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Cadernos do CNLF - Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e ...

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LIVRO DOS MINICURSOS<br />

va <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, baseada na fala espontânea (na medida<br />

em que isso é possível) <strong>do</strong>s indivíduos, ou seja, <strong>do</strong> vernáculo,<br />

estilo em que o mínimo <strong>de</strong> atenção é da<strong>do</strong> ao monitoramento<br />

da fala 32 . (Labov, 1972, p. 208).<br />

Esse mo<strong>de</strong>lo teórico-meto<strong>do</strong>lógico rompe com correntes<br />

anteriores (estruturalismo e gerativismo) que analisavam a língua<br />

como uma estrutura homogênea, resultante da aplicação<br />

<strong>de</strong> regras categóricas, passível <strong>de</strong> ser estudada fora <strong>de</strong> seu contexto<br />

social. A Sociolinguística permitiu uma nova abordagem,<br />

mostran<strong>do</strong> a variação sistemática motivada por pressões sociais<br />

e também linguísticas, e postulan<strong>do</strong> que é na heterogeneida<strong>de</strong><br />

da língua que se <strong>de</strong>ve buscar a estrutura e o funcionamento<br />

<strong>do</strong> sistema. Esse novo mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> “olhar” a língua permitiu<br />

analisar e <strong>de</strong>screver o uso <strong>de</strong> variáveis linguísticas pelos<br />

indivíduos em uma <strong>de</strong>terminada comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fala, como<br />

também mostrou que a presença da heterogeneida<strong>de</strong> governada<br />

por regras variáveis é o que permite ao sistema linguístico<br />

se manter em funcionamento mesmo nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mudança<br />

linguística. Dessa forma, para WLH (1968, p. 100, tradução<br />

nossa) “é necessário apren<strong>de</strong>r a ver a linguagem <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong><br />

vista diacrônico e/ou sincrônico, como um objeto possui<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

heterogeneida<strong>de</strong> sistemática”. A variação é inerente ao sistema<br />

linguístico, sen<strong>do</strong> passível <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição e explicação mediante<br />

a correlação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s empíricos com o contexto social e linguístico.<br />

Em suma: a Sociolinguística tem como preocupação<br />

estudar a língua na sua produção real, no âmbito <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>,<br />

buscan<strong>do</strong> enten<strong>de</strong>r a regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da variação<br />

da fala.<br />

los abstratos <strong>de</strong> variação, que são invariantes com relação aos níveis particulares<br />

<strong>de</strong> uso” (grifo nosso).<br />

32 Labov (1999) apresenta outra <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> vernáculo: primeira forma <strong>de</strong> linguagem<br />

adquirida, plenamente aprendida e empregada apenas entre falantes <strong>de</strong> um<br />

mesmo grupo.<br />

130<br />

<strong>Ca<strong>de</strong>rnos</strong> <strong>do</strong> <strong>CNLF</strong>, Vol. XIII, Nº 03

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