13.05.2013 Views

Download da apresentação

Download da apresentação

Download da apresentação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

DERRAMES DE BASALTO INTEMPERIZADOS DA<br />

FORMAÇÃO MAZURECK POINT (EOCENO): RELAÇÕES<br />

COM CONDIÇÕES PALEOCLIMÁTICAS NO PALEOGÊNEO<br />

DA ANTÁRTICA OCIDENTAL<br />

Fernan<strong>da</strong> M. Canile, Antonio Carlos Rocha-Campos, Paulo Roberto dos<br />

Santos<br />

Instituto de Geociências – Centro de Pesquisas Antárticas - USP<br />

Santos, SP<br />

Outubro-2012


INTRODUÇÃO:<br />

TRANSIÇÃO EOCENO-OLIGOCENO<br />

PALEOSSOLOS COMO REGISTRO<br />

PALEOAMBIENTAL<br />

MÉTODOS QUANTITATIVOS<br />

APLICAÇÃO: WESELE COVE, ILHA REI JORGE<br />

RESULTADOS<br />

CONCLUSÕES


TRANSIÇÃO EOCENO-OLIGOCENO


PALEOSSOLOS COMO REGISTRO<br />

PALEOAMBIENTAL<br />

Reconhecimento de paleossolos no registro geológico<br />

Formados em contato direto com as condições<br />

ambientais<br />

Técnicas quantitativas (novas abor<strong>da</strong>gens)<br />

Desde precipitação média anual até composição <strong>da</strong><br />

atmosfera


Exemplos de paleossolos. A) Uni<strong>da</strong>de Painted Hills, Eoceno, Oregon. Domina<strong>da</strong> por paleossolos<br />

tipo Alfisolo. B) Vista <strong>da</strong> Formação Mascall, Mioceno, Oregon. Paleossolos tipo Inceptisolo e Mollico.<br />

C) “Red beds” clássicos <strong>da</strong> Formação Cala Del Vino, Sardinia, Permiano. D) Detalhe rhizolitos em<br />

tapete carbonático de raiz, Grupo Renova, Montana. (Sheldon e Tabor, 2009)


Métodos Quantitativos<br />

Mineralogia de argilas<br />

Padrão relacionado às condições presentes para o<br />

intemperismo (quente e úmido até frio e seco):<br />

caulinita esmectita vermiculita clorita e mistura de<br />

filossilicatos illita e mica.<br />

Caulinitas e esmectitas são os argilo-minerais mais<br />

abun<strong>da</strong>ntes identificados em paleossolos e são os mais<br />

comumente estu<strong>da</strong>dos em análises geoquímicas<br />

quantitativas.


Métodos Quantitativos<br />

Geoquímica de Rocha Total<br />

Argilini<strong>da</strong>de<br />

Fórmula: Al/Si<br />

Al é acumulado na formação de argilo-minerais<br />

Processo: Hidrólise


Métodos Quantitativos<br />

Índices de Intemperismo<br />

CIA (Nesbitt & Young, 1982):<br />

CIA-K (Maynard, 1992; Fedo et al., 1995)<br />

Paleopluviosi<strong>da</strong>de


Métodos Quantitativos<br />

Paleotemperatura<br />

Sheldon (2006) propuseram a seguinte relação entre a MAT<br />

e a argilini<strong>da</strong>de (Al/Si)<br />

T(ºC) = 46,9 C + 4<br />

EP é ± 0,6ºC, C é argilini<strong>da</strong>de e R2 = 0,96<br />

A relação é bem significativa e quando aplica<strong>da</strong> a paleossolos apropriados,<br />

apresenta resultados compatíveis com as estimativas basea<strong>da</strong>s em plantas.<br />

Porém, uma varie<strong>da</strong>de de processos, incluindo algumas não relaciona<strong>da</strong>s a<br />

temperatura, podem alterar a composição química, então é preciso ter<br />

cui<strong>da</strong>do com os resultados.


Métodos Quantitativos<br />

Paleoprecipitação<br />

P (mm/ano) = 221,1e0,0197 (CIA-K)<br />

onde o EP é de ± 181 mm ano -1, e R 2 = 0,72<br />

Disponibili<strong>da</strong>de de água para intemperizar silicatos e<br />

formar argilo-minerais = mais argila será forma<strong>da</strong> sob<br />

um regime climático úmido do que sob um regime<br />

seco.<br />

A aplicação dessa técnica forneceu resultados<br />

comparáveis às estimativas utilizando paleobotânica.


