Ciclo “Nazismo e Cultura” - Centro Cultural de Belém
Ciclo “Nazismo e Cultura” - Centro Cultural de Belém
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<strong>Ciclo</strong> Nazismo
Revista <strong>de</strong> Imprensa<br />
23-03-2009<br />
1 - Público, 26-02-2009, Um grito contra a intolerância<br />
2 - Sol, 21-02-2009, Bom & barato<br />
3 - Jornal <strong>de</strong> Leiria, 19-02-2009, "Um bárbaro culto é apenas um bárbaro mais perigoso" - Entrevista a João Paulo<br />
Cotrim<br />
4 - Time Out Lisboa, 18-02-2009, Afinal, quanto vale a liberda<strong>de</strong>?<br />
5 - Público, 15-02-2009, Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa no CCB<br />
6 - Público.pt, 15-02-2009, Música proibida e não proibida<br />
7 - 24 Horas, 14-02-2009, Dia e Noite<br />
8 - Algarve Press.net, 14-02-2009, MUNICÍPIO DE PORTIMÃO E CENTRO CULTURAL DE BELÉM<br />
ASSINARAM PROTOCOLOS DE COLABORAÇÃO<br />
9 - Barlavento.pt, 14-02-2009, Concerto da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa abre parceria Portimão/<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
10 - Expresso.pt, 14-02-2009, Verboten/ Nicht Verboten (Proibido/ Não Proibido)<br />
11 - Público, 13-02-2009, Concertos<br />
12 - Público.pt, 13-02-2009, Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa: Verboten/Nicht Verboten (Lisboa)<br />
13 - Jornal <strong>de</strong> Leiria, 12-02-2009, <strong>Ciclo</strong> no CCB: o nazismo e a cultura<br />
14 - Postal do Algarve, 12-02-2009, Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa interpreta música germânica<br />
15 - Sábado, 12-02-2009, Agenda <strong>de</strong> Música<br />
16 - CNC- <strong>Centro</strong> Nacional <strong>de</strong> Cultura.pt, 11-02-2009, A Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão recebe na noite <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong><br />
Fevereiro um concerto a cargo da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa, composto integralmente por música germânica,<br />
no âmbito do ciclo do CCB - <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> "O Nazismo e a Cultura"<br />
17 - Correio da Manhã, 11-02-2009, Música proibida e não proibida pelo II Reich<br />
18 - Região Sul, 11-02-2009, Música germânica na Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
19 - Sic Online.pt, 11-02-2009, Fábrica das Artes propõe a experiência <strong>de</strong> viver num bunker<br />
20 - Time Out Lisboa, 11-02-2009, Música em tempos sombrios<br />
21 - Diário <strong>de</strong> Notícias, 09-02-2009, A ópera em que é convocada um ´feira´ <strong>de</strong> universos musicais<br />
22 - Público, 09-02-2009, O Nazismo e a Cultura no CCB<br />
23 - Diário <strong>de</strong> Notícias, 07-02-2009, A guerra do ´Fuhrer´ vista por um ju<strong>de</strong>u<br />
24 - Expresso, 07-02-2009, CDs<br />
25 - Diário <strong>de</strong> Notícias, 06-02-2009, Vai acontecer<br />
26 - Jornal <strong>de</strong> Negócios, 06-02-2009, Ir<br />
27 - Público, 06-02-2009, Pela Alemanha<br />
28 - Sic Online.pt, 06-02-2009, Legado <strong>de</strong> Hitler recordado em ópera, cinema, exposições e conferências<br />
29 - Diário <strong>de</strong> Notícias, 05-02-2009, O homem que quis matar Hitler<br />
30 - Público.pt, 05-02-2009, A arte vence o nojo?<br />
31 - Sábado, 05-02-2009, Perceber o III Reich<br />
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32 - Visão, 05-02-2009, Alta voz - Entrevista a João Paulo Cotrim<br />
33 - Diário As Beiras, 04-02-2009, Notas do dia<br />
34 - Diário do Sul, 04-02-2009, "Nazismo po<strong>de</strong> voltar" - João Paulo Cotrim<br />
35 - Diário dos Açores, 04-02-2009, <strong>Ciclo</strong> "Nazismo e Cultura" inclui ópera, cinema, exposições e conferências<br />
36 - Meia Hora, 04-02-2009, Cultura aprisionada<br />
37 - Primeiro <strong>de</strong> Janeiro (O), 04-02-2009, Confrontações entre nazismo e cultura<br />
38 - Página 1, 03-02-2009, <strong>Ciclo</strong> "Nazismo e Cultura" até Março<br />
39 - Agenda LX, 01-02-2009, A submissão da cultura no III Reich<br />
40 - Expresso, 31-01-2009, O que aí vem<br />
41 - Sol, 31-01-2009, Esmiuçar o nazismo<br />
42 - Jornal <strong>de</strong> Letras, Artes e I<strong>de</strong>ias, 28-01-2009, Agenda <strong>Cultural</strong> - La Bohème<br />
43 - Público.pt, 27-01-2009, O Imperador <strong>de</strong> Atlantis<br />
44 - Notícias Sábado, 17-01-2009, Roteiro<br />
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ID: 23975473 26-02-2009 | P2<br />
Crítica <strong>de</strong> Música<br />
Tiragem: 59760<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Um grito contra a intolerância<br />
Verboten/Nicht Verboten<br />
mmmmn<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
Adrian Florescu (violino)<br />
El<strong>de</strong>vina Materula (oboé)<br />
Lisboa, Pequeno auditório do CCB<br />
15 <strong>de</strong> Fevereiro, às 17h00<br />
Sala com cerca <strong>de</strong> 170 pessoas<br />
O <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
organizou um interessante ciclo<br />
intitulado O Nazismo e a Cultura:<br />
Confrontações. Nos dias 7 e 8 <strong>de</strong><br />
Fevereiro foi apresentada a ópera<br />
em torno da qual se criou este<br />
ciclo: O Imperador <strong>de</strong> Atlântida<br />
ou a Abdicação da Morte, <strong>de</strong><br />
Viktor Ullmann e Peter Kien, uma<br />
primeira produção portuguesa, da<br />
iniciativa <strong>de</strong> João Maria <strong>de</strong> Freitas<br />
Branco. Ópera antinazi, arrepiante<br />
e corajosa, escrita no campo <strong>de</strong><br />
concentração <strong>de</strong> Terezín e feita<br />
por prisioneiros que, em 1944,<br />
seguiram <strong>de</strong>pois do ensaio geral<br />
directamente para as câmaras <strong>de</strong><br />
gás em Auschwitz.<br />
O segundo momento musical<br />
Klaus Ama<strong>de</strong>us Hartmann, 1935<br />
foi este Verboten/Nicht Verboten,<br />
um concerto on<strong>de</strong> se juntavam<br />
obras <strong>de</strong> compositores proibidos e<br />
perseguidos pelo nazismo e duas<br />
<strong>de</strong> nomes famosos que o nazismo<br />
apaparicou: Wagner e Richard<br />
Strauss. No interessante e rico<br />
jornal/programa que acompanhou<br />
o ciclo (da responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
João Paulo Cotrim), po<strong>de</strong>m ler-se<br />
algumas páginas sobre a questão<br />
da censura e da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma<br />
estética nazi e anti-semita. Uma das<br />
questões centrais (para estudiosos<br />
e não só) é saber como foi possível<br />
reescrever (“limpar”) a história da<br />
música alemã à luz do imperialismo<br />
alemão, do militarismo, do antisemitismo<br />
e do racismo com a<br />
ajuda <strong>de</strong> um autoritário e bárbaro<br />
programa estético <strong>de</strong> Estado. Isto<br />
enquanto se instalava o terror,<br />
o totalitarismo e um programa<br />
<strong>de</strong> exterminação, não apenas<br />
dos ju<strong>de</strong>us, mas <strong>de</strong> todos os que<br />
afrontavam o regime hitleriano.<br />
Com a complacência, a colaboração<br />
ou a submissão <strong>de</strong> muito boa gente.<br />
Richard Strauss é um <strong>de</strong>sses. Foi<br />
presi<strong>de</strong>nte (1933-35) <strong>de</strong> um dos<br />
organismos que tutelavam a música<br />
erudita (Reichmusikkammer,<br />
directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
Joseph Goebbels, ministro da<br />
Propaganda), don<strong>de</strong> teve <strong>de</strong> sair<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter usado numa ópera<br />
sua o libreto <strong>de</strong> um ju<strong>de</strong>u (Stefan<br />
4<br />
Zweig). O concerto para oboé,<br />
clássico e conservador no formato,<br />
foi escrito em 1945, mas como se as<br />
convulsões do mundo passassem<br />
completamente ao lado da música.<br />
A interpretação espectacular e<br />
virtuosa <strong>de</strong> El<strong>de</strong>vina Materula no<br />
oboé foi muito bem acompanhada<br />
pela orquestra, bem próxima e<br />
cúmplice da solista. Menos bem<br />
correu o Siegfried Idyll, <strong>de</strong> Wagner,<br />
a que faltou chama e confiança<br />
dos músicos. Pedro Carneiro<br />
dirigiu muito bem a generalida<strong>de</strong><br />
do concerto, mas aqui, apesar da<br />
clareza dos gestos (<strong>de</strong> tal forma<br />
que o maestro servia <strong>de</strong> guia para a<br />
audição), a intenção ficou recuada,<br />
a música não cresceu, a leitura da<br />
partitura não ganhou profundida<strong>de</strong><br />
nos gestos (e nos sons) dos<br />
intérpretes.<br />
Wagner e Strauss (os<br />
compositores autorizados pelo<br />
regime) intercalaram com<br />
compositores perseguidos. A<br />
Partita para Cordas <strong>de</strong> Gi<strong>de</strong>on<br />
Klein e o Estudo para Cordas <strong>de</strong><br />
Pavel Haas (dois compositores que<br />
Pág: 8<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,60 x 14,22 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
