13.05.2013 Views

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Círculo</strong> <strong>Fluminense</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Filológicos</strong> e Linguísticos<br />

quan<strong>do</strong> há falácias na argumentação, ocorre o prejuízo da verossimilhança<br />

e o <strong>de</strong>svio <strong>do</strong> percurso lógico argumentativo.<br />

Ressaltam-se algumas falácias argumentativas: o preconceito<br />

e a generalização (ex: nas favelas só têm criminosos);<br />

o reducionismo, com o esquecimento <strong>de</strong> causas diversas e a retirada<br />

<strong>de</strong> elementos importantes; <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r questões<br />

pertinentes, fugin<strong>do</strong> ao tema; atingir a pessoa <strong>do</strong> argumentante;<br />

e apelar para a pieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> julga<strong>do</strong>r.<br />

No que refere a esta última falácia, cumpre apresentar o<br />

exemplo trazi<strong>do</strong> por Rodríguez (2005, p. 241). O réu alega, em<br />

sua <strong>de</strong>fesa, que é pobre e nunca se envolveu com crimes, pois<br />

se o fizesse teria melhores condições econômicas. Porém, contratou<br />

um advoga<strong>do</strong> renoma<strong>do</strong> e <strong>de</strong> honorários eleva<strong>do</strong>s, com<br />

o reducionismo, as premissas conduzem o auditório a conclusão<br />

<strong>de</strong> que o réu tem dinheiro e que o mesmo não foi obti<strong>do</strong><br />

honestamente.<br />

Portanto, proposições <strong>de</strong>svirtuadas fazem com que a argumentação<br />

seja falha. No exemplo, a fuga à verossimilhança<br />

ofen<strong>de</strong> ao receptor, quebra a coerência <strong>do</strong> texto e põe fim a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convencimento.<br />

A eficiência <strong>do</strong> silogismo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da coerência que a<br />

premissa maior (PM), com caráter genérico, garantirá e <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que esta possa promover a inserção <strong>do</strong> específico da premissa<br />

menor (pm). Ingo Voese (2006, p. 49) informa que a premissa<br />

maior só tem relevância na argumentação "quan<strong>do</strong> se submete<br />

aos limites que a socieda<strong>de</strong> estabelece com base nos <strong>de</strong>ônticos<br />

é permiti<strong>do</strong>, é proibi<strong>do</strong> e é possível, isto é, a PM <strong>de</strong>ve respeitar<br />

o instituí<strong>do</strong> socialmente, conste ele em lei ou não." E apresenta<br />

o seguinte silogismo:<br />

PM: To<strong>do</strong> aquele que age sob pressão das <strong>de</strong>terminações sociais<br />

não <strong>de</strong>ve ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />

pm: Ora, João agiu sobre pressão das <strong>de</strong>terminações sociais.<br />

Tese: João não <strong>de</strong>ve ser con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: CiFEFiL, 2009 59

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!