WESELE COVE, ILHA REI JORGE<br />

ilha Rei Jorge, 2009


Rochas basálticas atribuí<strong>da</strong>s ao Eoceno e rochas sedimentares atribuí<strong>da</strong>s ao<br />

Oligoceno<br />

Mapa <strong>da</strong>s locali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> ilha Rei Jorge (Modificado de Troedson e Smellie 2002)


Wesele Cove, ilha Rei Jorge, 2009<br />

Em Wesele Cove, retração acelera<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

geleira Wyspianski (estima<strong>da</strong>mente de<br />

cerca de 40m nos últimos 15 anos), que<br />

drena a calota de gelo <strong>da</strong> ilha, em direção<br />

ao estreito de Bransfield, resultou em<br />

ampla exposição <strong>da</strong>s rochas cenozóicas.<br />

A pesquisa realiza<strong>da</strong> visou identificar e<br />

caracterizar evidências de condições<br />

paleoambientais preserva<strong>da</strong>s nas rochas<br />

de Wesele Cove, a fim de interpretar os<br />

eventos ocorridos na passagem entre o<br />

Eoceno e Oligoceno, nessa parte <strong>da</strong><br />

Antártica Ocidental, deste modo<br />

contribuindo para o entendimento <strong>da</strong><br />

evolução paleoclimática durante intervalo<br />

critico <strong>da</strong> história glacial <strong>da</strong> Antártica<br />

Ocidental e dos prováveis fatores que a<br />

influenciaram.<br />

• A presente pesquisa integra o Projeto: “Registro Paleoclimático <strong>da</strong><br />

transição (greenhouse-icehouse) Eoceno-Oligoceno na Antártica<br />

Ocidental” patrocinado pelo Programa Antártico Brasileiro-CNPq,<br />

coordenado pelo Prof. Dr. A. C. Rocha-Campos (Proc. n.<br />

557036/2009-7).


Mapa de localização de Wesele Cove na ilha Rei Jorge (modificado<br />

de www.kgis.scar.org) e mosaico aerofotográfico interpretado <strong>da</strong><br />

área de estudo, mostrando seqüência de 13 derrames basálticos,<br />

delimitados pelas linhas amarelas. Escala aproxima<strong>da</strong>: maior lado<br />

~1,3km (Canile, 2006)


Wesele Cove. Vista para W. Primeiro plano e fundo a direita:<br />

derrames basálticos. Geleira Wyspianski ao fundo. Notar o<br />

rebaixamento <strong>da</strong> geleira


Vista para E, mostrando bloco rebaixado com exposição de diamictito e zona eleva<strong>da</strong> ao fundo, com<br />

derrames basálticos. Diamictito erodido sob a forma de dorso de baleia (orientação N140°) pelo avanço<br />

<strong>da</strong> geleira Wyspianski


Geleira Wyspianski<br />

Formação Mazurek Point/Hennequin<br />

IDADE: EOCENO (Smellie et al., 1984)<br />

Membro Krakowiak Glacier (diamictito)<br />

IDADE: OLIGOCENO (Porebski & Gradzinski, 1987)<br />

Contato entre o basalto <strong>da</strong> Formação Mazurek Point/Hennequin e o diamictito do<br />

Membro Krakowiak Glacier (Formação Polonez Cove). O contato é irregular (linha<br />

amarela interrompi<strong>da</strong>). O diamictito descontínuo, muito compacto, pode representar<br />

till de alojamento


Morfologia em degrau que parece ter sido resultado de uma erosão glacial diferencia<strong>da</strong> ou<br />

possivelmente pela combinação entre processos glaciais e fluvio-glaciais (pela água de degelo), em<br />

ambas zonas dos derrames, que ficavam sobre a geleira Wyspianski.


