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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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LIVRO DOS MINICURSOS<br />

A utilização <strong>do</strong> presente para explicar o passa<strong>do</strong>, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> princípio <strong>do</strong> uniformitarismo, 34 <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> constantes<br />

da fisiologia e da psicologia humanas e das relações comuns<br />

às comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fala e <strong>do</strong> seu encaixamento numa matriz<br />

espacial e temporal mais ampla. Os eventos linguísticos à nossa<br />

volta são <strong>do</strong> mesmo tipo <strong>do</strong> que se <strong>de</strong>senvolveram em épocas<br />

passadas. Embora os padrões gerais <strong>de</strong> mudança sejam os<br />

mesmos, há especificida<strong>de</strong>s em cada época que não po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>sprezadas, por exemplo, como as formas e regras são aplicadas<br />

(Labov, 2001, p. 35).<br />

De acor<strong>do</strong> com Labov (1981), a análise da mudança em<br />

tempo aparente é apenas um prognóstico, uma projeção que o<br />

pesquisa<strong>do</strong>r se arrisca a fazer, portanto, constitui-se como uma<br />

hipótese. I<strong>de</strong>ntificada uma situação <strong>de</strong> mudança em progresso,<br />

<strong>de</strong>verá o pesquisa<strong>do</strong>r voltar no tempo (eixo <strong>do</strong> tempo real) para<br />

obter da<strong>do</strong>s com os quais possa <strong>de</strong>svelar as características<br />

<strong>do</strong> processo histórico visualiza<strong>do</strong> no corte sincrônico (Faraco,<br />

1998, p. 117).<br />

A mudança em tempo real relaciona-se ao aspecto diacrônico<br />

da língua. Segun<strong>do</strong> Tarallo (2001, p. 70) “uma vez atestada<br />

a mudança com base em da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> tempo aparente, <strong>de</strong>ve-se<br />

proce<strong>de</strong>r a um encaixamento histórico da variável no<br />

tempo real”. Para tal empreendimento, são apontadas algumas<br />

soluções. A primeira <strong>de</strong>las é investigar a mudança em textos<br />

escritos, em prosa, que se aproximem, em certa medida, <strong>do</strong><br />

vernáculo (cartas pessoais, diários, peças teatrais), ou seja,<br />

complementar a pesquisa com um corpus diacrônico. Outras<br />

duas abordagens são sugeridas por Labov (1994, p. 75-77): o<br />

estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> tendência e o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> painel.<br />

34 “Segun<strong>do</strong> esse princípio, as forças que atuam no momento sincrônico presente<br />

são (ou <strong>de</strong>veriam ser) as mesmas, que atuaram no passa<strong>do</strong>, e vice-versa. Portanto<br />

uma teoria da mudança linguística <strong>de</strong>ve guiar-se por uma articulação teórica e meto<strong>do</strong>lógica<br />

entre presente-passa<strong>do</strong> e presente” (Tarallo, 2001).<br />

136<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

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