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Dissertação - Unicamp

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Também, a partir de um certo momento, Perina passará a dar a suas obras uma<br />

denominação única: Paisagem. O que não pode ser interpretado como uma escolha<br />

aleatória. Declara um referência. A raiz etimológica mais antiga, Paysage em francês, é<br />

a visão do Pays. Portanto, o olhar sobre o lugar do qual se faz parte – espaço de vida,<br />

dos sonhos e das memórias. Ainda que na evolução de sua obra desapareçam sentidos<br />

de representação e mesmo qualquer liame metafórico, e a obra venha se impor em sua<br />

essencialidade plástica, o nome inscreve um sentido histórico e afetivo do encontro do<br />

artista com sua cidade.<br />

1.3. Espaços e fatos da vida cultural<br />

A afirmação de Thomaz Perina como artista plástico, de suas primeiras<br />

exposições até sua integração no Grupo Vanguarda, aconteceu numa fase de grande<br />

transformações da cidade de Campinas – conseqüentes da modernização que se<br />

produzia em escala nacional.<br />

Campinas cresceu mais de 40% entre 1950 e 1960, chegando a 219.303<br />

habitantes. Tornou-se uma das 15 maiores cidades brasileiras., exercendo atração às<br />

correntes migratórias em busca de emprego das áreas de serviço e industria. Os<br />

equipamentos comunitários se dimensionaram para atender as demandas. Alargaram-se<br />

as avenidas, criaram-se novos bairros. Escolas, clínicas, maternidades foram<br />

inauguradas. A base desse crescimento vinha de sua vocação terciária, que apresentava,<br />

ao lado do comércio varejista e atacadista, excelência em atendimento médico-<br />

hospitalar e em ensino. Rosana Baeringer assinala:<br />

O acelerado processo de industrialização e urbanização que vinha ocorrendo<br />

no município nesta etapa de desenvolvimento econômico, ainda não havia afetado a<br />

auto-imagem da “civilização campineira” de oferecer ótimas condições de vida a seus<br />

habitantes, em relação a maioria das outras cidades do país.<br />

A infra-estrutura de informação e lazer cresceu. A partir de 1950, a Rádio Brasil<br />

se juntou à Rádio Educadora e à Rádio Publicidade e Cultura. Em 1959, eram três os<br />

diários em circulação: Jornal de Campinas, e os tradicionais Correio Popular e Diário

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