A<br />

C<br />

A: Textura geral do basalto (composição toleítica)<br />

fresco, com um matriz forma<strong>da</strong> principalmente<br />

por plagioclásio, piroxênio e vidro. Os fenocristais<br />

são de Andesina e Augita. As augitas aprentam<br />

inclusões de minerais opacos.<br />

B:Textura geral <strong>da</strong> zona altera<strong>da</strong> do basalto.<br />

Notar textura celular<br />

C: Detalhe <strong>da</strong> e substituição dos fenocristais de<br />

Augita para pseudomorfos de óxidos-hidróxidos<br />

de ferro.<br />

B


Detalhe de intercalação de arenito.<br />

Notar feição linear de arrastamento<br />

atribuí<strong>da</strong> à glaciação Krakowiak<br />

Estrias, sulcos e cristas e outras feições de erosão<br />

glacial, orienta<strong>da</strong>s para leste, produzi<strong>da</strong>s durante o<br />

avanço <strong>da</strong> geleira Wyspianski


Amostra W-19A W-19D W-19G W-01/09 W-02/09 LD<br />

Parâmetro Uni<strong>da</strong>de 2006 2009<br />

JB 1a - Padrão<br />

Obtido Obtido Recomen<strong>da</strong>do<br />

SiO2 % peso 49,09 49,08 49,36 48,66 48,55 0,03 52,41 52,74 52,16<br />

Al2O3 % peso 18,76 17,56 18,15 17,18 15,16 0,01 14,71 14,6 14,51<br />

MnO % peso 0,120 0,142 0,113 0,135 0,179 0,002 0,145 0,148 0,15<br />

MgO % peso 5,46 7,99 6,62 7,5 6,18 0,01 7,73 7,81 7,75<br />

CaO % peso 7,46 4,21 4,93 5,66 8,4 0,01 9,28 9,41 9,23<br />

Na2O % peso 3,17 2,28 2,74 2,18 3,34 0,02 2,64 2,85 2,74<br />

K2O % peso 1,37 2,23 1,97 1,4 1,46 0,01 1,38 1,4 1,42<br />

TiO2 % peso 0,994 0,878 0,916 0,92 0,759 0,007 1,298 1,295 1,3<br />

P2O5 % peso 0,237 0,235 0,238 0,264 0,347 0,003 0,257 0,259 0,26<br />

Fe2O3 % peso 9,94 9,56 10,05 10,06 8,85 0,01 8,89 8,84 9,1<br />

Loi % peso 2,75 5,88 4,33 6,17 6,3 0,01 1,1 1,1 1,1<br />

Total 99,35 100,05 99,42 100,13 99,53 - 99,84 100,45 99,72<br />

FeO %FeO 1,36 1,11 1,52 1,17 2,55 - - -<br />

Ba ppm 301,9 227,5 411,3 288,0 241,0 37 514 514 497<br />

Ce ppm 42,4 < 35 39,9 75,0 < 35 35 75 78 66,1<br />

Cl ppm < 50 58,2 < 50 - - 50 167 - 170<br />

Co ppm 26,3 24,7 27,8 35,0 25,0 6 36 39 39,5<br />

Cr ppm 19,6 13,2 14,6 70,0 30,0 13 415 417 415<br />

Cu ppm 120,1 100,8 141,0 29,0 96,0 5 54 56 55,5<br />

F ppm < 550 < 550 < 550 - - 550 < 550 - 385<br />

Ga ppm 22,0 18,5 18,4 20,0 18,0 9 18 18 18<br />

La ppm < 28 < 28 < 28 28,0 < 28 28 33 42 38,1<br />

Nb ppm < 9 < 9 < 9 < 9 < 9 9 24 26 27<br />

Nd ppm 30,1 20,2 45,7 36,0 32,0 14 24 34 25,5<br />

Ni ppm 14,6 15,3 12,9 56,0 17,0 5 141 144 140<br />

Pb ppm 7,4 8,7 7,9 20,0 10,0 4 < 4 7 7,2<br />

Rb ppm 11,0 23,0 19,3 27,0 14,0 3 38 39 41<br />

S ppm < 300 < 300 < 300 - - 300 < 300 - 9<br />

Sc ppm 33,5 30,0 29,2 35,0 30,0 14 30 31 27,9<br />

Sr ppm 619,5 284,8 468,9 692,0 395,0 2 449 459 443<br />

Th ppm < 7 < 7 < 7 8,0 < 7 7 5 < 7 8,8<br />

U ppm < 3 < 3 6,2 9,0 7,0 3 < 3 < 3 1,6<br />

V ppm 259,8 202,8 232,6 231,0 74,0 9 212 159 220<br />

Y ppm 17,8 14,7 15,9 18,0 14,0 2 23 24 24<br />

Zn ppm 82,8 81,1 78,2 93,0 67,0 2 81 82 82<br />

Zr ppm 64,2 57,0 58,7 56,0 49,0 2 141 142 146


RESULTADOS<br />

AMOSTRA CIA-K MIA IA<br />

MAP<br />

