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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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58<br />

LIVRO DOS MINICURSOS<br />

A LINGUAGEM COMO ARGUMENTO<br />

Para que exista argumentação efetiva é necessário que<br />

alguém se disponha a discursar. Porém, conseguir atenção <strong>do</strong><br />

auditório não é algo fácil. Existem técnicas para o ora<strong>do</strong>r discursar,<br />

como roupa apresentável, gestos firmes e a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s,<br />

entonação e impostação da voz. Já, para o redator, a única técnica<br />

disponível é a linguagem, que se transforma em argumento.<br />

Para o opera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Direito bem argumentar, ele precisa<br />

valer-se <strong>de</strong> uma linguagem a<strong>de</strong>quada, ou seja, utilizar uma linguagem<br />

culta, selecionan<strong>do</strong> palavras que verda<strong>de</strong>iramente exteriorizem<br />

as i<strong>de</strong>ias e os argumentos. Tal seleção consiste no<br />

argumento <strong>de</strong> competência linguística.<br />

Desta forma, o vocabulário técnico-jurídico é, no discurso<br />

judiciário, o mais importante a ser <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>, pois, se<br />

bem articula<strong>do</strong>, traz a presunção <strong>de</strong> bom conteú<strong>do</strong>. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, o jargão jurídico (ou gíria profissional), não representa<br />

um argumento <strong>de</strong> competência linguística, por ser constituí<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> palavras que não possuem nenhum arcabouço técnico. Diferentemente<br />

da linguagem jurídica, que é uma linguagem técnica<br />

e que tem o arcabouço teórico e senti<strong>do</strong> científico.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, não se <strong>de</strong>vem utilizar jargões jurídicos<br />

ou arcadismos como se fossem argumentos <strong>de</strong> competência<br />

linguística, pois po<strong>de</strong>m quebrar a coerência <strong>do</strong> discurso. O que<br />

<strong>de</strong>termina a eficiência <strong>do</strong> texto não é o emprego <strong>de</strong> palavras<br />

incomuns, mas sim a seleção <strong>de</strong> termos claros e precisos que<br />

enunciem a i<strong>de</strong>ia que se quer transmitir para convencer o auditório.<br />

HONESTIDADE DA ARGUMENTAÇÃO<br />

Destaca-se que não se me<strong>de</strong> a honestida<strong>de</strong> da argumentação<br />

pela ação que o opera<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Direito <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>. Porém,<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

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