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Dissertação - Unicamp

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suas convergências com as vanguardas políticas revolucionárias do mesmo período,<br />

empenhadas em mudar a realidade social.<br />

Mas as novas poéticas não se impuseram de maneira intensiva, sendo muitas<br />

vezes deformadas no campo artístico e derrotadas no campo social, frustrando-se seu<br />

apelo libertário. Deu-se quando, por exemplo, os vanuardistas russos foram enterrados<br />

nos porões dos museus pelo realismo socialista soviético; o expressionismo, condenado<br />

como degeneração pelo poder nazista; a Bauhaus, fachada; e o futurismo, disposto à<br />

manipulação do fascismo.<br />

Contemporâneo desses movimentos, o modernismo brasileiro reflete nas artes<br />

plásticas influências do expressionismo (Anita Malfatti, Lasar Segall e Ismael Nery), do<br />

cubismo (Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Rego Monteiro) e também do surrealismo<br />

(Nery e, mais tardiamente, Flávio de Carvalho). Não chegou a posições mais radicais. A<br />

pintura adotou liberdades na composição e no uso da cor, mas a figura persistia, muitas<br />

vezes metamorfoseada por evocações nativistas e/ou nacionalistas.<br />

Na segunda metade do século XX, no clima de abertura pós-Segunda Guerra, as<br />

conquistas das vanguardas (espacialmente o cubismo) são reexaminadas e revalorizadas,<br />

extremando a desconstrução representacional até a abstração.<br />

Esse retorno for favorecido no Brasil pela multiplicação de instâncias de<br />

intercambio com a arte internacional, iniciada no final dos anos 40, como as atividades<br />

do crítico francês Leon Degrand à frente do Museu de Arte Moderna e a opção do pinto<br />

Samson Flexor. Intensificou-se a circulação de idéias, de pessoas e de obras, cujo<br />

reconhecimento foi sendo consolidado por instituições (Bienais, Museus, Escolas,<br />

Salões, Galerias), pela ação dos próprios artistas (formação de grupos, manifestos e<br />

exposições) e pela inteligência chamada a conferiras novas tendências e a formular uma<br />

crítica de arte. A organização de um corpus teórico para nomear, comparar e qualificar<br />

essa produção nutria-se freqüentemente nas fontes das vanguardas históricas.<br />

Aqui a renovação da prática artística dos anos 50 ocorre na fase<br />

desenvolvimentista, marcada pela industrialização, pela urbanização e pela expansão<br />

para o oeste. Menoscabando enraizados atrasos, o país aspirava alcançar um patamar<br />

superior pelos caminhos da modernização e progresso tecnológico. O projeto de uma<br />

nova sociedade – pauta política e empenho ideológico de certos setores – tinha um ícone<br />

de impacto se instalando no planalto: Brasília. A arte se aliou a esse projeto.

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