13.05.2013 Views

Sonia Maria Dorce - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

Sonia Maria Dorce - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

Sonia Maria Dorce - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

254<br />

recebia também, se não exatamente igual, algo<br />

muito parecido. Assim, ela fazia o esforço e eu<br />

colhia os louros. E chegavam muitos sapatos, vestidos,<br />

flores, bombons, e brinquedos. Eram tantos<br />

que todo fim de ano a família distribuia para as<br />

crianças da vizinhança e para os pobres, alguns a<br />

gente levava para os primos de Jaboticabal.<br />

Na rua, onde a gente costumeiramente brincava,<br />

naquele tempo podia, e nós morávamos<br />

numa rua praticamente particular, minha irmã<br />

era a tal, todos queriam falar com ela, pedir<br />

autógrafo, perguntar alguma coisa, elogiar<br />

seu trabalho. Ela também era muito mandona,<br />

nas brincadeiras era sempre a primeira e eu, a<br />

segunda, as outras crianças vinham depois. Mas<br />

ele sabia sempre fazer as coisas de um jeito, que<br />

ninguém ficava triste. Em casa, eu reinava, meu<br />

pai, talvez para compensar o assédio, cobria-me<br />

de mimos e deferências.<br />

Nunca me senti inferior, ou menosprezada por<br />

minha irmã fazer sucesso e ter uma vida pública.<br />

Aquele modo de vida servia para ela e não para<br />

mim. Mesmo porque eu sempre usufruía o lado<br />

bom das coisas. Da mesma forma que ela, também<br />

eu era convidada para as festas, recebia presentes,<br />

viajava, sem ter que decorar aquele monte de<br />

texto e ficar infinitas horas ensaiando.<br />

Por causa de compromissos fora da cidade, minha<br />

irmã era obrigada a viajar, com certa freqüência.<br />

Quase sempre íamos todos. Assim tivemos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!