apenas para os<br />

joguinhos políticos do mundanismo artístico”.<br />

Quando se formou o Grupo Vanguarda, já havia acontecido a I Exposição de<br />

Arte Concreta, que reunira os concretos paulistas e os cariocas vindos do Grupo Frente.<br />

Em 1959 deu-se a cisão, que culminaria com a publicação do Manifesto e a I Exposição<br />

Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Contra o reducionismo que<br />

lhe imputavam, Cordeiro já havia aberto propostas estabelecendo que o principal era “a<br />

compreensão da natureza sensível da geometria”. Esta compreensão estava subjacente<br />

nos trabalhos dos integrantes do Grupo Vanguarda, que denotavam, em explorações<br />

organizadas, timbres diversos de composição, como ele próprio pudera conferir, quando<br />

os apresentou na Galeria de Arte das Folhas.<br />

Mas as mudanças ganhavam velocidade. “A forma como processo construtivo e<br />

o papel ativo do espectador na arte de vanguarda dão o tiro de misericórdia na poética<br />

do objeto em si” – proclamava Cordeiro em 1963, no catálogo da exposição inaugural<br />

da Galeria Novas Tendências, que tentava reagregar militantes do concretismo, sem<br />

excluir alguns que, aliás, se mantinham dentro da ortodoxia geométrica. Aliás, foi essa<br />

curta associação, rompida em poucos meses com a saída de Cordeiro, Sacilotto e<br />

Nogueira Lima. Não consta que algum membro do Grupo Vanguarda tenha sido<br />

convidado para essa retomada.<br />

As trombetas teóricas começam a reverberar nas paredes de uma realidade social<br />

e política em crise, marcada, ao final, pelo golpe militar em 1964. Somaram-se<br />

influências exteriores retomando a figuração, e puseram-se em discussão e prática<br />

conceitos como os anunciados por Hélio Oiticica: “Vontade construtiva geral; tendência<br />

para o objeto ao ser negado e superado o quadro de cavalete; participação do

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