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Sonia Maria Dorce - Coleção Aplauso - Imprensa Oficial

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Anos rebeldes que lhe valeram, bem como ao<br />

Admir e a seu pai também uma noite de prisão<br />

na Faculdade de Direito, por ocasião de protestos<br />

políticos contra a ditadura militar.<br />

Havia um receio constante, pois ninguém estava<br />

livre da fúria e da irresponsabilidade dos<br />

ditadores e repressores, sobretudo os jovens<br />

advogados, que não podiam livremente expressar<br />

seu descontentamento, mas, ainda que às<br />

escondidas, defendiam os presos políticos, como<br />

faziam seu marido, Miguel Tebar, José Roberto<br />

Melhem, Lucinha e Marcos Mendonça.<br />

Encerrava-se o semestre de 1964, a vida acadêmica<br />

muito enfraquecida pela violência do golpe<br />

militar, e numa tarde vazia, <strong>Sonia</strong> recebeu um<br />

telefonema de sua amiga Gilda, informando que<br />

a polícia estava procurando um amigo da Faculdade,<br />

o Mafei. Haviam arrombado sua casa, na<br />

Rua Tupi e prendido alguns de seus familiares.<br />

Felizmente, ele conseguira escapar, mas estava<br />

ferido e precisava de abrigo. A casa de sua família,<br />

como já expliquei, situava-se pra lá do fim<br />

do mundo, um lugar ideal para se esconder um<br />

foragido político.<br />

Consultada a família, seu pai não só concordou,<br />

como aderiu prontamente, pondo-se em contato<br />

com outras pessoas do movimento e familiares<br />

do refugiado. Virou misto de revolucionário e<br />

enfermeiro. Formou-se assim uma verdadeira<br />

célula, dela também fazia parte o Admir.

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