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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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<strong>Círculo</strong> <strong>Fluminense</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Filológicos</strong> e Linguísticos<br />

O discurso jurídico resi<strong>de</strong> em matéria humana e por isso<br />

carregada <strong>de</strong> subjetivismo. Neste senti<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> alguém se<br />

dispõe a ouvir uma argumentação, se predispõe também a fazer<br />

sua intelecção e, com isso, produzir um novo texto, travan<strong>do</strong><br />

um verda<strong>de</strong>iro diálogo intertextual.<br />

Destaca-se, neste senti<strong>do</strong>, que a intertextualida<strong>de</strong> é o diálogo<br />

que discurso <strong>do</strong> argumentante faz com outros textos e<br />

que po<strong>de</strong>m, ou não, fazer parte <strong>do</strong> universo <strong>do</strong> receptor. Assim,<br />

um discurso para ser um forte argumento necessita, além<br />

<strong>de</strong> um bom conteú<strong>do</strong>, da compreensão <strong>do</strong> auditório e da coerência<br />

com os <strong>de</strong>mais argumentos <strong>do</strong> texto e da realida<strong>de</strong>.<br />

Torna-se necessário exemplificar algumas relações intertextuais<br />

que se apresentam como verda<strong>de</strong>iros argumentos,<br />

abaixo enumeradas:<br />

a) A intertextualida<strong>de</strong> e a pressuposição: são proposições<br />

tomadas pelo produtor <strong>do</strong> texto como já estabelecidas.<br />

Em verda<strong>de</strong>, trata-se <strong>de</strong> um outro texto, que correspon<strong>de</strong> à opinião<br />

geral, a uma experiência textual acumulada. Ex: A ameaça<br />

da violência urbana.<br />

O artigo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> indica uma proposição que tem significa<strong>do</strong><br />

existencial, ou seja, pressupõe a existência <strong>de</strong> uma ameaça.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma pressuposição tomada como tácita pelo<br />

produtor <strong>do</strong> texto e difícil <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiar.<br />

b) A intertextualida<strong>de</strong> e a negação: as frases negativas<br />

são usadas com finalida<strong>de</strong>s polêmicas. Ex: Tarso Genro afirma<br />

que não há nenhuma <strong>de</strong>núncia contra Renan Calheiros. (O Dia<br />

on line <strong>de</strong> 25/5/2007)<br />

A segunda oração pressupõe a proposição, observada<br />

em algum outro texto, <strong>de</strong> que há alguma <strong>de</strong>núncia a ser feita.<br />

c) A intertextualida<strong>de</strong> e o metadiscurso: forma peculiar<br />

<strong>de</strong> intertextualida<strong>de</strong> em que o autor se distancia <strong>de</strong> si próprio<br />

no texto. Tal efeito se dá através <strong>de</strong> frases evasivas, que<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: CiFEFiL, 2009 53

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