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Dr. Luiz Carlos Pavanetti Instituto do Rim de Marília

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<strong>Dr</strong>. <strong>Luiz</strong> <strong>Carlos</strong> <strong>Pavanetti</strong><br />

<strong>Instituto</strong> <strong>do</strong> <strong>Rim</strong> <strong>de</strong> <strong>Marília</strong>


PARALISIA PERIÓDICA<br />

Constitui um grupo heterogêneo <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças genéticas<br />

pertencente ao grupo das canalopatias.<br />

Ocorre distúrbio nos canais iônicos (sódio/cálcio/cloro)<br />

das membranas celulares, o que ocasiona fluxo altera<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

potássio sob influência <strong>de</strong> estímulos adrenérgicos.<br />

Sua fisiopatologia envolve a translocação (“shift”) <strong>de</strong><br />

potássio entre o extracelular e o intracelular com<br />

consequente hipocalemia/hipercalemia <strong>de</strong> graus variáveis<br />

(<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> base) e crises <strong>de</strong> paralisia<br />

flácida.<br />

O potássio sérico tipicamente está normal no perío<strong>do</strong><br />

intercrises.


PARALISIA PERIÓDICA - TIPOS<br />

Paralisia periódica hipocalêmica<br />

Paralisia periódica normocalêmica<br />

Paralisia periódica hipercalêmica<br />

*Obs.: se diferenciam pela presença <strong>de</strong> hipocalemia,<br />

normocalemia ou hipercalemia respectivamente na<br />

vigência <strong>do</strong>s episódios <strong>de</strong> paralisia.


PARALISIA PERIÓDICA<br />

Paralisia periódica hipercalêmica – distúrbio nos<br />

canais <strong>de</strong> sódio<br />

Paralisia periódica hipocalêmica – distúrbio nos canais<br />

<strong>de</strong> cálcio. Doença congênita <strong>de</strong> herança autossômica<br />

<strong>do</strong>minante. Alguns pacientes po<strong>de</strong>m não seguir o<br />

padrão <strong>de</strong> hereditarieda<strong>de</strong> autossômico <strong>do</strong>minante e<br />

apresentar novas mutações ainda não cientificamente<br />

conhecidas.


•Paralítica<br />

•Miopática


Paralítica episódica<br />

É a forma mais comum. Evolui com episódios <strong>de</strong><br />

paralisia flácida reversível associada a hipocalemia.<br />

Paraparesia ou tetraparesia usualmente poupan<strong>do</strong><br />

respiração e o coração.<br />

Não existe correlação <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> hipocalemia com a<br />

gravida<strong>de</strong> da fraqueza muscular. Alguns pacientes<br />

exibem apenas um episódio em toda a vida, outros<br />

po<strong>de</strong>m ter crises diárias, semanais ou mensais menos<br />

frequentemente.<br />

O primeiro episódio usualmente ocorre na infância ou<br />

a<strong>do</strong>lescência e posteriormente diminui em frequência.


Paralítica episódica<br />

Fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes : exercício físico intenso<br />

segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> repouso, exposição ao frio, gran<strong>de</strong> ingesta<br />

<strong>de</strong> carboidratos, stress, menstruação. O<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento das crises varia muito entre os<br />

pacientes ( tipos <strong>de</strong> mutações), às vezes ocorren<strong>do</strong><br />

apenas após uma noite <strong>de</strong> sono habitual ( ao<br />

<strong>de</strong>spertar).<br />

As crises com frequência po<strong>de</strong>m durar algumas horas<br />

ou até mesmo dias. Alguns pacientes po<strong>de</strong>m ficar com<br />

dano muscular permanente incapacitante.


MIOPÁTICA<br />

Resulta em fraqueza muscular progressiva (piora a<br />

cada crise) que começa como uma intolerância ao<br />

exercício. Usualmente inicia-se nas extremida<strong>de</strong>s<br />

inferiores.<br />

Afeta 25% <strong>do</strong>s pacientes com paralisia periódica<br />

hipocalêmica


TESTES<br />

O potássio sérico durante as crises usualmente está entre<br />

0,9 a 3,0 mEq/L (necessário para o diagnóstico)<br />

K urinário > 20 mEq/L geralmente indica patologia<br />

per<strong>de</strong><strong>do</strong>ra renal <strong>de</strong> K porém não é suficiente para<br />

confirmar o DX.<br />

TTKG > 3 sugere hipocalemia por patologia per<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

renal <strong>de</strong> potássio<br />

Relação K urin. / Cr urin. > 2,5 sugere patologia per<strong>de</strong><strong>do</strong>ra<br />

renal <strong>de</strong> potássio<br />

Eletromiografia – Durante as crise os acha<strong>do</strong>s são<br />

inespecíficos. Po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>monstrar alterações resultantes <strong>de</strong><br />

danos miopáticos estabeleci<strong>do</strong>s por crises anteriores.