também estiveram em Terezín e<br />
foram assassinados em Auschwitz)<br />
tiveram aquilo que faltou ao<br />
Wagner – confiança – ouviu-se uma<br />
sonorida<strong>de</strong> bem “à corda” e viu-se<br />
o empenho dos músicos a suplantar<br />
as dificulda<strong>de</strong>s técnicas.<br />
Mas há que <strong>de</strong>stacar a primeira<br />
obra do concerto, sem dúvida a<br />
composição mais tocante e inquieta<br />
<strong>de</strong>ste concerto, o Concerto Fúnebre<br />
<strong>de</strong> Klaus Ama<strong>de</strong>us Hartmann,<br />
muito bem tocado pela Orquestra<br />
<strong>de</strong> Câmara Portuguesa.<br />
Ao contrário das nostalgias<br />
<strong>de</strong> Richard Strauss, é uma obra<br />
carregada <strong>de</strong> mundo, não neutra<br />
nem “limpa”, antimilitarista e<br />
impossível <strong>de</strong> ser usada para a<br />
glorificação <strong>de</strong> seja o que for.<br />
Música dolorosa, enquadrada<br />
por andamentos lentos – foi nesta<br />
peça que se ouviram, nos agudos<br />
e nos pianíssimos da orquestra<br />
e do solista Adrian Florescu, os<br />
mais inquietantes gritos contra a<br />
intolerância.<br />
Pedro Boléo
ID: 23924360 21-02-2009<br />
5<br />
Tiragem: 69575<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 46<br />
Cores: Cor<br />
Área: 25,83 x 5,78 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Jornal <strong>de</strong> Leiria<br />
ID: 23895848 19-02-2009<br />
João Paulo Cotrim,<br />
jornalista<br />
e consultor do ciclo<br />
O Nazismo e a Cultura:<br />
Confrontações<br />
“Um bárbaro<br />
culto é apenas<br />
um bárbaro<br />
mais perigoso”<br />
“A cultura po<strong>de</strong> ajudar a livrar-nos dos<br />
totalitarismos?” é uma das dúvidas que o<br />
ciclo O Nazismo e a Cultura: Confrontações<br />
levanta. Não é paradoxal pensar que o povo<br />
alemão e o italiano, não obstante todos os<br />
seus feitos intelectuais e culturais, embarcaram<br />
em duas ditaduras sem prece<strong>de</strong>ntes<br />
no século XX?<br />
É uma das gran<strong>de</strong>s perplexida<strong>de</strong>s do século<br />
XX. Quando a cultura se coloca ao serviço<br />
<strong>de</strong> qualquer outra coisa, um projecto político,<br />
acaba sendo outra coisa: propaganda.<br />
E há excelente propaganda, mas o pior foi<br />
que a cultura era tida como uma espécie <strong>de</strong><br />
vacina <strong>de</strong> Humanismo. E tivemos que per<strong>de</strong>r<br />
a inocência experimentando o Holocausto<br />
no coração da alta cultura europeia para<br />
percebermos a ferro e fogo que tal não chega<br />
para nos livrar da barbárie. Um bárbaro<br />
culto é apenas um bárbaro mais perigoso.<br />
Como intuiu Hannah Arendt, gran<strong>de</strong> pensadora<br />
e personagem <strong>de</strong>ste ciclo, na esfera do<br />
político e da cidadania, mais importante que<br />
os saberes, técnicos ou culturais, importa o<br />
bom senso.<br />
Disse, recentemente, que o nazismo ou<br />
uma forma similar <strong>de</strong> ditadura e <strong>de</strong>sprezo<br />
pelos Direitos Humanos po<strong>de</strong> voltar a existir.<br />
Afinal, não apren<strong>de</strong>mos nada com o<br />
Holocausto e com a guerra?<br />
A liberda<strong>de</strong> não está nunca completamente<br />
conquistada e surgem constantemente<br />
práticas totalitárias, até em regimes on<strong>de</strong><br />
tal não se esperava. Basta pensarmos nalgumas<br />
reacções norte-americanas ao 11 <strong>de</strong><br />
Setembro.<br />
AUTO-RETRATO - JOÃO PAULO COTRIM<br />
Por que razão optou por colocar a palavra<br />
“confrontações”, no título <strong>de</strong>ste ciclo?<br />
Os regimes totalitários, e o nazi em particular,<br />
<strong>de</strong>clararam guerra aberta à cultura:<br />
basta conferir com os sucessivos momentos<br />
<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> ataque ao que foi classificado<br />
como “arte <strong>de</strong>generada” na literatura,<br />
na música, na pintura. Não foi apenas a<br />
<strong>de</strong>struição, foi também a substituição por<br />
uma cultura <strong>de</strong> massas assente no cinema,<br />
em encenações, num certo tipo <strong>de</strong> música.<br />
Mas o termo contém ainda as pistas para os<br />
dilemas que vários intelectuais experimentaram<br />
e, finalmente, para as batalhas que se<br />
<strong>de</strong>vem continuar a travar com os instrumentos<br />
da cultura, território da liberda<strong>de</strong> e da<br />
crítica.<br />
Como conseguiu escolher, entre os milhares<br />
<strong>de</strong> temáticas que po<strong>de</strong>riam ser abordadas,<br />
as mais interessantes para este ciclo?<br />
Com dificulda<strong>de</strong>, mas procurando cruzar,<br />
como sempre fazemos no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Belém</strong> (CCB), várias disciplinas, como a fotografia,<br />
ópera, cinema, literatura, e personagens<br />
capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiar as nossas i<strong>de</strong>ias feitas,<br />
como Thomas Mann, Ernst Jünger ou<br />
Hannar Arendt.<br />
O que sente quando vê os filmes <strong>de</strong> propaganda<br />
realizados por Leni Riefenstahl,<br />
ainda no início da utilização da televisão e<br />
do cinema como meio <strong>de</strong> comunicação<br />
audiovisual?<br />
Muitas vezes, asco. Valorizamos <strong>de</strong>mais o<br />
talento para o ver assim inutilizado ao serviço 6<br />
<strong>de</strong> uma loucura assassina. Houve, contudo,<br />
Tiragem: 15000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Regional<br />
outros casos... po<strong>de</strong>ríamos fazer uma curiosa<br />
antologia <strong>de</strong> poemas <strong>de</strong>dicados Estaline.<br />
Diria que a ópera Der Kaiser von Atlantis/O<br />
Imperador <strong>de</strong> Atlântida, <strong>de</strong> Viktor Ullmann<br />
e Peter Kien, um dos pontos altos<br />
<strong>de</strong>ste ciclo, foi uma obra premonitória?<br />
Foi uma premonição que os autores e<br />
actores pagaram com a vida, em Auschwich,<br />
logo <strong>de</strong>pois do ensaio geral. A história é impressionante:<br />
um imperador louco <strong>de</strong>sata a matar<br />
toda a gente. Ofendida com tal banalida<strong>de</strong>,<br />
a morte recusa-se a cumprir a sua função. A<br />
não ser que o imperador aceite experimentar<br />
um novo tipo <strong>de</strong> morte. Os ditadores sabem<br />
bem como ofen<strong>de</strong>r a morte por serem impermeáveis<br />
à vida.<br />
Continua a escrever? Tem algum trabalho<br />
preparado para publicação?<br />
Não paro <strong>de</strong> escrever, sobretudo coisas<br />
curtas. Aguardam-se uma ou outra novida<strong>de</strong>,<br />
mas é cedo para falar disso. Neste momento,<br />
enquanto, aguardo a estreia <strong>de</strong> algumas<br />
curtas-metragens <strong>de</strong> animação que fiz com<br />
João Fazenda, Daniel Lima e Tiago Albuquerque,<br />
ocupo-me com os cartoons animados <strong>de</strong><br />
www.spamcartoon.com.<br />
Sendo um amante <strong>de</strong> BD, quais são os<br />
novos talentos nacionais em que <strong>de</strong>vemos<br />
ficar <strong>de</strong> olho?<br />
Não <strong>de</strong>vemos per<strong>de</strong>r as próximas páginas<br />
da Susa Monteiro e do Luís Henriques.<br />
Jacinto Silva Duro<br />
Pág: 31<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,80 x 38,32 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
entrevista<br />
Homem<br />
<strong>de</strong> letras e<br />
quadradinhos<br />
O jornalista João Paulo Cotrim<br />
nasceu em Lisboa, em 1965. Dirigiu<br />
a Lua Cheia, foi redactor na<br />
Cosmopolitan e participou no programa<br />
Escrita em Dia, na SIC. Assinou<br />
crónicas na TSF, coor<strong>de</strong>nador<br />
editorial da Ler e editor <strong>de</strong><br />
ficção e ensaio da revista Ícon.<br />
Faz crítica <strong>de</strong> livros no jornal<br />
Expresso e <strong>de</strong> banda <strong>de</strong>senhada<br />
na revista Magazine Artes. É autor<br />
<strong>de</strong> vários argumentos <strong>de</strong> banda<br />
<strong>de</strong>senhada para autores como<br />
Nuno Saraiva, Filipe Abranches,<br />
Alain Corbel, Jorge Colombo ou<br />
Daniel Lima. Dirigiu, entre 1996<br />
até 2002, a Be<strong>de</strong>teca <strong>de</strong> Lisboa e<br />
foi director do Salão Lisboa <strong>de</strong><br />
Ilustração e Banda Desenhada. É<br />
autor <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong> Tinta, incluído<br />
no Catálogo Oficial do Pavilhão<br />
dos Oceanos, da Expo 98, <strong>de</strong> O<br />
Perigoso Salto entre um e outro<br />
Quadradinho, e da biografia <strong>de</strong><br />
Tintim para a Visão do Século.<br />
Actualmente, é consultor do ciclo<br />
O Nazismo e a Cultura: Confrontações<br />
que está a <strong>de</strong>correr no<br />
<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>.
