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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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<strong>Círculo</strong> <strong>Fluminense</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Filológicos</strong> e Linguísticos<br />

ilegal porque perpetrada sem permitir aos imputa<strong>do</strong>s, ipso facto<br />

também con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s, apelar ao povo (prouocatio). Cícero<br />

preferiu partir para o exílio, enquanto uma medida posterior <strong>de</strong><br />

Clódio sancionava o confisco <strong>de</strong> todas as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> exila<strong>do</strong><br />

(que se via obriga<strong>do</strong> a manter-se a pelo menos 500 milhas<br />

longe <strong>de</strong> Omã).<br />

Clódio assistiu pessoalmente ao incêndio da casa <strong>de</strong> Cícero<br />

no Palatino.<br />

A ajuda que César conce<strong>de</strong>u a Clódio durante o ano <strong>de</strong><br />

seu consula<strong>do</strong> e logo a seguir não nos <strong>de</strong>ve levar ao diagnóstico<br />

simplifica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> que Clódio fosse seu instrumento. Clódio<br />

tinha um séquito subproletário e <strong>de</strong> escravos por ele atraí<strong>do</strong>s,<br />

mas obviamente a ele subalternos, o que o colocava em condições<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma política própria <strong>de</strong>magógica, não isenta<br />

<strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>. Mas, precisamente, uma política sua.<br />

Uma política sui generis porque baseada na novida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconcertante <strong>do</strong> emprego explícito <strong>de</strong> ban<strong>do</strong>s arma<strong>do</strong>s como<br />

elemento <strong>de</strong> pressão e <strong>de</strong> terrorismo.<br />

Quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 18 meses, Cícero, graças a Pompeu,<br />

retornou <strong>de</strong> seu exílio grego, gran<strong>de</strong>s manifestações populares<br />

na Itália o acolheram (verão 57), uma evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>monstração<br />

da impopularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Clódio junto a esses grupos mobiliza<strong>do</strong>s<br />

para manifestar júbilo pelo retorno da “vítima” da militância<br />

ativista <strong>de</strong> Clódio.<br />

Até o caso da tentativa frustrada <strong>de</strong> impedir Cícero <strong>de</strong><br />

reconstruir sua casa no Palatino sofreu reação hostil e revelou<br />

a fraqueza <strong>de</strong> Clódio, agora já o enfrentava um esquadrão <strong>de</strong><br />

ban<strong>de</strong>ira oposta comanda<strong>do</strong> por aquele Tito Ânio Milão que<br />

posteriormente será o seu assassino.<br />

As fontes (quase só Cícero) apresentam evi<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>de</strong> Clódio apenas a imagem <strong>de</strong> um criminoso e, sobretu<strong>do</strong><br />

pouco crível sobre o que mais gostaríamos <strong>de</strong> conhecer: seu<br />

programa. Quan<strong>do</strong> Cícero <strong>de</strong>screve o que teria feito Clódio<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: CiFEFiL, 2009 31

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