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com os artistas de São Paulo. A Galeria tornou-se mais um ponto de encontro, uma<br />
espécie de sucursal do movimento concretista. Raul cumpriu a dupla função de<br />
administrador da Galeria e divulgador do Grupo Vanguarda. Atento à produção dos<br />
companheiros e às informações do momento, promoveu contato com artistas e críticos e<br />
atraiu adeptos. Além disso, cuidou de produção visual em jornais, capas de livros,<br />
catálogos e programas de teatro.<br />
Entre 1958 e 1966 o Grupo Vanguarda totalizou 25 exposições coletivas (V.<br />
Anexo P) e tomou sua configuração final. Belgrado retornou à Europa, mas sempre foi<br />
considerado como um dos elementos importantes da formação; Geraldo Decourt e<br />
Ermes de Bernadi se desligaram logo no início; Sebastião Guimarães, Maria Aparecida<br />
Bueno de Melo e o fotógrafo Victor Fiegert participaram eventualmente como<br />
convidados; Bernardo Caro se integrou em 1965. Assim, foram considerados seus<br />
membros históricos: Perina, Mário Bueno, Edoardo Belgrado, Raul Porto, Francisco<br />
Biojone, Geraldo Jürgensen, Maria Helena Motta Paes, Franco Sacchi, Geraldo de<br />
Souza, Enéas Dedecca e Bernardo Caro. Teve parte na sua criação Alberto Amêndola<br />
Heinzl, que expôs seus poemas e atuou também, junto com J.A. Pereira da Silva, na<br />
elaboração de textos para os catálogos e divulgação na imprensa.<br />
Algumas de suas incursões marcaram presença pioneira da arte moderna, como<br />
em Poços de Caldas, selando um ponte com o Grupo Temposom, de jovens poetas de<br />
estrato concretista, e em Santo André, onde se viu pela primeira vez uma exposição<br />
dedicada inteiramente às novas tendências. Enfim, a importância do Grupo Vanguarda<br />
no panorama brasileiro das artes visuais nos anos 60 já era um fato, referido como o<br />
“construtivismo campineiro”.<br />
2.3 Afinidades concretas<br />
A necessidade de encontrar novos caminhos que se impôs aos artistas de<br />
Campinas, começando por romper com o esquema da representação, encontrou sintonia<br />
com as propostas que, a partir do Grupo Ruptura, vinham incorporando mais adeptos e<br />
buscando uma lógica histórica da evolução das formas.<br />
Essa sintonia e as relações que se estabeleceram entre o Grupo Vanguarda de<br />
Campinas e os pintores e poetas do movimento concretista induzem a uma correlação<br />
entre suas plataformas teóricas: o Manifesto do Grupo Ruptura, lançado em 1952, no<br />
Museu de Arte Moderna de São Paulo, por Waldemar Cordeiro, Luiz Sacilotto, Geraldo