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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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LIVRO DOS MINICURSOS<br />

quan<strong>do</strong> chegasse à pretura, po<strong>de</strong>mos estar certos <strong>de</strong> que se trata<br />

<strong>de</strong> uma caricatura <strong>de</strong> Catilina <strong>de</strong>svinculada da realida<strong>de</strong>.<br />

O séquito <strong>de</strong> Clódio era compósito: subproletários sem<br />

ocupação <strong>de</strong>finida, mercenários da luta <strong>de</strong> rua, escravos atraí<strong>do</strong>s<br />

com promessas que não iam além <strong>do</strong> benefício ad personam,<br />

gladia<strong>do</strong>res. Com um tal séquito podia certamente influenciar<br />

a política citadina e talvez também em <strong>de</strong>terminada casos<br />

controlar a ação <strong>do</strong>s potenta<strong>do</strong>s. Não podia, porém, ir longe<br />

e estava pre<strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a ser “apea<strong>do</strong>” <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os alinhamentos.<br />

Com sua agressiva presença na cena política da capital,<br />

chega ao ponto extremo e se concretiza aquela <strong>de</strong>generação<br />

parasitária <strong>do</strong> proletaria<strong>do</strong> urbano da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roma, que é a<br />

premissa não secundária da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> César <strong>de</strong> <strong>de</strong>svincular-se<br />

da política tradicional popularis e <strong>de</strong> sua dinâmica. Quan<strong>do</strong> as<br />

classes se <strong>de</strong>compõem na incapacida<strong>de</strong> não só <strong>de</strong> assumir uma<br />

função diretiva como também <strong>de</strong> adaptar-se à hegemonia <strong>de</strong><br />

outros grupos, afloram fenômenos <strong>de</strong> parasitismo cego e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança<br />

<strong>de</strong> ação violenta que <strong>de</strong>squalificam frequentemente<br />

por um tempo às vezes longo <strong>de</strong>mais, a tradição <strong>de</strong>mocrática.<br />

Observação: os aspectos textuais serão discuti<strong>do</strong>s no<br />

próprio mini-curso, quan<strong>do</strong> apresentaremos a tradução e os<br />

respectivos aspectos políticos e religiosos.<br />

32<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

BAYET, J. La religion romaine. Paris: Payot, 1999.<br />

CANFORA, L. Júlio César: o dita<strong>do</strong>r <strong>de</strong>mocrático. Trad. <strong>de</strong><br />

Antônio da Silveira Men<strong>do</strong>nça. São Paulo: Estação Liberda<strong>de</strong>,<br />

2002.<br />

Cícero, M. T. De la adivinación. In: Obras completas <strong>de</strong> Marco<br />

Tulio Cicerón. Tomo V. Versión castellana <strong>de</strong> D. Marceli-<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

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