ID: 23875974 18-02-2009<br />
7<br />
Tiragem: 14913<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 35<br />
Cores: Cor<br />
Área: 19,01 x 26,12 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23838203 15-02-2009 | P2<br />
Orquestra<br />
<strong>de</strong> Câmara<br />
Portuguesa<br />
no CCB<br />
A Orquestra <strong>de</strong> Câmara<br />
Portuguesa apresenta, às 17h,<br />
no Pequeno Auditório do <strong>Centro</strong><br />
<strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, em Lisboa,<br />
no âmbito do ciclo O Nazismo e<br />
a Cultura, o concerto Verboten/<br />
Nicht Verboten, com música<br />
proibida e não proibida pelo<br />
regime nazi. Do programa fazem<br />
parte as obras Concerto Fúnebre,<br />
<strong>de</strong> Karl Ama<strong>de</strong>us Hartmann,<br />
Concerto para Oboé, <strong>de</strong> Richard<br />
Strauss, Partita para Cordas, <strong>de</strong><br />
Gi<strong>de</strong>on Klein, Siegfried Idyll, <strong>de</strong><br />
Richard Wagner, e Estudo para<br />
Orquestra <strong>de</strong> Cordas, <strong>de</strong> Pavel<br />
Haas. Maiores <strong>de</strong> 6. Bilhetes<br />
a 12,50 e 15 euros (sujeito aos<br />
<strong>de</strong>scontos habituais). Mais<br />
informações: 213612444.<br />
8<br />
Tiragem: 59760<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 20<br />
Cores: Cor<br />
Área: 5,22 x 13,91 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Público.pt , 15-02-2009<br />
Música proibida e não proibida<br />
Clássica<br />
13.02.2009 - Cristina Fernan<strong>de</strong>s<br />
A Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa (OCP) apresenta domingo um interessantíssimo programa inserido no ciclo "O Nazismo<br />
e a Cultura", a <strong>de</strong>correr no CCB até 1 <strong>de</strong> Março. Sob o título "Verboten/Nicht Verboten" (Proibido/Não Proibido) serão<br />
postas em confronto obras aceites pelo regime nazi e obras banidas pela mesma i<strong>de</strong>ologia. Apoiando-se na crença numa<br />
"raça ariana superior", o III Reich operou uma distinção entre "a boa música da raça alemã" e aquela que, por razões raciais<br />
ou políticas, se encontrava nos seus antípodas. Por um lado, favoreceu a transformação <strong>de</strong> Wagner, Bruckner e Beethoven<br />
em ícones. Por outro, <strong>de</strong>finiu um contracânone formado pela música escrita por autores ju<strong>de</strong>us, pelo jazz "negro" e pelos<br />
compositores mais radicais, sob a etiqueta <strong>de</strong> "música <strong>de</strong>generada".<br />
Antes <strong>de</strong> serem enviados para os campos <strong>de</strong> extermínio, os intelectuais e artistas tinham uma primeira paragem na<br />
cida<strong>de</strong>-gueto <strong>de</strong> Terezín, perto <strong>de</strong> Praga. Nesta situação encontravam-se dois dos compositores incluídos no programa da<br />
OCP: os checos Pavel Haas (1899-1944) e Gi<strong>de</strong>on Klein (1919-1945), <strong>de</strong> quem serão interpretadas o Estudo para Orquestra<br />
<strong>de</strong> Cordas, e a Partita para cordas (1944, arr. Sau<strong>de</strong>k 1990). O programa inclui também o Concerto Fúnebre, para violino e<br />
orquestra, <strong>de</strong> Karl Ama<strong>de</strong>us Hartmann (1905-1963), escrito em 1939 como reacção perante a notícia da invasão da Polónia.<br />
No campo oposto encontram-se obras como o "Idílio <strong>de</strong> Siegfried", <strong>de</strong> Richard Wagner, cujo artigo "O judaísmo na música"<br />
(Leipzig, 1850) serviu <strong>de</strong> inspiração a numerosos anti-semitas, incluindo Hitler. O caso <strong>de</strong> Richard Strauss (representado<br />
pelo Concerto para Oboé) é mais ambíguo. Para proteger os seus interesses profissionais, o compositor aceitou ser<br />
presi<strong>de</strong>nte da Reichskulturkammer (Câmara da Cultura do Reich), mas recusou-se a implementar medidas racistas e, em<br />
casos concretos, tomou partido em favor <strong>de</strong> músicos e <strong>de</strong> intelectuais perseguidos como Paul Hin<strong>de</strong>mith e Stefan Zweig<br />
(libretista da sua ópera "A mulher silenciosa").<br />
9
ID: 23832695 14-02-2009 | 24 Horas Revista<br />
10<br />
Tiragem: 63783<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 5<br />
Cores: Cor<br />
Área: 5,54 x 28,35 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Algarve Press.net , 14-02-2009<br />
MUNICÍPIO DE PORTIMÃO E CENTRO CULTURAL DE BELÉM ASSINARAM PROTOCOLOS DE<br />
COLABORAÇÃO<br />
Outras notícias:<br />
- 14.02.09<br />
O Município <strong>de</strong> Portimão assinou no passado dia 13 <strong>de</strong> Fevereiro protocolos <strong>de</strong> colaboração com a Fundação <strong>Centro</strong><br />
<strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> (CCB) e a OCP - Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa on<strong>de</strong>, entre outros projectos, se <strong>de</strong>fine uma<br />
programação comum no domínio da música erudita.<br />
O director executivo da OCP, Alexandre Dias, registou na ocasião a "importância vital <strong>de</strong> que se reveste o protocolo agora<br />
celebrado no que toca ao reforço <strong>de</strong> um dos principais objectivos da Orquestra, a formação <strong>de</strong> jovens músicos". O<br />
responsável <strong>de</strong>sta orquestra, resi<strong>de</strong>nte no CCB, assegurou que o repertório a interpretar nos concertos agendados para<br />
Portimão em 2009 "é da máxima qualida<strong>de</strong>", augurando uma "longa e profícua parceria entre as partes".<br />
Para António Mega Ferreira, presi<strong>de</strong>nte do CCB, "este acordo vem <strong>de</strong> encontro à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> alargarmos as propostas<br />
culturais a novos públicos, em termos geográficos e não só, pois não temos nenhuma espécie <strong>de</strong> vertigem exclusivista.<br />
Portimão está na primeira linha em termos <strong>de</strong> coerente investimento na cultura e, como tal, no <strong>de</strong>senvolvimento das suas<br />
pessoas".<br />
Manuel da Luz, presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Portimão, consi<strong>de</strong>ra que a parceria agora protocolada "tem pernas para andar,<br />
sendo um ponto <strong>de</strong> partida para novos projectos que levem o público a ir ao TEMPO e a outros espaços <strong>de</strong> cultura com a<br />
assiduida<strong>de</strong> com que frequentam um café".<br />
"Portimão é, no Algarve, dos municípios que mais investem na cultura. Acima <strong>de</strong> tudo, o que se preten<strong>de</strong> é um retorno<br />
social, aumentando a auto-estima das pessoas, e cultural, estimulando a sua criativida<strong>de</strong>", <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o autarca.<br />
Música e não só...<br />
O protocolo agora assinado, que contempla uma verba <strong>de</strong> 75.000,00 euros a cargo da autarquia, contempla a realização <strong>de</strong><br />
cinco concertos pela OCP, sendo que o primeiro tem lugar neste sábado, 14 <strong>de</strong> Fevereiro, a partir das 21h30 na Igreja Matriz<br />
<strong>de</strong> Portimão. Será interpretada música germânica proibida e não proibida pelo regime nazi, através das obras <strong>de</strong> Hartmann,<br />
Strauss, Klein, Wagner e Haas, num espectáculo <strong>de</strong> entrada livre integrado no ciclo do CCB "O Nazismo e a Cultura".<br />
O segundo concerto, agendado para 24 <strong>de</strong> Abril, intitula-se "Herança <strong>de</strong> Bach" e será executado a partir das 21h30 na Igreja<br />
Matriz <strong>de</strong> Portimão. Em 28 <strong>de</strong> Junho o Gran<strong>de</strong> Auditório do TEMPO recebe "Sonho <strong>de</strong> uma Noite <strong>de</strong> Verão", <strong>de</strong> Félix<br />
Men<strong>de</strong>lssohn Bartholdy, num concerto marcado para as 21h30.<br />
De 28 <strong>de</strong> Setembro a 4 <strong>de</strong> Outubro, <strong>de</strong>corre uma semana <strong>de</strong> residência da OCP em Portimão. Nesse período terá lugar um<br />
concerto no dia 4 <strong>de</strong> Outubro, às 21h30, na Igreja Matriz, integrado nas comemorações do Dia Mundial da Música.<br />
A <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira actuação <strong>de</strong>sta temporada será o Concerto <strong>de</strong> Natal aprazado para 22 <strong>de</strong> Dezembro, às 21h00, na Igreja Matriz<br />
<strong>de</strong> Portimão.<br />
Outro projecto que resulta da colaboração entre o Município <strong>de</strong> Portimão e o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> é o Ensemble<br />
Schostakovich, agrupamento musical associado ao CCB que, <strong>de</strong>pois do concerto realizado no passado dia 1 <strong>de</strong> Fevereiro,<br />
regressará a Portimão nos dias 7 <strong>de</strong> Junho e 29 <strong>de</strong> Novembro, integrado no <strong>Ciclo</strong> "Dípticos Musicais".<br />
Uma das ambições do TEMPO - Teatro Municipal <strong>de</strong> Portimão é assumir-se como um projecto <strong>de</strong> referência nacional no<br />
domínio das artes performativas, constituindo-se como um pólo regional <strong>de</strong> circulação artística.<br />
Neste quadro, o TEMPO tem vindo a <strong>de</strong>senvolver com o CCB uma cumplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação que se traduzirá já no<br />
próximo mês <strong>de</strong> Março na organização do Festival Fervor <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />
A nível da música, para além dos protocolos agora celebrados, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já adiantar que a temporada do TEMPO<br />
encerrará a 17 <strong>de</strong> Julho com um concerto organizado em parceria com o CCB e que reunirá Marsalis Brasilianos e a<br />
Orquestra Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa. Dedicado a Heitor Villa-Lobos, consi<strong>de</strong>rado a voz do Brasil e autor do famoso tema<br />
"Fantasia" entre inúmeros sucessos, o concerto celebrará o 50º aniversário do falecimento do compositor.<br />
Entretanto, encontra-se em preparação um protocolo <strong>de</strong> colaboração entre a Fábrica das Artes do CCB e o TEMPO, visando<br />
que artistas e profissionais das áreas educativa e cultural orientem oficinas criativas a quantos <strong>de</strong>sejem aproximar-se das<br />
artes do espectáculo.<br />
Colocado por: editor - e-mail<br />
11
Barlavento.pt , 14-02-2009<br />
Concerto da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa abre parceria Portimão/<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
Cultura<br />
Pedro Carneiro a dirigir a Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
O concerto da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa marcado para este sábado, dia 14, às 21h30, na Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão,<br />
inaugura a parceria entre a Câmara <strong>de</strong> Portimão, o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e a própria formação musical.<br />
O concerto, <strong>de</strong> entrada livre, é também o primeiro do ciclo O Nazismo e a Cultura, promovido pelo CCB, e que começa em<br />
Portimão para <strong>de</strong>pois se apresentar, no domingo, naquele espaço <strong>de</strong> cultura em Lisboa.<br />
Para dar o pontapé <strong>de</strong> saída a esta parceria, foram esta sexta-feira assinados, no Teatro Municipal <strong>de</strong> Portimão, protocolos<br />
entre a Fundação <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, a Câmara Municipal <strong>de</strong> Portimão e a Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa (OCP).<br />
Estas entida<strong>de</strong>s manifestaram assim o seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver um projecto <strong>de</strong> programação musical comum, no domínio<br />
da música erudita, que inclui cinco concertos, a realizar sequencialmente em Lisboa e Portimão.<br />
António Mega Ferreira, administrador do CCB, salientou o interesse <strong>de</strong>sta instituição na parceria com a Câmara <strong>de</strong><br />
Portimão, sublinhando ter o máximo interesse em que as iniciativas sejam vistas pelo maior número <strong>de</strong> pessoas e nos mais<br />
diversos sítios.<br />
Mega Ferreira consi<strong>de</strong>rou mesmo que projectos como o que agora liga o CCB a Portimão são utilíssimos e entusiasmantes.<br />
E fez mesmo votos <strong>de</strong> que, no futuro, seja a criação local <strong>de</strong> Portimão a ser levada ao CCB: do ponto <strong>de</strong> vista dos conteúdos<br />
estamos abertos a discutir todas as hipóteses interessantes.<br />
Este projecto, que contempla uma verba <strong>de</strong> 75 mil euros a cargo da Câmara <strong>de</strong> Portimão, visa contribuir para a formação<br />
