13.05.2013 Views

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

52<br />

LIVRO DOS MINICURSOS<br />

“vinho tinto <strong>de</strong> sangue”.<br />

= vinho tinto.<br />

= tinto <strong>de</strong> sangue.<br />

O compositor, através da ambiguida<strong>de</strong> e da metáfora,<br />

criou <strong>do</strong>is pares. O primeiro par evoca a Comunhão e o segun<strong>do</strong>,<br />

um corpo dilacera<strong>do</strong>, ambos remeten<strong>do</strong> à Paixão <strong>de</strong> Cristo,<br />

à tortura e ao momento político. Trata-se <strong>de</strong> um expressivo recurso<br />

linguístico que convence o ouvinte (receptor) a respeito<br />

da intensida<strong>de</strong> da <strong>do</strong>r sofrida na tortura.<br />

Ressalta-se que o ser humano utiliza muito as comparações<br />

e as semelhanças ao raciocinar logicamente, ou seja, emprega<br />

a analogia no cotidiano. Na Teoria da Argumentação Jurídica,<br />

a jurisprudência, fonte <strong>do</strong> Direito, repousa no princípio<br />

da equida<strong>de</strong>, através <strong>do</strong> qual, o Po<strong>de</strong>r Judiciário <strong>de</strong>ve aplicar<br />

resulta<strong>do</strong>s equivalentes a casos semelhantes e, para isso, utiliza<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>s como parâmetro. Assim, o recorte <strong>de</strong><br />

uma jurisprudência po<strong>de</strong> ter a força <strong>do</strong> próprio argumento em<br />

si, por trazer implícito a invocação <strong>de</strong> tratamento idêntico ao<br />

<strong>do</strong> paradigma evoca<strong>do</strong>; além <strong>de</strong> ter a eficácia <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> científica,<br />

pois goza da presunção <strong>de</strong> que o Relator <strong>do</strong> julga<strong>do</strong> é<br />

uma autorida<strong>de</strong> com notório saber jurídico.<br />

OS DISCURSOS: JURÍDICO E CIENTÍFICO<br />

Não se <strong>de</strong>ve confundir a argumentação jurídica e o discurso<br />

científico, pois o argumentante não procura a verda<strong>de</strong><br />

científica erga omnes, mas sim o convencimento <strong>de</strong> pessoas<br />

<strong>de</strong>terminadas (auditório), a respeito <strong>de</strong> uma tese que surge em<br />

<strong>de</strong>terminada situação fática e específica (caso concreto).<br />

No discurso judiciário, a argumentação volta-se para o<br />

convencimento <strong>do</strong> auditório, que é o julga<strong>do</strong>r, fazen<strong>do</strong> com<br />

que ele seja conduzi<strong>do</strong> à conclusão.<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!