Nelma Cristina Silva Barbosa - RI UFBA - Universidade Federal da ...

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13.05.2013 Views

TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA COM MAÍSA FLORES Nelma (N): Hoje é... são 13 de março de 2008. E, agente vai falar com Maísa Teixeira Oliveira Flores, que é também liderança em Cajazeiras. Maísa cê mora a quanto tempo em Cajazeiras? Maísa (M): Moro em Cajazeiras há 23 anos. (N): Foi pra lá com que idade? (M): Com quinze. (N): E, como é que foi chegar em Cajazeiras? (M):A ida pra Cajazeiras foi uma questão de problema de resolução habitacional mesmo, nós morávamos de aluguel no bairro da Boca do Rio e, eu nasci ali no bairro da Boca do Rio e aí por separação dos meus pais eu fiquei com minha mãe e a gente não tinha uma casa pra morar ela era servidora estadual e aquele conjunto foi feito lá na época do governador João Durval e uma parte das Cajazeira foi pros servidores do Estado e ela foi contemplada com a casa como servidora estadual e nós fomos pra lá né então ao chegar lá Cajazeira não tinha nada do ponto de vista do conjunto habitacional, existia uma população no nosso entorno, várias casas em nosso entorno que hoje algumas já nem existem mais, né e agente encontrou essa população lá, agora no conjunto nós não tínhamos essa interlocução com essa população que a gente encontrou só ao longo do tempo quando algumas dessas pessoas prestavam algum serviço, vendiam beiju, uma pamonha, alguma dessas coisas nas rua , vendiam frutas porque as casas tinham árvores, né frutíferas então a gente começou a ter contato com essas pessoas fora isso a gente só só via as pessoas passando pela rua. (N): Isso foi em que ano? (M): Fui morar em Cajazeira em 85. 1

(N): E qual era a... expectativa quando você foi pra lá, o que que era Cajazeira pra quem era Boca do Rio? (M):Bem, Cajazeiras em relação a Boca do Rio, primeiro que Boca do Rio a gente tinha toda uma articulação porque nasci lá tive a praia como uma coisa assim que agente gostava muito, então a relação praia e... em relação Cajazeira mato era um pouco diferente né mas Cajazeira a expectativa era que a gente conseguisse ficar numa casa que fosse nossa não tivesse aquela loucura de tá em casa de aluguel então foi pra resolver esse problema de de... estrutura de habitação mas o bairro não oferecia nenhuma condição esse bairro aí não tinha nem mercado, nem hospital, nem escola, nem farmácia, embora na estrutura do conjunto ficassem algumas estruturas de escola . Mas logo no início não tinha nada no bairro então tudo que você tinha que fazer de... de serviços ou de comércio tinha que ser no centro da cidade, que se deslocar num transporte muito difícil até o bairro então a esperança de todo mundo quando chegou era tomara que os grandes cheguem aqui, que as coisas cheguem até aqui. Era algumas pessoas que já começaram a morar aqui começaram a criar suas condições né, os primeiros moradores de lá foram os primeiros a levarem as pequenas mercearias, entendeu? O que deu origem depois a feira da Rótula da Feirinha que foi logo uma coisa bem antiga, porque a Feirinha de Cajazeiras é uma coisa muito tradicional porque foi o primeiro local que a gente podia comprar alguma coisa, ali na rótula que hoje é chamada Rótula da Feirinha, que inclusive querem tirar a feirinha dali, mas ela tem esse nome por isso, quer dizer era o primeiro ponto de comércio que a população de lá tinha pra evitar que a gente fosse pra Feira de São Joaquim ou na Sete Portas. (N): E como é que era essa... essa caminhada até a Feira de São Joaquim? (M): A gente não tinha ônibus de Cajazeira logo no início na época em que nós recebemos a casa, tinha um ônibus que ia até a 5 né e aí andava da 5 até a 10, eu morava na 10, depois foi que chegou um ônibus que fazia todas as Cajazeiras pro terminal da França esse demorava um infinito pra conseguir chegar a algum lugar né e aos poucos que foram chegando as linhas de , então as pessoas tinham que ir no centro pra comprar ou ... fazer um carreto entre a 5 e a 10as vezes nas Kombis os transportes alternativos muito raros ou ir a pé. (N): A pé? 2

TRANSC<strong>RI</strong>ÇÃO DA ENTREVISTA COM MAÍSA FLORES<br />

<strong>Nelma</strong> (N): Hoje é... são 13 de março de 2008. E, agente vai falar com Maísa Teixeira<br />

Oliveira Flores, que é também liderança em Cajazeiras. Maísa cê mora a quanto tempo<br />

em Cajazeiras?<br />

Maísa (M): Moro em Cajazeiras há 23 anos.<br />

(N): Foi pra lá com que i<strong>da</strong>de?<br />

(M): Com quinze.<br />

(N): E, como é que foi chegar em Cajazeiras?<br />

(M):A i<strong>da</strong> pra Cajazeiras foi uma questão de problema de resolução habitacional<br />

mesmo, nós morávamos de aluguel no bairro <strong>da</strong> Boca do Rio e, eu nasci ali no bairro <strong>da</strong><br />

Boca do Rio e aí por separação dos meus pais eu fiquei com minha mãe e a gente não<br />

tinha uma casa pra morar ela era servidora estadual e aquele conjunto foi feito lá na<br />

época do governador João Durval e uma parte <strong>da</strong>s Cajazeira foi pros servidores do<br />

Estado e ela foi contempla<strong>da</strong> com a casa como servidora estadual e nós fomos pra lá né<br />

então ao chegar lá Cajazeira não tinha na<strong>da</strong> do ponto de vista do conjunto habitacional,<br />

existia uma população no nosso entorno, várias casas em nosso entorno que hoje<br />

algumas já nem existem mais, né e agente encontrou essa população lá, agora no<br />

conjunto nós não tínhamos essa interlocução com essa população que a gente encontrou<br />

só ao longo do tempo quando algumas dessas pessoas prestavam algum serviço,<br />

vendiam beiju, uma pamonha, alguma dessas coisas nas rua , vendiam frutas porque as<br />

casas tinham árvores, né frutíferas então a gente começou a ter contato com essas<br />

pessoas fora isso a gente só só via as pessoas passando pela rua.<br />

(N): Isso foi em que ano?<br />

(M): Fui morar em Cajazeira em 85.<br />

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