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Dissertação - Unicamp

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Nossa Senhora das Dores, no Cambuí, e tinha no currículo a participação em<br />

movimentos na Itália e na França e na I Bienal de São Paulo. Foram ainda chamados<br />

Geraldo Decourt, Ermes de Bernardi, Aristides Ferraz e Mário Carneiro (um convidado<br />

especial do Rio de Janeiro).<br />

A gênese de um grupo poder ter versões diferentes. No caso do Grupo<br />

Vanguarda, Jürgensen deu o primeiro passo para a união dos artistas, mas o respaldo de<br />

Perina lhes assegurou confiança. Raul Porto diligenciou os aspectos práticos de<br />

organização e em pouco mais de um mês estavam reunidos desenhos, pinturas e<br />

esculturas; às 21 horas do dia 4 de setembro de 1957 inaugurava-se a I Exposição de<br />

Arte Contemporânea de Campinas, no saguão do Teatro Municipal Carlos Gomes. Os<br />

artistas ali reunidos tinham em comum o desejo de romper com os padrões acadêmicos.<br />

Um comentário da imprensa ao evento conciliava:<br />

Trata-se, portanto, de uma exposição heterogênea, onde se<br />

poderão apreciar as diversas tendências aqui praticadas,<br />

agrupando trabalhos que trazem a sua mensagem renovadora,<br />

despertando interesse e debates que só podem redundar um<br />

benefício do maior desenvolvimento das artes plásticas em nossa<br />

terra.<br />

Mas Raul Porto, em Carta Aberta aos Artistas, considerou a crítica inócua (“água com<br />

açúcar”) e propôs que formulassem um grupo de ação como “única solução para<br />

construir uma arte atual, acompanhando – com um atraso lastimável – as cidades<br />

civilizadas, renovando os padrões de gosto vigentes”. O objetivo era colocar Campinas<br />

no “mapa das artes plásticas” do Brasil.<br />

Foram decisivos na polarização do grupo o entusiasmo e as informações de<br />

Belgrado e Sacchi, cujo ateliê se tornou o quartel do Grupo. Sacchi havia participada,<br />

em 1940, do Salão de Arte Moderna de Milão, e, em 1946 e 1947, dos Salões dos<br />

Independentes de Paris. Belgrado estudara arquitetura e belas-artes em Veneza e viajara<br />

muito pela Europa. Com certeza haviam sentido de perto os reflexos dos movimentos<br />

italianos representados na metafísica de De Chirico e Carrà, na pintura do grupo do<br />

Novecento (que se pretendia moderno, ressalvado o respeito à “saudável tradição<br />

italiana”) e nas reações e no engajamento do ANtinovecento, sobre as quais fala Giulio<br />

Carlo Argan.

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