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Dissertação - Unicamp

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Tente ouvi-los. Tente Senti-los. Faça um diálogo<br />

silencioso com a obra de arte.<br />

Se sentir vontade, não se preocupe com os demais<br />

presentes: toque-a; sinta o prazer de ser um<br />

simples mortal que um dia teve o direito de tocar<br />

uma obra de arte eterna.<br />

Talvez, em 2085, o historiador encontre sua<br />

impressão digital.<br />

Poderá ver a sua frente uma obra que lembre<br />

vagamente uma distante chuva de verão.<br />

Dispa-se da sua vaidade e orgulho, volte a sua<br />

infância e a sua inocência; sinta-se descalço, de<br />

calas curtas, provavelmente sem camisa, parado no<br />

meio da rua, vendo preocupado no horizonte uma<br />

formação chuvosa de verão! Sinta a mão de seu pai<br />

tocar seu ombro e dissipar seu medo, explicando<br />

que aquilo é apenas uma simples chuva à distância.<br />

Pare diante de uma árvore de Thomaz Perina; não<br />

ligue; você está com jeito de bobo, mas controle-se;<br />

lembre-se que nós já discutimos isso; nós somos<br />

certamente uns tolos, porque realmente aquela<br />

bolinha safada é uma árvore; nós, eu, você, todos<br />

os demais somos uns idiotas...<br />

THOMAZ PERINA – PAISAGENS<br />

Vanderley Zalocchi<br />

Questões de sua liberdade, sem benefícios<br />

marginais, estabelece uma relação de intenções e<br />

projetos com a obra realizada. Investigador nato,<br />

Apresentação de Dayz P. Fonseca<br />

como tal depende e uma zona de incerteza e de<br />

liberdade.<br />

Thomaz Perina magistralmente estabeleceu uma<br />

liberdade conquistada palmo a palmo, evitando<br />

modismo. Revela formas, porém tem a virtude de<br />

poucos: estabelece a coerência de um tratamento<br />

pragmático.<br />

Na sua paisagem sem rosto, no entanto, vale a pena<br />

observar as questões de liberdade; capta no<br />

universo e traduz para a tela a solidão e o mistério<br />

de um sonho.<br />

Seus sonhos de contorno irregulares e sem<br />

contraste, dramaticamente escuro, próprio de sua<br />

escolha artística, que o separam de uma trajetória<br />

convencional.<br />

Com técnica primorosa, indiferente aos<br />

argumentos, vai formulando na solidão, no amor e<br />

no mistério uma forma concreta e, muito<br />

provavelmente, gostaria de melhor entender a vida<br />

de a arte, pois se recusa a reconciliar-se com a<br />

incompreensão, confiando nas batidas do coração,<br />

acima da lógica e do raciocínio.<br />

Para decifrar melhor essa pintura ausente existe a<br />

necessidade de demarcar os segredos que a<br />

transformam em sua própria existência e<br />

transmitem nitidamente em suas cores dramáticas<br />

os erros da vida, os quais, descontados em vida,<br />

colocam em dúvida a veracidade de sua própria<br />

existência.<br />

Das apresentações para a exposição<br />

Thomaz Perina – 20 anos: 1965-1985<br />

Anexo K – MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA, CAMPINAS - 2003<br />

Nas paisagens abstratas de Thomaz Perina há uma<br />

supremacia do poder interior, subjetivo, sobre a<br />

mínima hipótese de real. Isso ocorre na arte<br />

abstrata sobre a arte acadêmica. O admirável é o

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