(mm)<br />

MAT (ºC)<br />

W-17A 61 20 2,49 -- --<br />

W-17B 61 20 2,49 -- --<br />

W-19G 70 31 6,61 878,2 21,3<br />

W-19D 73 34 8,61 931,7 20,8<br />

W-19A 64 22 7,31 780,4 21,9<br />

W-02/09 56 6 3,47 -- --<br />

W-11 59 16 2,16 -- --<br />

W-14 61 20 2,69 -- --<br />

W-12B 59 16 2,72 -- --<br />

W-16 66 24 2,72 -- --<br />

W-01/09 69 30 8,6 861,1 20,6


CONCLUSÕES<br />

Os resultados mostraram condições de paleoprecipitação<br />

(780,4-931,7 mm) e paleotemperatura (20,6-21,9 ºC)<br />

compatíveis com outros <strong>da</strong>dos de literatura que atribuem um<br />

clima mais ameno para o Eoceno, tais como as plantas fósseis<br />

descritas por Francis et al. (2009) e medi<strong>da</strong>s de isótopos de<br />

oxigênio em carapaças de foraminíferos bentônicos (Zachos et<br />

al., 2001).<br />

Ca<strong>da</strong> derrame de lava esteve sujeito à ação de processos<br />

intempéricos moderados antes de ser recoberto pelo derrame<br />

seguinte.<br />

A inexistência de um arcabouço geocronológico para a pilha<br />

basáltica torna impossível estimar a duração do intervalo<br />

entre derrames sucessivos, quando o intemperismo operou e<br />

nem sua veloci<strong>da</strong>de


CONCLUSÕES<br />

A ocorrência de lente de arenito fino (6m x 40cm), bem<br />

selecionado, fracamente estratificado indica ter havido<br />

períodos de quiescências relativamente longos separando<br />

as extrusões de lava.<br />

A sobreposição do basalto por rochas sedimentares de<br />

origem glacial (Mb. Krakowiak Glacier, Fm. Polonez<br />

Cove), Oligocênica, indica que o afloramento estu<strong>da</strong>do é<br />

um registro <strong>da</strong> transição climática ocorri<strong>da</strong> entre a<br />

passagem do Eoceno (greenhouse) para o Oligoceno<br />

(icehouse)


REFERÊNCIAS<br />

MAYNARD, J. B., 1992. Chemistry of modern soils as a guide to interpreting<br />

Precambrian paleosols. Journal of Geology, 100, 279-289.<br />

SHELDON, N. D., 2006. Using paleosols of the picture Gorge Basalt to reconstruct the<br />

middle Miocene climatic optimum. Paleobis, 26, 27-36.<br />

SHELDON, N. D.; TABOR, J. T. 2009. Quantitative paleoenvironmental and<br />

paleoclimatic reconstruction using paleosols. Earth Science Reviews, 95, 1-52.
<br />

POREBSKI, S. J.; GRADZIŃSKI, R. 1987. Depositional history of The Polonez Cove<br />

Formation (Oligocene), King George Island, West Antarctica: A record of continental<br />

glaciation, shallow-marine sedimentation and contemporaneous volcanism. Studia<br />

Geologica Polonica, v. 93, p. 7-62.
<br />

SMELLIE, J. L.; PANKHURST, R. J.; THOMSON, M. R. A.; DAVIES, R. E. S. 1984. The<br />

geology of the South Shetland Islands. VI. Stratigraphy, geochemistry and evolution,<br />

London, British Antarctic Survey Scientifc Reports n. 87, 85p<br />

TROEDSON, A. L.; SMELLIE, J. L. 2002. The Polonez Cove Formation of King George<br />

Island, Antarctica: stratigraphy, facies and implications for mid-Cenozoic cryosphere<br />

development. Sedimentology, v. 49, p. 277-301.


AGRADECIMENTOS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!