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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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<strong>Círculo</strong> <strong>Fluminense</strong> <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>Filológicos</strong> e Linguísticos<br />

mudança, são vários os meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectá-la em relação às formas<br />

variantes: (i) indica<strong>do</strong>res – traços linguísticos socialmente estratifica<strong>do</strong>s,<br />

mas não sujeitos à variação estilística, com pouca força<br />

avaliativa; (ii) marca<strong>do</strong>res – traços linguísticos social e estilisticamente<br />

estratifica<strong>do</strong>s, que produzem respostas regulares em testes<br />

<strong>de</strong> reação subjetiva; (iii) estereótipos – traços socialmente<br />

marca<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma consciente (Labov 1972, p.314). Os <strong>do</strong>is<br />

primeiros são <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> julgamentos sociais inconscientes,<br />

mas mesmo assim po<strong>de</strong>m ser medi<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> várias técnicas.<br />

OLHANDO O PASSADO E O PRESENTE<br />

DE UMA LÍNGUA<br />

Como vimos, na Sociolinguística a língua <strong>de</strong>ve ser entendida<br />

como um elemento social que reflete, condiciona e<br />

configura as diferenças representadas pelos grupos sociais.<br />

Quanto a isso, as variáveis linguísticas atuam como indica<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong>s diferentes tipos <strong>de</strong> comportamentos sociais, e alguns<br />

<strong>de</strong>sses associa<strong>do</strong>s à mudança/variação. Labov (1972, p. 271)<br />

aponta que as variações sociais e estilísticas <strong>de</strong>sempenham um<br />

papel importante na mudança linguística e apresenta como <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> social “os traços linguísticos que caracterizam os<br />

distintos subgrupos <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> heterogênea” e como <strong>de</strong><br />

‘estilístico’, “as modificações mediante as quais um falante<br />

adapta sua linguagem ao contexto imediato <strong>do</strong> seu ato <strong>de</strong> fala”.<br />

Se olhar o passa<strong>do</strong> como fonte <strong>de</strong> indícios para explicações<br />

<strong>do</strong> presente, é possível olhar o presente para projetar o futuro,<br />

ou seja, verificar uma mudança em tempo aparente. Conforme<br />

Labov (1994), esse tipo <strong>de</strong> mudança refere-se à pre<strong>do</strong>minância<br />

<strong>de</strong> uma das variantes nos grupos mais jovens. Esse<br />

tipo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, permite ao analista verificar os diversos padrões<br />

<strong>de</strong> comportamento linguístico, em diferentes grupos etários,<br />

num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> espaço <strong>de</strong> tempo. É importante que se<br />

frise que a distribuição em tempo aparente correspon<strong>de</strong> à distribuição<br />

por faixas etárias, e não à gradação etária (comportamento<br />

linguístico na a<strong>do</strong>lescência).<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: CiFEFiL, 2009 135

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