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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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<strong>Círculo</strong> <strong>Fluminense</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Filológicos</strong> e Linguísticos<br />

poesia grotesca, lírica e sacra, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> apelida<strong>do</strong> <strong>de</strong> “Boca<br />

<strong>do</strong> Inferno”.<br />

Casa-se novamente e tem um filho. Levan<strong>do</strong> vida <strong>de</strong><br />

“homem solto sem mo<strong>do</strong> cristão” nas andanças pelo Recôncavo<br />

Baiano, é <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong> por heresia à Inquisição da qual se livra,<br />

talvez por prestígio da família Matos. Em razão <strong>de</strong> ter cria<strong>do</strong><br />

inimiza<strong>de</strong> com o Governa<strong>do</strong>r da Bahia, é envia<strong>do</strong> para<br />

Angola em 1694, on<strong>de</strong> se envolve em conspiração <strong>de</strong> militares<br />

e, embora não pu<strong>de</strong>sse voltar ao Brasil, algum tempo <strong>de</strong>pois é<br />

envia<strong>do</strong> para Recife, longe <strong>do</strong>s inimigos e <strong>de</strong>safetos da Bahia,<br />

on<strong>de</strong> morre em 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1695.<br />

Segun<strong>do</strong> a Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras, Gregório <strong>de</strong><br />

Matos Guerra<br />

(...) foi o primeiro poeta a cantar o elemento brasileiro, o tipo<br />

local, produto <strong>do</strong> meio geográfico e social. Influencia<strong>do</strong> pelos<br />

mestres espanhóis da Época <strong>de</strong> Ouro, Góngora, Queve<strong>do</strong>, Gracián,<br />

Cal<strong>de</strong>rón, sua poesia é a maior expressão <strong>do</strong> Barroco Literário<br />

brasileiro, no lirismo. Sua obra compreen<strong>de</strong> poesia lírica, sacra,<br />

satírica e erótica.<br />

Com a imprensa censurada e oficialmente proibida, assegura<br />

ainda a Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras:<br />

Suas poesias corriam em manuscritos, <strong>de</strong> mão em mão, e o<br />

Governa<strong>do</strong>r da Bahia, D. João <strong>de</strong> Alencastro, que tanto admirava<br />

"as valentias <strong>de</strong>sta musa", coligia os versos <strong>de</strong> Gregório e os fazia<br />

transcrever em livros especiais. Ficaram também cópias feitas<br />

por admira<strong>do</strong>res, como Manuel Pereira Rabelo, biógrafo <strong>do</strong><br />

poeta.<br />

Não se po<strong>de</strong> assegurar que toda a obra atribuída a Gregório<br />

<strong>de</strong> Matos seja <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> sua autoria. Boa parte é apógrafa<br />

certamente. Entre os melhores e mais completos códices<br />

<strong>de</strong>stacam-se os que estão na Biblioteca Nacional, em Lisboa,<br />

no Palácio Itamaraty, no Brasil, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s da América,<br />

e os <strong>do</strong> Historia<strong>do</strong>r Francisco A<strong>do</strong>lfo Varnhagen, que publicou<br />

um conjunto <strong>de</strong> 39 poemas em: “Florilégio da Poesia<br />

Brasileira”, edita<strong>do</strong> em Lisboa, em 1950, várias antologias e<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: CiFEFiL, 2009 87

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