cultural <strong>de</strong> novos públicos, sendo que o primeiro <strong>de</strong>sses concertos tem lugar neste sábado, 14 <strong>de</strong> Fevereiro, a partir das<br />
21h30 na Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão.<br />
Será interpretada música germânica proibida e não proibida pelo regime nazi, através das obras <strong>de</strong> Hartmann, Strauss, Klein,<br />
Wagner e Haas, num espectáculo <strong>de</strong> entrada livre integrado no ciclo do CCB O Nazismo e a Cultura.<br />
Alexandre Dias, director-executivo da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa, em <strong>de</strong>clarações ao barlavento.online, adiantou que<br />
esta formação foi criada em 2007, integrando 36 músicos.<br />
O concerto <strong>de</strong> abertura do ciclo O Nazismo e a Cultura, que terá lugar em Portimão e no dia seguinte se apresentará no CCB<br />
em Lisboa, faz uma espécie <strong>de</strong> confrontação entre compositores promovidos pelo III Reich e outros que foram perseguidos e<br />
mesmo assassinados pelo Regime Nazi, explicou ainda.<br />
O segundo concerto, agendado para 24 <strong>de</strong> Abril, intitula-se Herança <strong>de</strong> Bach e terá lugar a partir das 21h30 na Igreja Matriz<br />
<strong>de</strong> Portimão.<br />
A 28 <strong>de</strong> Junho, o Gran<strong>de</strong> Auditório do Tempo recebe Sonho <strong>de</strong> uma Noite <strong>de</strong> Verão, <strong>de</strong> Félix Men<strong>de</strong>lssohn Bartholdy, num<br />
concerto marcado para as 21h30.<br />
De 28 <strong>de</strong> Setembro a 4 <strong>de</strong> Outubro, <strong>de</strong>corre uma semana <strong>de</strong> residência da OCP, tanto no Tempo como na Igreja Matriz <strong>de</strong><br />
Portimão. Nesse período, terá lugar um concerto no dia 4 <strong>de</strong> Outubro, às 21h30, na Igreja Matriz, integrado nas<br />
comemorações do Dia Mundial da Música.<br />
A <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>ira actuação <strong>de</strong>sta temporada será o Concerto <strong>de</strong> Natal aprazado para 22 <strong>de</strong> Dezembro, às 21h00, na Igreja Matriz<br />
<strong>de</strong> Portimão.<br />
Outro projecto que resulta da colaboração entre o Município <strong>de</strong> Portimão e o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> é o Ensemble<br />
Schostakovich, agrupamento musical associado ao CCB que, <strong>de</strong>pois do concerto realizado no passado dia 1 <strong>de</strong> Fevereiro,<br />
regressará a Portimão nos dias 7 <strong>de</strong> Junho e 29 <strong>de</strong> Novembro, integrado no <strong>Ciclo</strong> Dípticos Musicais.<br />
O Ensemble foi criado pelo pianista Filipe Pinto-Ribeiro em 2006, ano do centenário do nascimento do compositor Dmitri<br />
Schostakovich, e aborda um vasto repertório com obras <strong>de</strong> diversos compositores, <strong>de</strong> Johann Sebastian Bach a Robert<br />
Schumann, <strong>de</strong> Ludwig van Beethoven a Sofia Gubaidulina, <strong>de</strong> Johannes Brahms a Maurice Ravel.<br />
Mas a colaboração entre Portimão e o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> vai ter outro capítulo importante já em Março, com o<br />
Festival Fervor <strong>de</strong> Buenos Aires, que partilha artes performativas e intérpretes entre o Teatro Municipal Tempo e o CCB.<br />
PROGRAMA:<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
14 <strong>de</strong> Fevereiro<br />
12
21h30<br />
"Música germânica"<br />
Local: Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
24 <strong>de</strong> Abril<br />
21h30<br />
"Herança <strong>de</strong> Bach"<br />
Local: Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
28 <strong>de</strong> Junho<br />
21h30<br />
"Sonho <strong>de</strong> uma noite <strong>de</strong> Verão"<br />
Local: Auditório Municipal <strong>de</strong> Portimão<br />
4 <strong>de</strong> Outubro<br />
21h30<br />
Concerto<br />
Local: Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
22 <strong>de</strong> Dezembro<br />
21h00<br />
Concerto <strong>de</strong> Natal<br />
Local: Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
Ensemble Schostakovich<br />
7 <strong>de</strong> Junho<br />
19h00<br />
<strong>Ciclo</strong> "Dípticos Musicais"<br />
Ensemble Schostakovich - 6teto<br />
1.ª parte - Joseph Haydn: Quarteto <strong>de</strong> Cordas Op. 76 N. 3 "Imperador"<br />
2.ª parte - Félix Men<strong>de</strong>lssohn: Sexteto com Piano Op. 110<br />
Local: Igreja do Colégio<br />
29 <strong>de</strong> Novembro<br />
19h00<br />
<strong>Ciclo</strong> "Dípticos Musicais"<br />
Ensemble Schostakovich - Trio<br />
1.ª parte - Ludwig van Beethoven: Trio com Piano Op. 70 N. 1 "Fantasma"<br />
2.ª parte - Piotr Tchaikovsky: Trio com Piano Op. 50 "Em memória <strong>de</strong> um Gran<strong>de</strong> Artista"<br />
Local: Igreja do Colégio<br />
14 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2009 | 12:11<br />
barlavento<br />
13
Expresso.pt , 14-02-2009<br />
Verboten/ Nicht Verboten (Proibido/ Não Proibido)<br />
No âmbito do ciclo O Nazismo e a Cultura: Confrontações, a Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa oferece ao público a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contrapor a música proibida à não proibida pelo regime nazi, através das obras <strong>de</strong> Hartmann, Strauss, Klein,<br />
Wagner e Haas.<br />
Haas e Klein, com uma linguagem influenciada pelo jazz e pelo folclore da sua Checoslováquia natal, misturam nas suas<br />
obras influências <strong>de</strong> Janácek, Kodaly e Szymanowski numa música viva, esplendorosa, cheia <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> expectativa.<br />
Hartmann, consi<strong>de</strong>rado por muitos como o maior sinfonista alemão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Brahms, oferece-nos uma originalida<strong>de</strong><br />
musical, através <strong>de</strong> uma escrita reveladora <strong>de</strong> uma técnica notável. Os três foram verboten (proibidos). Wagner e Strauss são<br />
dois mestres que representam o expoente máximo da cultura musical alemã, incluídos nos clássicos favoritos do Terceiro<br />
Reich (nicht verboten, portanto), que os consi<strong>de</strong>rava <strong>de</strong> acordo com o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> ´pureza´ do nazismo.<br />
Ficha Técnica<br />
Data <strong>de</strong> Estreia<br />
Domingo, 15 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2009<br />
Género<br />
Outro<br />
Intérprete<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
On<strong>de</strong><br />
<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
Data<br />
15 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 2009<br />
Horário<br />
Domingo 17:00<br />
14
ID: 23817360 13-02-2009 | Ípsilon<br />
Concertos<br />
Ensaios sobre<br />
a fantasmagoria<br />
U.S. Girls + Coclea<br />
Lisboa. Galeria Zé dos Bois. Rua da Barroca, 59 -<br />
Bairro Alto. Sáb. às 23h00. Tel.: 213430205. 8€.<br />
É <strong>de</strong> uma nu<strong>de</strong>z quase total, a<br />
música <strong>de</strong> Megan Remy, a senhora<br />
norte-americana conhecida<br />
artisticamente como U.S. Girls, que<br />
actua amanhã na Galeria Zé dos Bois,<br />
Internet<br />
em Lisboa. Em “Introducing” (disco<br />
<strong>de</strong> estreia lançado em 2008, o<br />
trabalho com mais exposição <strong>de</strong> uma<br />
discografia em que figuram outros<br />
registos mais obscuros), ouvem-se<br />
fantasmagorias que nos recordam <strong>de</strong><br />
Grouper, estilhaços rock<br />
estranhamente texturais (a culpa, em<br />
boa parte, é da produção roufenha),<br />
cânticos angustiantes atirados a uma<br />
pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> dissonância, canções que<br />
se tornam etéreas apesar da<br />
simplicida<strong>de</strong> da sua construção.<br />
Megan gravou estas canções num<br />
Estamos online. Clique em<br />
www.ipsilon.pt. É o mesmo<br />
suplemento, é outro <strong>de</strong>safi o.<br />
Venha construir este site<br />
connosco.<br />
gravador <strong>de</strong> quatro pistas que<br />
alguém lhe ofereceu, fez um CD-R <strong>de</strong><br />
circulação muito limitada que Tom<br />
Lax, o patrão da Siltbreeze, editora<br />
fundamental da música rock<br />
marginal, ouviu e <strong>de</strong>cidiu reeditar<br />
em vinil. É um álbum que não é pop,<br />
longe disso, mas que namora com a<br />
música popular: Megan assina<br />
versões <strong>de</strong> “Days”, dos Kinks, em<br />
que do original se conserva apenas a<br />
melodia vocal (tudo o resto é<br />
percussão primitiva), e <strong>de</strong> “Prove it<br />
all night”, <strong>de</strong> Bruce Springsteen,<br />
15<br />
Tiragem: 58094<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
transformada num lamento<br />
nocturno (ao vivo, costuma também<br />
pegar em “I can hear music”,<br />
popularizada pelas Ronettes e pelos<br />
Beach Boys). Na primeira parte<br />
estará o português Guilherme<br />
Gonçalves com o seu veículo a solo<br />
Coclea, em que explora as<br />
proprieda<strong>de</strong>s psicotrópicas das seis<br />
cordas electrificadas e <strong>de</strong> um<br />
“stylophone” (um pequeno<br />
sintetizador que se toca com uma<br />
caneta), em longas e hipnóticas<br />
peças. P. R.<br />
Pág: 50<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,90 x 36,05 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
U.S.Girls, aliás, Megan Remy<br />
Clássica<br />
Música<br />
proibida e<br />
não proibida<br />
Obras aceites e banidas<br />
pelos nazis no CCB. Cristina<br />
Fernan<strong>de</strong>s<br />
Verboten/Nicht Verboten<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
Adrian Florescu (violino)<br />
El<strong>de</strong>vina Materula (oboé)<br />
Pedro Carneiro (direcção)<br />
Lisboa, Pequeno Auditório do CCB,<br />
dia 15, às 17h.<br />
A Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
(OCP) apresenta domingo um<br />
interessantíssimo programa inserido<br />
no ciclo “O Nazismo e a <strong>Cultura”</strong>, a<br />
<strong>de</strong>correr no CCB até 1 <strong>de</strong> Março. Sob o<br />
título “Verboten/Nicht Verboten”<br />
(Proibido/Não Proibido) serão postas<br />
em confronto obras aceites pelo<br />
regime nazi e obras banidas pela<br />
mesma i<strong>de</strong>ologia. Apoiando-se na<br />
crença numa “raça ariana superior”, o<br />
III Reich operou uma distinção entre<br />
“a boa música da raça alemã” e aquela<br />
que, por razões raciais ou políticas, se<br />
encontrava nos seus antípodas. Por<br />
um lado, favoreceu a transformação<br />
<strong>de</strong> Wagner, Bruckner e Beethoven em<br />
ícones. Por outro, <strong>de</strong>finiu um<br />
contracânone formado pela música<br />
escrita por autores ju<strong>de</strong>us, pelo jazz<br />
“negro” e pelos compositores mais<br />
radicais, sob a etiqueta <strong>de</strong> “música<br />
<strong>de</strong>generada”.<br />
Antes <strong>de</strong> serem enviados para os<br />
campos <strong>de</strong> extermínio, os intelectuais<br />
e artistas tinham uma primeira<br />
paragem na cida<strong>de</strong>-gueto <strong>de</strong> Terezín,<br />
perto <strong>de</strong> Praga. Nesta situação<br />
encontravam-se dois dos<br />
compositores incluídos no programa<br />
da OCP: os checos Pavel Haas (1899-<br />
1944) e Gi<strong>de</strong>on Klein (1919-1945), <strong>de</strong><br />
quem serão interpretadas o Estudo<br />
para Orquestra <strong>de</strong> Cordas, e a Partita<br />
para cordas (1944, arr. Sau<strong>de</strong>k 1990).<br />
O programa inclui também o<br />
Concerto Fúnebre, para violino e<br />
orquestra, <strong>de</strong> Karl Ama<strong>de</strong>us<br />
Hartmann (1905-1963), escrito em<br />
1939 como reacção perante a notícia<br />
da invasão da Polónia.<br />
No campo oposto encontram-se<br />
obras como o “Idílio <strong>de</strong> Siegfried”, <strong>de</strong><br />
Richard Wagner, cujo artigo “O<br />
judaísmo na música” (Leipzig, 1850)<br />
serviu <strong>de</strong> inspiração a numerosos antisemitas,<br />
incluindo Hitler. O caso <strong>de</strong><br />
Richard Strauss (representado pelo<br />
Concerto para Oboé) é mais ambíguo.<br />
Para proteger os seus interesses<br />
profissionais, o compositor<br />
aceitou ser presi<strong>de</strong>nte da<br />
Reichskulturkammer (Câmara da<br />
Cultura do Reich), mas recusou-se a<br />
implementar medidas racistas e, em<br />
casos concretos, tomou partido em<br />
favor <strong>de</strong> músicos e <strong>de</strong> intelectuais<br />
perseguidos como Paul Hin<strong>de</strong>mith e<br />
Stefan Zweig (libretista da sua ópera<br />
“A mulher silenciosa”).
