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Dissertação - Unicamp

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menos definidas, mostra que ainda preserva o senso da perspectiva. Na segunda<br />

Paisagem, de 1957 (no meio), elimina a perspectiva em favor de um arranjo dos<br />

elementos temáticos (ruas, casas, árvores). A abstração avança definitivamente na<br />

terceira Paisagem, de 1958 (abaixo), com retângulos e círculos de diversos tamanhos.<br />

Conhecendo-se suas marcas, pode-se identificar nos quatro círculos sua concepção<br />

minimalista da árvore. Mas o interesse não está nas coisas de que fala, mas no modo<br />

pelo qual ele as diz. É reconhecível como uma obra aberta, que tem “como primeiro<br />

significado a própria estrutura”. Esta Paisagem pode ser considerada um salto à outra<br />

margem do rio, de onde não haverá retorno. É a matriz de sua obra vindoura, o<br />

momento em que entendeu que estava trabalhando em outro universo plástico e<br />

elaborou um código recorrente de cores e espaços (V. Detalhes da página seguinte).<br />

Com o Grupo Vanguarda, Perina se aproximou do foco mais aceso de debates,<br />

quando “com Cordeiro a frente, a legião dos concretistas de São Paulo vivia a percorrer<br />

o deserto território pátrio, no afã da descoberta de coisas e valores novos”. Ele foi<br />

descoberto quando se descobria, percebendo-se próximo ao concretismo, sem nunca ter<br />

se preparado teoricamente para isso. E ficou, de modo tácito, ao lado do movimento,<br />

que , então, migrava do “geométrico” para o “informal objetivo”.<br />

Notas<br />

Ao longo deste e dos demais capítulos se encontrarão trechos de depoimentos prestados por Thomaz<br />

Perina a Dayz Peixoto Fonseca, que também recolheu depoimentos de Francisco Biojone, Mário Bueno,<br />

Maria Helena Motta Paes, Geraldo Jürgensen, Enéas Dedecca, Raul Porto e Bernardo Caro. Estas<br />

informações são muitas vezes incorporadas à dissertação e, quando literais, entre aspas. O mesmo<br />

procedimento foi usado com as informações colhidas pelo autor da dissertação junto a Thomaz Perina.<br />

Diário do Povo, Campinas, ?.4.1944, V. texto completo em Anexo A, p. 120.<br />

FABER, Jota. Impressões de Arte. Correio Popular, Campinas, 1945. V. texto completo em Anexo A, p.<br />

138.<br />

BENJAMIN, Walter. A Modernidade. In: A modernidade e os modernos. Rio de Janeiro: Biblioteca<br />

Tempo Universitário, 1975, p. 9.<br />

Entre os acadêmicos campineiros podem ser relacionados a escultora Nicolina Vaz de Assis (1864-1941),<br />

que foi discípula de Henrique Bernadelli, Maria Luiza Pompeo (1883-1966), discípula de Alfredo<br />

Norfini, os italiianos Orestes Pezzotti (?-1966), Lélio Coluccini (1910-1983) e o descendente Aldo<br />

Cardarelli (1915-1986). Os dois últimos colecionaram inúmeros e importantes prêmios nos Salões<br />

Paulistas de Belas-Artes, desde o início dos anos 40 até a decada de 70. Cardarelli havia sido aluno de<br />

Bernardino de Souza Pereira e de Orlando Tarquínio; foi membro das Academias Brasileira e Paulista de<br />

Belas-Artes e lecionou desenho na Faculdade de Arquitetura Mackenzie e na Pontifícia Universidade<br />

Católica de Campinas.<br />

GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Aldo Bonadei: o percurso de um pintor. São Paulo: Perspectiva/Edusp,<br />

1990, p. 44-53, fornece dados que identificam essa “afinidade tardia” com o Grupo Santa Helena, que foi<br />

constituído por Aldo Bonadei, Francisco Rebolo Gonçalves, Fúlvio Pennacchi, Humberto Rosa, Alfredo<br />

Rullo Rizzotti, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Manuel Martis e Mário Zanini.

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