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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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LIVRO DOS MINICURSOS<br />

siva <strong>do</strong> inglês, uma variável <strong>de</strong> natureza sintática. Nesse trabalho,<br />

os autores tratam a construção ativa e passiva sem agente<br />

como variantes linguísticas, portanto, porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> mesmo<br />

significa<strong>do</strong> representacional, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que diferenças <strong>de</strong><br />

senti<strong>do</strong> observadas são matizes <strong>de</strong> foco ou ênfase que não afetam<br />

o significa<strong>do</strong> referencial. Como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> seu estu<strong>do</strong>,<br />

apontam que as formas linguísticas passiva/ativa são semanticamente<br />

equivalentes e não condicionadas socialmente, mas<br />

sim por fatores internos, no caso, pelo que chama <strong>de</strong> “paralelismo<br />

estrutural” 33 . Tais resulta<strong>do</strong>s implicaram na reformulação<br />

<strong>de</strong> pressupostos teóricos: o postula<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a variação,<br />

que po<strong>de</strong> ser explicada em termos sociais, ce<strong>de</strong> lugar a consi<strong>de</strong>rações<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m interna relativas ao funcionamento da gramática.<br />

Lavan<strong>de</strong>ra (1978), pon<strong>do</strong> em questão a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> se<br />

esten<strong>de</strong>r a noção <strong>de</strong> variável sociolinguística a outros níveis <strong>de</strong><br />

análise além <strong>do</strong> fonológico, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que toda construção sintática<br />

possui seu significa<strong>do</strong> próprio e propõe um alargamento<br />

da condição <strong>de</strong> “mesmo significa<strong>do</strong>” para condição <strong>de</strong> “comparabilida<strong>de</strong><br />

funcional”. Sob tal proposta, consi<strong>de</strong>ra alternantes<br />

sintáticas como variáveis sociolinguísticas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que elas<br />

veiculem alguma informação não-referencial (significa<strong>do</strong> social<br />

e estilístico) e sejam similares às variáveis fonológicas,<br />

com covariação quantificacional e frequências significativas.<br />

Em resposta a essa proposição <strong>de</strong> Lavan<strong>de</strong>ra, Labov<br />

(1978) enfatiza a noção <strong>de</strong> significa<strong>do</strong> referencial, também<br />

chama<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> representacional ou esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas,<br />

sob a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que <strong>do</strong>is enuncia<strong>do</strong>s que se referem ao<br />

mesmo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> coisas tem o mesmo valor <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Além<br />

<strong>do</strong> significa<strong>do</strong> representacional, o autor ainda propõe outras<br />

33 Segun<strong>do</strong> esse princípio, se o falante emprega logo <strong>de</strong> início da fala uma marca<br />

gramatical, ele ten<strong>de</strong> a continuar empregan<strong>do</strong>-a, e se a apaga, ten<strong>de</strong> a repetir esse<br />

procedimento.<br />

132<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

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