Público.pt , 13-02-2009<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa: Verboten/Nicht Verboten (Lisboa)<br />
DR<br />
Pedro Carneiro<br />
O agrupamento contribui para o ciclo "O Nazismo e a Cultura: Confrontações" com um concerto que junta obras proibidas<br />
(em alemão, "verboten") pelo regime nazi com outras não proibidas ("nicht verboten"). O primeiro grupo é representado por<br />
Haas, Klein e Hartmann; o segundo, por Wagner e Strauss.<br />
PUBLICO.PT<br />
TELEFONE<br />
213612400<br />
LOCAL<br />
Lisboa, <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> - Praça do Império<br />
HORARIOS<br />
Dia 15-02-2009<br />
Domingo às 17h00<br />
PREÇO<br />
12,5? a 15? (sujeito a <strong>de</strong>scontos).<br />
OBSERVAÇÕES<br />
No Pequeno Auditório. <strong>Ciclo</strong> O Nazismo e A Cultura: Confrontações. Obras <strong>de</strong> Hartmann, Strauss, Klein, Wagner e Haas.<br />
M/6.<br />
SOLISTA/S<br />
Adrian Florescu (violino), El<strong>de</strong>vina Materula (oboé)<br />
DIRECÇÃO MUSICAL<br />
Pedro Carneiro<br />
Se algum <strong>de</strong>stes dados não estiver correcto,.<br />
16
Jornal <strong>de</strong> Leiria<br />
ID: 23808326 12-02-2009<br />
DR<br />
<strong>Ciclo</strong> no CCB: o nazismo e a cultura<br />
17<br />
Tiragem: 15000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 34<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 21,39 x 14,56 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
O nazismo e a cultura: confrontações<br />
é o título <strong>de</strong> um ciclo<br />
<strong>de</strong> cinema, conferências, exposições<br />
e leituras que o <strong>Centro</strong><br />
<strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, em Lisboa,<br />
está a levar a cabo até domingo.<br />
Entre o auto-<strong>de</strong>-fé <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong><br />
Maio <strong>de</strong> 1933, no qual se queimaram<br />
20 mil livros, e a abertura<br />
da exposição Entartete Kunst<br />
(Arte Degenerada), em Maio <strong>de</strong><br />
1938, situam-se as etapas fundamentais<br />
que <strong>de</strong>finem a apropriação<br />
e submissão do mundo<br />
da cultura ao III Reich. A exaltação<br />
da música e a perseguição<br />
ao pensamento, o fascínio<br />
pela arquitectura, o uso dos meios<br />
audiovisuais e a subordinação<br />
da criação artística aos ditames<br />
do po<strong>de</strong>r, são os traços marcantes<br />
<strong>de</strong> um dos períodos mais<br />
negros da cultura europeia e <strong>de</strong>ste<br />
ciclo, cujo consultor é João<br />
Paulo Cotrim.
Postal do Algarve<br />
ID: 23805871 12-02-2009<br />
18<br />
Tiragem: 11264<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 19<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 18,21 x 18,13 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23799344 12-02-2009 | Guia Para a Semana Sul<br />
19<br />
Tiragem: 63000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 38<br />
Cores: Cor<br />
Área: 7,53 x 16,53 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 4
ID: 23799344 12-02-2009 | Guia Para a Semana Sul<br />
20<br />
Tiragem: 63000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 39<br />
Cores: Cor<br />
Área: 10,26 x 16,68 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 4
ID: 23799344 12-02-2009 | Guia Para a Semana Sul<br />
21<br />
Tiragem: 63000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 40<br />
Cores: Cor<br />
Área: 10,29 x 16,53 cm²<br />
Corte: 3 <strong>de</strong> 4
ID: 23799344 12-02-2009 | Guia Para a Semana Sul<br />
22<br />
Tiragem: 63000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 41<br />
Cores: Cor<br />
Área: 5,15 x 17,52 cm²<br />
Corte: 4 <strong>de</strong> 4
CNC- <strong>Centro</strong> Nacional <strong>de</strong> Cultura.pt , 11-02-2009<br />
A Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão recebe na noite <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Fevereiro um concerto a cargo da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa,<br />
composto integralmente por música germânica, no âmbito do ciclo do CCB - <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> "O Nazismo e a<br />
Cultura"<br />
A Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão recebe na noite <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Fevereiro um concerto a cargo da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa,<br />
composto integralmente por música germânica, no âmbito do ciclo do CCB - <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> "O Nazismo e a<br />
Cultura".<br />
Descrição<br />
14 <strong>de</strong> Fevereiro - 21h30<br />
Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão<br />
A Igreja Matriz <strong>de</strong> Portimão recebe na noite <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Fevereiro um concerto a cargo da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa,<br />
composto integralmente por música germânica, no âmbito do ciclo do CCB - <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> "O Nazismo e a<br />
Cultura".<br />
A orquestra, resi<strong>de</strong>nte no CCB, oferece em estreia ao público <strong>de</strong> Portimão a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confrontar a música proibida e<br />
não proibida pelo regime nazi, através das obras <strong>de</strong> Hartmann, Strauss, Klein, Wagner e Haas, num espectáculo <strong>de</strong> entrada<br />
livre, marcado para as 21h30.<br />
Os solistas Adrian Florescu (violino) e El<strong>de</strong>vina Materula (oboé), acompanhados pela Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
dirigida por Pedro Carneiro, interpretarão na primeira parte o "Concerto Fúnebre", <strong>de</strong> Karl Ama<strong>de</strong>us Hartmann e "Siegfried<br />
Idyll", <strong>de</strong> Richard Wagner. Após o intervalo, serão interpretados o "Estudo para Orquestra <strong>de</strong> Cordas", <strong>de</strong> Pavel Haas, o<br />
"Concerto para Oboé", <strong>de</strong> Richard Strauss e a "Partita para Cordas" <strong>de</strong> Gi<strong>de</strong>on Klein.<br />
Haas e Klein, com uma linguagem inspirada no jazz e no folclore da sua Checoslováquia natal, misturam influências <strong>de</strong><br />
Janacek, Kodaly e Szymanowski numa música viva, esplendorosa, cheia <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> expectativa.<br />
Hartmann, consi<strong>de</strong>rado por muitos como o maior sinfonista alemão <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Brahms, propõe uma assumida originalida<strong>de</strong><br />
musical, através da sua escrita <strong>de</strong> técnica notável. Os três foram "verboten" (proibidos) pelo Nacional-Socialismo alemão.<br />
Wagner e Strauss são dois mestres representantes do expoente máximo da cultura musical germânica, incluídos nos<br />
clássicos favoritos do Terceiro Reich ("nicht verboten", portanto), que os consi<strong>de</strong>rava arautos dos i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> ´pureza´<br />
preconizados pelo nazismo.<br />
Neste ano <strong>de</strong> 2009, a Câmara Municipal <strong>de</strong> Portimão é o novo parceiro institucional da Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa,<br />
que estreará na cida<strong>de</strong> algarvia os programas a apresentar no CCB.<br />
Tipo <strong>de</strong> Evento<br />
Música<br />
Web Site<br />
http://www.cm-portimao.pt<br />
14-02-2009<br />
Distrito: Faro<br />
Concelho: Portimão<br />
23
ID: 23786413 11-02-2009 | Algarve<br />
24<br />
Tiragem: 151203<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 40<br />
Cores: Cor<br />
Área: 13,89 x 12,09 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Região Sul<br />
ID: 23791336 11-02-2009<br />
25<br />
Tiragem: 5600<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 24<br />
Cores: Cor<br />
Área: 13,81 x 19,80 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Sic Online.pt , 11-02-2009<br />
Fábrica das Artes propõe a experiência <strong>de</strong> viver num bunker<br />
Publicação: 11-02-2009 17:19 | Última actualização: 11-02-2009 17:35<br />
<strong>Ciclo</strong> "Nazismo e Cultura" no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
Experimentar viver num bunker é a proposta da Fábrica das Artes do <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>. A iniciativa insere-se no<br />
ciclo, que <strong>de</strong>corre este mês, <strong>de</strong>dicado à cultura no tempo do nazismo.<br />
SIC<br />
Experimentar viver num bunker é uma das iniciativas do ciclo "Nazismo e Cultura", patente no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> Fevereiro, e a proposta da Fábrica das Artes.<br />
O tema forte <strong>de</strong>stas oficinas bunker é o medo, procurando recriar a vida <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um bunker da Segunda Guerra Mundial.<br />
O objectivo principal da fábrica das bandas sonoras é transformar objectos que po<strong>de</strong>riam ser encontrados num bunker em<br />
instrumentos musicais,"algo com que nós conseguíssemos compor", explica Nuno Cintrão, músico.<br />
Para a criação das bandas sonoras do medo, completamente improvisadas, os objectos recolhidos são variados: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> canos<br />
a panelas, passando por lajes, cabos <strong>de</strong> vassoura, cordas ou utensílios <strong>de</strong> cozinha.<br />
A experiência é a<strong>de</strong>quada para crianças, adultos e mesmo seniores - estão disponíveis ateliers para maiores <strong>de</strong> 65 anos. Se<br />
para os mais novos esta é uma experiência <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, os mais velhos encaram-na como uma forma <strong>de</strong> recordar e<br />
ensinar.<br />