TESTES<br />

Eletromiografia com esforço físico . Po<strong>de</strong> auxiliar no<br />

diagnóstico porém existem falsos negativos além <strong>de</strong><br />

riscos <strong>de</strong> ocasionar crises severas <strong>de</strong><br />

hipocalemia/paralisia e possível agravamento <strong>do</strong>s<br />

casos que cursam com miopatia progressiva.<br />

Biópsia muscular : nos pacientes com forma miopática<br />

a microscopia ótica e histoquímica po<strong>de</strong>m mostrar<br />

alterações vacuolares ou agrega<strong>do</strong>s tubulares. Não são<br />

específicas e às vezes são as únicas alterações<br />

encontradas.


TESTES<br />

Avaliação genética :<br />

gene CACNA1S (paralisia periódica hipocalêmica<br />

tipo 1) = 55-70% casos<br />

gene SCN4A (paralisia periódica hipocalêmica tipo 2) =<br />

8-10% casos<br />

*OBS : 20-36 % <strong>do</strong>s casos com Dx clínico não tem<br />

confirmação genética, indican<strong>do</strong> possível heterogeneida<strong>de</strong><br />

alélica e/ou genética da <strong>do</strong>ença


Dx diferencial<br />

Síndrome <strong>de</strong> An<strong>de</strong>rsen – Tawil – miopatia associada a<br />

quadro <strong>de</strong> arritmia cardíaca intercrises e alterações<br />

dismórficas. Po<strong>de</strong> mimetizar paralisia periódica<br />

hipocalêmica.<br />

Avaliação genética ( gene KCNJ2 )<br />

Paralisia periódica tireotóxica (hipertireoidismo).<br />

TSH/f-T4/f-T3<br />

Paralisia periódica normocalêmica e hipercalêmica<br />

Paramiotonia congênita- sintomas miotônicos<br />

segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> fraqueza , piora<strong>do</strong>s por movimentos e<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s ou piora<strong>do</strong>s pelo frio


Dx diferencial<br />

Hipocalemia causada por baixa ingesta <strong>de</strong> potássio,<br />

perda urinária <strong>de</strong> potássio ou perda digestiva <strong>de</strong><br />

potássio<br />

Hipocalemia por outras situações gera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> “shift”<br />

<strong>de</strong> potássio ( excesso <strong>de</strong> insulina, teofilina, betaagonistas,<br />

intoxicação por bário)


Possíveis <strong>do</strong>enças genéticas<br />

relacionadas<br />

Hipertermia maligna autossômica <strong>do</strong>minante<br />

Risco aumenta<strong>do</strong> para procedimentos anestésicocirúrgicos<br />

(tanto para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> crises<br />

quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> soluções glicosadas como para<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong> hipertermia maligna e fraqueza<br />

muscular pós-anestésica)<br />

Cuida<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s


Profilaxia<br />

Evitar exercícios extenuantes segui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> repouso<br />

Evitar ingesta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alimentos ricos<br />

em carboidratos. Seguir dieta com pouco sódio e rica<br />

em potássio.<br />

Evitar exposição ao frio e à situações <strong>de</strong> stress<br />

Evitar bebida alcoólica<br />

Ingesta oral <strong>de</strong> sais <strong>de</strong> potássio (10-20 mEq/<strong>do</strong>se<br />

3x/dia) para prevenir crises. Po<strong>de</strong> ser útil quan<strong>do</strong> se<br />

conhece um padrão <strong>de</strong> ocorrência das crises (exemplo<br />

ao <strong>de</strong>itar se as crises ocorrem <strong>de</strong> manhã ao <strong>de</strong>spertar)


Profilaxia<br />

Acetazolamida. 125 – 1000 mg/dia. Orientar alta<br />

ingesta <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s para evitar risco <strong>de</strong> cálculo renal.<br />

Frequentemente interrompida por efeitos colaterais.<br />

Antagonista da al<strong>do</strong>sterona (esplerenone;<br />

espironolactona – 25-100 mg/dia)<br />

Triantereno - 50-150 mg/dia<br />

Diclorfenamida – 50-200 mg/dia


Tratamento das manifestações<br />

Crise : são <strong>do</strong>is objetivos principais. 1- normalizar a<br />

calemia e 2- encurtar o episódio paralítico. A normalização<br />

da calemia não ocorre em paralelo com a resolução <strong>do</strong>s<br />

sintomas. Estes últimos po<strong>de</strong>m iniciar-se horas após<br />

normalização da calemia.<br />

K oralmente 0,2-0,4 mEq/Kg a cada 15 ou 30 minutos<br />

durante 1 a 3 horas.<br />

Se incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>glutir = K intravenoso . Não<br />

ultrapassar 20 mEq/h, no máximo 200-250 mEq/dia.<br />

Interrromper a administração quan<strong>do</strong> <strong>de</strong> normocalemia<br />

mesmo sem resolução <strong>do</strong>s sintomas. Usualmente a<br />

normocalemia se restabelece sem gran<strong>de</strong>s reposições <strong>de</strong> K.


Tratamento das manifestações<br />

Monitorar ECG antes e durante a reposição <strong>de</strong> K<br />

Monitorar calemia mesmo após sua normalização para<br />

<strong>de</strong>tectar recaída (hipocalemia) ou hipercalemia por<br />

excesso <strong>de</strong> reposição


Tratamento das manifestações<br />

Miopatia : Não há tratamento preventivo ou curativo<br />

conheci<strong>do</strong> da miopatia manifesta (fixa).

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