Com activida<strong>de</strong>s dirigidas a vários públicos, a Fábrica das Artes procura mostrar novos olhares sobre o nazismo, trazendo<br />
para o presente questões antigas que continuam a ser actuais.<br />
"Porquê falar hoje em dia do nazismo? Às vezes para apren<strong>de</strong>rmos, para quem não sabe, outras vezes para não nos<br />
esquecermos e sobretudo para valorizarmos a liberda<strong>de</strong> que temos e a po<strong>de</strong>rmos preservar a reflectir sobre ela", relembra<br />
Madalena Wallenstein, coor<strong>de</strong>nadora da Fábrica das Artes.<br />
As Oficinas Bunker estão na Fábrica das Artes até ao final <strong>de</strong> Fevereiro.<br />
26
ID: 23785746 11-02-2009<br />
27<br />
Tiragem: 14913<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 63-64<br />
Cores: Cor<br />
Área: 14,37 x 25,20 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23755170 09-02-2009<br />
28<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 45<br />
Cores: Cor<br />
Área: 21,24 x 20,24 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23754774 09-02-2009 | P2<br />
O Nazismo e a<br />
Cultura no CCB<br />
No <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>,<br />
em Lisboa, está a <strong>de</strong>correr, até<br />
1 <strong>de</strong> Março, o ciclo O Nazismo<br />
e a Cultura Confrontações,<br />
uma iniciativa que tem como<br />
consultor João Paulo Cotrim e que<br />
apresenta a exposição Quanto<br />
Vale a Liberda<strong>de</strong>?, conferências,<br />
concertos e oficinas para<br />
crianças e adultos. E ainda um<br />
ciclo <strong>de</strong> cinema, comissariado<br />
por João Lopes, que começa hoje<br />
às 21h na Sala Sophia <strong>de</strong> Mello<br />
Breyner, com os filmes Noite e<br />
Nevoeiro, <strong>de</strong> Alain Resnais (1955),<br />
Einleitung zu arnold schoenbergs<br />
begleitmusik zu einer<br />
lichtspielscene, <strong>de</strong> Danièle Huillet<br />
e Jean-Marie Straub (1972),<br />
e O Jovem Torless, <strong>de</strong> Volker<br />
Schlöndorff (1966). Prossegue<br />
todas as noites (excepto dia<br />
12), até dia 14. Bilhetes a 2<br />
(uma sessão) e 4 euros (todo<br />
o ciclo). Mais informações:<br />
213612400/213612444.<br />
29<br />
Tiragem: 59760<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 16<br />
Cores: Cor<br />
Área: 5,37 x 15,58 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23744216 07-02-2009<br />
30<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 44<br />
Cores: Cor<br />
Área: 28,11 x 36,65 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23746147 07-02-2009 | Actual Norte<br />
31<br />
Tiragem: 77500<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 31<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 15,31 x 31,07 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 3
ID: 23746147 07-02-2009 | Actual Norte<br />
32<br />
Tiragem: 77500<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 32<br />
Cores: Cor<br />
Área: 24,63 x 29,39 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 3
ID: 23746147 07-02-2009 | Actual Norte<br />
33<br />
Tiragem: 77500<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 33<br />
Cores: Cor<br />
Área: 9,95 x 29,05 cm²<br />
Corte: 3 <strong>de</strong> 3
ID: 23727885 06-02-2009<br />
34<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 42<br />
Cores: Cor<br />
Área: 3,28 x 17,48 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23730087 06-02-2009 | Weekend<br />
35<br />
Tiragem: 16528<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Economia, Negócios e.<br />
Pág: 2<br />
Cores: Cor<br />
Área: 8,96 x 11,31 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23731184 06-02-2009 | Ípsilon<br />
Cinema<br />
Tiragem: 58094<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 15<br />
Cores: Cor<br />
Área: 27,36 x 36,67 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 4<br />
Pela Alemanha<br />
Nos últimos anos tornou-se conhecida a história dos ofi ciais alemães que resistiram aos<br />
nazis. Homens como Claus von Stauff enberg, que sacrifi caram tudo para tentar assassinar<br />
Hitler. “Valquíria”, o fi lme, conta a história <strong>de</strong>le. Alexandra Prado Coelho<br />
“Estou envolvido em alta traição por<br />
todos os meios ao meu dispor”, dizia.<br />
Claus von Stauffenberg não era homem<br />
<strong>de</strong> meias- palavras. Nem <strong>de</strong> meiasacções.<br />
E há muito que tomara a sua<br />
<strong>de</strong>cisão: Hitler tinha que ser morto. O<br />
futuro da Alemanha <strong>de</strong>pendia disso.<br />
Quando vários oficiais alemães<br />
envolvidos em diversas tentativas para<br />
assassinar o Fuhrer começavam a<br />
<strong>de</strong>sesperar com os sucessivos falhanços,<br />
Stauffenberg foi o homem certo<br />
no momento certo. Tornou-se o protagonista<br />
<strong>de</strong> um dia alucinante - 20 <strong>de</strong><br />
Julho <strong>de</strong> 1944 - em que a (até agora<br />
ignorada) resistência interna alemã<br />
esteve a ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar o regime<br />
nazi.<br />
Nesse 20 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1944 em que<br />
a História po<strong>de</strong>ria ter mudado cada<br />
minuto contou. Tom Cruise tem dito<br />
em várias entrevistas que, quando<br />
Bryan Singer lhe <strong>de</strong>u o argumento <strong>de</strong><br />
“Valquíria”, convidando-o para fazer<br />
<strong>de</strong> Stauffenberg, não conseguiu parar<br />
<strong>de</strong> ler. “Valquíria” é (também) um<br />
“thriller”. Uma corrida contra o tempo<br />
em que Stauffenberg, um dos poucos<br />
oficiais com acesso directo a Hitler,<br />
consegue <strong>de</strong>ixar uma mala com explosivos<br />
aos pés do ditador. O Terceiro<br />
Reich po<strong>de</strong>ria ter acabado ali. Mas<br />
algo não correu <strong>de</strong> acordo com o<br />
plano.<br />
Uma <strong>de</strong>cisão irreversível<br />
Claus von Stauffenberg veio <strong>de</strong> uma<br />
infância dourada. Nas fotografias<br />
<strong>de</strong>sse início do século XX, aparece,<br />
ao lado dos dois irmãos, vestidos<br />
<strong>de</strong> igual, camisa com gola branca<br />
que lhes cobre os ombros, calções,<br />
meias brancas, sapatos com<br />
fivelas, três pequenos príncipes.<br />
Conta-se que quando conheceu<br />
os três filhos do con<strong>de</strong> Alfred<br />
Schenk von Stauffenberg e da<br />
con<strong>de</strong>ssa Carolina von Stauffenberg,<br />
o poeta Rainer Maria Rilke<br />
ficou encantado com os três<br />
rapazes e previu-lhes futuro brilhante.<br />
“Devoram romances ingleses<br />
O Terceiro Reich po<strong>de</strong>ria ter acabado no dia 20 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1944<br />
36<br />
e montam peças <strong>de</strong> teatro”, escreveu<br />
Irina <strong>de</strong> Chikoff sobre os jovens Stauffenberg,<br />
num número especial da<br />
revista “Le Figaro” sobre a Operação<br />
Valquíria. “Recentemente fizeram<br />
‘Júlio César’, <strong>de</strong> Shakespeare. Claus<br />
era Lucius. Mas amam sobretudo a<br />
música. Por vezes, os rapazes dão,<br />
para os pais e alguns amigos íntimos,<br />
um concerto. Berthold ao piano. Alexan<strong>de</strong>r<br />
toca violino. E Claus é o violoncelista.<br />
Fala mesmo em tornar-se<br />
um virtuoso ou um compositor”. Estávamos<br />
em 1907 e a guerra - qualquer<br />
uma <strong>de</strong>las - ainda vinha longe.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, já <strong>de</strong>pois da I Guerra,<br />
os irmãos Stauffenberg entraram no<br />
círculo do poeta Stefan George, figura<br />
que marcaria Claus. Conta Chikoff que<br />
quando se tornou um jovem oficial do<br />
Reichswehr, o Exército alemão da<br />
República <strong>de</strong> Weimar, Claus repetia<br />
para si próprio os versos <strong>de</strong> Stefan<br />
George: “Serei o soldado das guerras<br />
justas,/ Re<strong>de</strong>ntor do mundo;/Serei o<br />
teu servidor e o teu cavaleiro”.<br />
Criado nos valores da pátria, da<br />
honra, na herança do velho Exército<br />
prussiano, Claus assistiu entre o<br />
curioso e o céptico à ascensão <strong>de</strong><br />
Hitler e do Partido Nazi. No entanto,<br />
em 1933, segundo Chitoff, ele ainda<br />
não partilhava do “<strong>de</strong>sprezo [...] da<br />
maior parte dos aristocratas das<br />
antigas gerações pelo lí<strong>de</strong>r nacional-socialista”.<br />
Ainda estava disposto<br />
a dar o benefício da dúvida<br />
ao homem que parecia oferecer<br />
ao povo alemão uma nova espe-<br />
Criado nos valores<br />
da pátria, da<br />
honra, na<br />
herança do<br />
Exército<br />
prussiano,<br />
Claus assistiu<br />
entre o curioso<br />
e o céptico à<br />
ascensão <strong>de</strong><br />
Hitler e do<br />
Partido Nazi<br />
rança para sair da humilhação da <strong>de</strong>rrota<br />
na I Guerra.<br />
Mas a barbárie da Noite <strong>de</strong> Cristal,<br />
entre 9 e 10 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 1938,<br />
com a <strong>de</strong>struição das sinagogas e a<br />
perseguição dos ju<strong>de</strong>us, foi, para<br />
Claus, um ponto <strong>de</strong> viragem. “Sou um<br />
soldado. Sirvo o meu país. Mas ao servir<br />
o meu país traí a minha consciência”.<br />
E toma uma <strong>de</strong>cisão irreversível.<br />
Um oficial que o conheceu na época<br />
diz que ele “há muito rejeitara qualquer<br />
luta interior: sabia que a sua<br />
causa era justa, mesmo se um dia a<br />
História o tomasse como traidor”.<br />
Tal como ele, outros oficiais do<br />
Exército alemão estavam a chegar às<br />
mesmas conclusões. Quando Claus<br />
voltou à Alemanha, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<br />
sofrido, na Tunísia, ferimentos que<br />
lhe custam uma mão, dois <strong>de</strong>dos da<br />
outra, e um dos olhos, o seu caminho<br />
fê-lo cruzar-se com estes homens -<br />
figuras como o general Henning von<br />
Tresckow (Kenneth Branagh, no<br />
filme), que consi<strong>de</strong>rava Hitler “o maior<br />
criminoso”, o general Friedrich Olbricht<br />
(Bill Nighy), ou o coronel Mertz<br />
von Quirnheim (Christian Berkel).<br />
Já tinha havido outras tentativas <strong>de</strong><br />
assassinar Hitler, sempre falhadas.<br />
Desta vez, Stauffenberg tornou-se personagem<br />
central <strong>de</strong> uma complicada<br />
conspiração. Foi sua a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> usar a<br />
Operação Valquíria, criada pelo próprio<br />
regime para ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada<br />
em caso <strong>de</strong> assassínio <strong>de</strong> Hitler. O<br />
plano que propôs era arriscado: matar<br />
o Fuhrer, fazendo crer que fora um<br />
golpe das SS, a sua guarda pretoriana.<br />
A partir do momento em que sua<br />
morte fosse anunciada, seria <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada<br />
a Operação Valquíria, que,<br />
através da mobilização imediata do<br />
exército na reserva, permitiria aos<br />
golpistas tomar Berlim e assumir o<br />
governo da Alemanha.<br />
Foi o próprio Stauffenberg, acompanhado<br />
pelo seu ajudante-<strong>de</strong>-campo,<br />
Werner von Haeften, que levou a<br />
bomba até Hitler. A oportunida<strong>de</strong>:<br />
uma reunião na Toca do Lobo, com<br />
as chefias militares mais importantes.<br />
Mas, como lembra no filme o general<br />
Ludwig Beck, “nunca nada corre<br />
segundo o plano”. E foi assim mais<br />
uma vez. Por causa do calor que se<br />
fazia sentir nesse 20 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1944,<br />
a reunião foi transferida do “bunker”<br />
para um pavilhão com janelas.<br />
Stauffenberg conseguiu entrar<br />
Tom Cruise<br />
e o verda<strong>de</strong>iro<br />
Claus von<br />
Stauffenberg
ID: 23731184 06-02-2009 | Ípsilon<br />
com a bomba, colocá-la junto <strong>de</strong><br />
Hitler e voltar a sair da sala a tempo<br />
<strong>de</strong> evitar ser atingido pela explosão.<br />
Mas a carga explosiva, que <strong>de</strong>veria ter<br />
um efeito <strong>de</strong>vastador no interior do<br />
“bunker”, num espaço com aberturas<br />
não teve o impacto esperado. Stauffenberg<br />
saiu convencido <strong>de</strong> que Hitler<br />
tinha morrido - e foi isso que garantiu<br />
aos seus companheiros quando<br />
regressou a Berlim. A Operação Valquíria<br />
foi lançada e, durante algumas<br />
horas, tudo parecia estar a correr<br />
segundo o plano.<br />
Mas Hitler não morreu. E conseguiu<br />
fazer passar as suas contra-or<strong>de</strong>ns. O<br />
plano <strong>de</strong> Stauffenberg falhou. E todos<br />
os que nele estavam envolvidos<br />
sabiam o que isso significava. Era um<br />
jogo <strong>de</strong> tudo ou nada.<br />
Os oficiais que conspiraram contra<br />
Hitler eram homens que sentiam vergonha<br />
<strong>de</strong> seguir as or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> alguém<br />
que consi<strong>de</strong>ravam um louco e um criminoso.<br />
Além disso, estes her<strong>de</strong>iros<br />
das tradições e princípios do Exército<br />
prussiano consi<strong>de</strong>ravam o Reichswehr,<br />
e portanto a si próprios,<br />
como o garante do Estado,<br />
e viam com <strong>de</strong>scontentamento<br />
a<br />
ascensão <strong>de</strong> forças<br />
paramilitares<br />
como as SS.<br />
Guerra entre dois mundos<br />
Era, também, uma guerra entre dois<br />
mundos. “Quando consi<strong>de</strong>ramos o<br />
núcleo duro dos militares operacionais<br />
e dos civis mais envolvidos na<br />
conspiração, o que chama a atenção<br />
é o facto <strong>de</strong> que os oficiais e os seus<br />
primos diplomatas que conspiram<br />
contra Hitler pertencem, na maior<br />
parte dos casos, à aristocracia”,<br />
explica Charles Daguerre num texto<br />
no mesmo número do “Figaro”.<br />
“Tinham nascido nas mesmas vilas,<br />
brincado nos mesmos castelos,<br />
tinham as mesmas tias, e tinham<br />
estado apaixonados pelas mesmas<br />
primas. Este mundo suportava mal as<br />
maneiras plebeias, ruidosas e brutais<br />
dos nazis”.<br />
Em 1944, estes homens sabiam<br />
aquilo que já não era segredo para<br />
ninguém: a guerra estava perdida para<br />
a Alemanha. Mas resistir a Hitler tornara-se<br />
uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> “escapar à<br />
ignomínia <strong>de</strong> nada ter feito”. Durante<br />
muito tempo a história da resistência<br />
interna ao regime foi esquecida. A<br />
culpa alemã era colectiva e absoluta.<br />
Só há poucos anos é que o mundo<br />
percebeu que houve homens como<br />
Stauffenberg. E, finalmente, a última<br />
esperança que restou aos conspiradores<br />
quando perceberam que tinham<br />
fracassado tornou-se realida<strong>de</strong>. A<br />
frase é do general Henning von Tresckow<br />
- e é Kenneth Branagh quem a<br />
repete no filme: “Temos que agir<br />
agora [...] senão esta será sempre a<br />
Alemanha <strong>de</strong> Hitler. Temos que mostrar<br />
ao mundo que nem todos éramos<br />
como ele”.<br />
Claus von Stauffenberg morreu,<br />
frente a um pelotão <strong>de</strong> fuzilamento,<br />
na última hora <strong>de</strong>sse 20 <strong>de</strong> Julho<br />
<strong>de</strong> 1944. “Viva a sagrada Alemanha!”,<br />
gritou antes <strong>de</strong> cair.<br />
Ver crítica <strong>de</strong> filmes págs. 35 e<br />
segs.<br />
KATJA LENZ/ AFP<br />
Leni<br />
Riefenstahl<br />
negou até ao<br />
fim a sua<br />
associação à<br />
propaganda<br />
nazi<br />
<strong>Ciclo</strong><br />
Nazismo<br />
e cultura<br />
no CCB<br />
No centro do ciclo “O<br />
Nazismo e a Cultura:<br />
Confrontações”, entre 5<br />
<strong>de</strong> Fevereiro e 1 <strong>de</strong> Março<br />
no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Belém</strong>, em Lisboa, está<br />
a ópera “Der Kaiser von<br />
Atlantis” (“O Imperador<br />
<strong>de</strong> Atlântida”, composta<br />
por Viktor Ullman no<br />
campo <strong>de</strong> concentração<br />
<strong>de</strong> Theresienstad (dias<br />
7 e 8, pela Orquestra <strong>de</strong><br />
Câmara do Ginásio Ópera,<br />
na Sala Eduardo Prado<br />
Coelho). Conta a história<br />
<strong>de</strong> um homem que quer<br />
dominar o mundo pela<br />
guerra e a violência,<br />
mas que se confronta<br />
com o facto <strong>de</strong> a Morte se<br />
recusar a colaborar com<br />
ele.<br />
O ciclo abre, dia 5,<br />
com a inauguração da<br />
exposição “Atlantikwall,<br />
arquitecturas bélicas<br />
nas praias <strong>de</strong> oci<strong>de</strong>nte”,<br />
acompanhada por<br />
uma conferência do<br />
comissário Alberto Ruiz<br />
<strong>de</strong> Samaniego.<br />
Dia 6 às 21h30,<br />
Edmundo Pedro e<br />
Aquilino Ribeiro<br />
Machado trocam<br />
“Memórias <strong>de</strong> antes,<br />
durante e <strong>de</strong>pois” da<br />
II Guerra Mundial. Há<br />
ainda conferências<br />
sobre “Thomas Mann e<br />
o Nacional-Socialismo”,<br />
por Teresa Seruya (dia 7,<br />
18h30), e sobre “O Caso<br />
Jünger” por António<br />
Mega Ferreira (dia<br />
14, 17 horas), leituras<br />
da correspondência<br />
entre Hannah Arendt e<br />
Martin Hei<strong>de</strong>gger, com<br />
apresentação <strong>de</strong> João<br />
Paulo Cotrim (dia 12, 21h),<br />
e o concerto Verboten/<br />
Nicht Verboten pela<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara<br />
Portuguesa (dia 15, 17h).<br />
João Lopes comissária<br />
o ciclo <strong>de</strong> cinema (<strong>de</strong><br />
9 a 13, sempre às 21h),<br />
que inclui “A Vida<br />
Maravilhosa e Horrível<br />
<strong>de</strong> Leni Riefenstahl”, <strong>de</strong><br />
Ray Müller, e “Triunfo<br />
da Vonta<strong>de</strong>”, <strong>de</strong> Leni<br />
Riefenstahl.<br />
37<br />
Tiragem: 58094<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
É um momento <strong>de</strong> tensão. Em<br />
“Valquíria”, o fi lme <strong>de</strong> Bryan Singer,<br />
o coronel Claus von Stauff enberg<br />
está na sala <strong>de</strong> Hitler, tem na<br />
mão o “dossier” da Operação<br />
Valquíria e espera a assinatura do<br />
ditador - que estaria assim, sem<br />
o saber, a assinar a sua sentença<br />
<strong>de</strong> morte. A alteração dos planos<br />
da Operação Valquíria <strong>de</strong>veria<br />
permitir aos ofi ciais alemães<br />
revoltosos <strong>de</strong>rrubar o regime<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> assassinar o “Führer”.<br />
Stauff enberg espera, ansioso, a<br />
<strong>de</strong>cisão. Hitler faz uma pausa,<br />
olha para a capa do “dossier” on<strong>de</strong><br />
se lê “Valquíria” (“Die Walküre”<br />
é o nome da ópera <strong>de</strong> Richard<br />
Wagner) e diz uma frase que terá<br />
fi cado para a História: “Não se<br />
po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o nacionalsocialismo<br />
sem se compreen<strong>de</strong>r<br />
Wagner”.<br />
Mas a paixão por Wagner conta<br />
apenas uma parte ínfi ma (e<br />
enganadora) da história da<br />
relação entre nazismo e cultura.<br />
O ciclo “O Nazismo e a Cultura:<br />
Confrontações” (CCB entre 5 <strong>de</strong><br />
Fevereiro e 1 <strong>de</strong> Março) conta<br />
outras partes <strong>de</strong>ssa história, mais<br />
complexa e contraditória - da<br />
ópera “Der Kaiser von Atlantis”,<br />
composta por Viktor Ullman<br />
no campo <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong><br />
Theresienstadt, até às imagens<br />
da aclamação <strong>de</strong> Hitler em<br />
Nuremberga, fi lmada por Leni<br />
Riefenstahl, passando pela<br />
improvável história <strong>de</strong> amor entre<br />
o fi lósofo Martin Hei<strong>de</strong>gger e a sua<br />
aluna judia Hannah Arendt e pelo<br />
enigmático caso do escritor Ernst<br />
Jünger.<br />
À medida que se foi tornando<br />
clara a natureza do regime<br />
nazi, a gran<strong>de</strong> maioria dos<br />
intelectuais começou a abandonar<br />
a Alemanha. Para escritores,<br />
artistas e pensadores, era<br />
impossível viver num país que<br />
os perseguia, on<strong>de</strong> 20 mil livros<br />
foram queimados num auto-<strong>de</strong>fé<br />
em 1933, e on<strong>de</strong> a cultura era<br />
vista exclusivamente como meio<br />
<strong>de</strong> propagar a i<strong>de</strong>ologia nacionalsocialista.<br />
Para a gran<strong>de</strong> maioria<br />
<strong>de</strong>les, a situação era insustentável.<br />
Mas não para todos.<br />
“Deixem o Jünger em paz”<br />
Ernst Jünger (1895-1998) é, para<br />
o presi<strong>de</strong>nte do CCB, António<br />
Mega Ferreira, “um dos casos mais<br />
fascinantes e enigmáticos”. Herói<br />
da I Guerra Mundial, foi o mais<br />
jovem ofi cial a receber a mais alta<br />
con<strong>de</strong>coração, a Pour le Mérite, em<br />
1918, e durante a década seguinte<br />
ligou-se aos meios da extremadireita<br />
alemã, escrevendo um<br />
livro, “Tempesta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aço”, que<br />
“po<strong>de</strong> ser lido como uma exaltação<br />
da guerra”.<br />
E, no entanto, diz Mega - que,<br />
no ciclo, fará uma sessão sobre<br />
“O Caso Jünger” - “ele nunca é<br />
um nazi”, apesar <strong>de</strong> também<br />
nunca con<strong>de</strong>nar publicamente<br />
a i<strong>de</strong>ologia nazi. Enquanto os<br />
outros intelectuais <strong>de</strong>ixavam o<br />
país, Jünger não só se manteve no<br />
Exército alemão como fez parte<br />
Pág: 16<br />
Cores: Cor<br />
Área: 28,11 x 36,12 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 4<br />
Será<br />
A esmagadora maioria dos intelectuais e artistas <strong>de</strong>ixo<br />
São menos brilhantes p<br />
Para escritores,<br />
artistas e pensadores,<br />
era impossível viver<br />
num país que os<br />
perseguia, on<strong>de</strong><br />
20 mil livros foram<br />
queimados num auto<strong>de</strong>-fé<br />
em 1933, e on<strong>de</strong><br />
a cultura era vista<br />
exclusivamente como<br />
meio <strong>de</strong> propagar a<br />
i<strong>de</strong>ologia nacionalsocialista.<br />
Para a<br />
gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>les,<br />
a situação era<br />
insustentável.<br />
Mas não para todos
ID: 23731184 06-02-2009 | Ípsilon<br />
Tiragem: 58094<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
que a arte vence o nojo?<br />
<strong>de</strong>ixou a Alemanha nazi. Mas alguns - muito poucos - ficaram e, em certos casos, colocaram-se ao serviço do regime.<br />
ntes por isso? Um ciclo no CCB confronta nazismo e cultura. Alexandra Prado Coelho<br />
das forças <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> França.<br />
“Permaneceu em Paris durante os<br />
anos da guerra e frequentou, sem<br />
visível incómodo, quer os seus<br />
camaradas <strong>de</strong> armas do Exército<br />
<strong>de</strong> ocupação, quer intelectuais<br />
como Jean Cocteau”. Curiosamente<br />
foi também, durante esse período,<br />
próximo <strong>de</strong> ofi ciais envolvidos na<br />
Operação Valquíria - embora não<br />
haja indício <strong>de</strong> que tivesse tido<br />
conhecimento prévio <strong>de</strong>la.<br />
Jünger consegue este feito <strong>de</strong>,<br />
em 1939, quando é mobilizado<br />
A estreia <strong>de</strong> “O Triunfo da Vontra<strong>de</strong>” em Berlim<br />
para servir na Wehrmacht, estar<br />
a escrever “Sobre as Falésias <strong>de</strong><br />
Mármore”, livro “que, uma vez<br />
publicado, é lido como alegoria<br />
crítica do nazismo”. E consegue<br />
o feito maior <strong>de</strong> sobreviver no<br />
meio <strong>de</strong> tudo isto. “Quando o<br />
livro sai, conta-se que altos<br />
responsáveis nazis vão ter com<br />
Hitler e dizem-lhe que a obra tem<br />
que ser proibida, ao que ele terá<br />
respondido: ‘dDeixem o Jünger em<br />
paz’”.<br />
Mais tar<strong>de</strong>, já no fi nal da guerra,<br />
quando as opiniões sobre<br />
Jünger se divi<strong>de</strong>m entre os que<br />
Como enten<strong>de</strong>r a história <strong>de</strong> amor entre<br />
uma judia, Hannah Arendt, e um fi lósofo, Hei<strong>de</strong>gger,<br />
com um pensamento que se aproximamuito do nazismo puro?<br />
A realizadora, Leni Riefenstahl, no meio<br />
das ban<strong>de</strong>iras nazis na rodagem <strong>de</strong> “Triunfo da Vonta<strong>de</strong>”<br />
“Depois do<br />
Holocausto per<strong>de</strong>u-se<br />
a inocência em<br />
relação ao papel<br />
da arte na socieda<strong>de</strong>.<br />
Era suposto ela fazernos<br />
melhores. E não<br />
é necessariamente<br />
assim”<br />
João Paulo Cotrim<br />
o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m e os que o acusam <strong>de</strong><br />
ter pactuado com o nazismo, mais<br />
uma vez “conta-se que terão dito<br />
ao [dramaturgo] Bertolt Brecht que<br />
era preciso <strong>de</strong>nunciar o Jünger e<br />
que ele terá dito: ‘Deixem o Jünger<br />
em paz’”. Verda<strong>de</strong>ira ou não, a<br />
história é signifi cativa. “A obra<br />
<strong>de</strong>le, que fala largamente sobre<br />
a tirania, é sempre lida nesta<br />
fronteira: há quem diga que foi<br />
um resistente no interior, e quem<br />
o acuse <strong>de</strong> ter pactuado com o<br />
regime”.<br />
No seu diário, enquanto escreve<br />
“As Falésias <strong>de</strong> Mármore”, Jünger<br />
manifesta um <strong>de</strong>sejo impossível:<br />
que o livro não seja lido como<br />
alegoria do nazismo. Terá também<br />
dito que quando o escreveu “não<br />
estava a pensar em Hitler, mas<br />
em alguma coisa mais terrível<br />
que Hitler”. O livro é, para Mega<br />
Ferreira, “uma obra que está, como<br />
ele pretendia, fora do tempo”. E,<br />
se o autor foi protegido, “é porque<br />
ambos os lados eram sensíveis ao<br />
facto <strong>de</strong> ele ser um extraordinário<br />
escritor”.<br />
Po<strong>de</strong>remos exigir a um intelectual<br />
que, para além <strong>de</strong> ser brilhante,<br />
seja consequente? Que os seus<br />
actos correspondam às (que<br />
imaginamos serem) suas i<strong>de</strong>ias?<br />
38<br />
“Não. Aos intelectuais não se<br />
po<strong>de</strong> exigir nada. Há que julgálos<br />
e avaliá-los por diversos<br />
parâmetros, um dos quais é a<br />
exigência cívica. Mas não se lhes<br />
po<strong>de</strong> impor nada. Senão caímos<br />
nos intelectuais orgânicos, ao<br />
serviço <strong>de</strong> um partido ou <strong>de</strong> uma<br />
causa. Não se po<strong>de</strong>”.<br />
Pág: 17<br />
“O amor vence o nojo”<br />
Tão - ou mais - difícil <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r é a história <strong>de</strong><br />
amor entre Hannah Arendt e<br />
Martin Hei<strong>de</strong>gger. “Tenho mais<br />
perplexida<strong>de</strong>s que respostas”,<br />
confessa João Paulo Cotrim, que<br />
no dia 12 apresenta no CCB uma<br />
sessão sobre a correspondência<br />
entre o fi lósofo e a aluna, que<br />
viria mais tar<strong>de</strong> a tornar-se uma<br />
estudiosa do totalitarismo e uma<br />
teórica daquilo a que chamou “a<br />
banalida<strong>de</strong> do mal” a propósito,<br />
precisamente, do nazismo.<br />
“Se esta fosse apenas uma história<br />
<strong>de</strong> amor entre um professor com<br />
35 anos e uma jovem com 18, seria<br />
igual a muitas que acontecem<br />
todos os dias nas universida<strong>de</strong>s”,<br />
diz. “A questão é que ela é judia, e<br />
ele tem um pensamento fi losófi co<br />
que se aproxima muito do nazismo<br />
puro. Ele é nazi antes do nazismo”.<br />
Por improvável que isso pareça,<br />
“a questão judia só é afl orada<br />
uma vez” nas cartas apaixonadas<br />
que os dois trocam durante<br />
gran<strong>de</strong> parte das suas vidas<br />
- numa primeira fase no início da<br />
relação, numa segunda quando<br />
se reencontram nos anos 50 por<br />
iniciativa <strong>de</strong> Hannah e numa<br />
terceira em que a correspondência<br />
se torna mais “técnica, já no fi nal<br />
da vida [ela, apesar <strong>de</strong> mais nova,<br />
morre um ano antes <strong>de</strong>le, em 1975].<br />
É ela quem o procura nos anos 50<br />
[já <strong>de</strong>pois da guerra], e a paixão<br />
reacen<strong>de</strong>-se quando ele volta<br />
a escrever-lhe cartas <strong>de</strong> amor<br />
extraordinárias”.<br />
Hannah Arendt sabia - era<br />
Cores: Cor<br />
Área: 28,72 x 35,68 cm²<br />
Corte: 3 <strong>de</strong> 4<br />
Enquanto outros intelectuais <strong>de</strong>ixavam o país, Jünger não só se manteve<br />
no Exército alemão como fez parte das forças <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> França<br />
impossível não o saber - que<br />
Hei<strong>de</strong>gger pertencera ao Partido<br />
Nazi, e que, enquanto reitor da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Freiburg, cargo<br />
que aceitou em 1933, afastara<br />
alunos ju<strong>de</strong>us das suas aulas e<br />
recusava-se a falar com colegas<br />
ju<strong>de</strong>us. Mas isso não a impediu,<br />
até ao fi m da vida, <strong>de</strong> o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />
“Por paradoxal que pareça, a<br />
resposta po<strong>de</strong> estar mesmo no<br />
amor”, acredita Cotrim. “Ela<br />
po<strong>de</strong> ter achado que [a ligação<br />
ao nazismo] foi um pecadilho,<br />
e que ele, como fi lósofo, <strong>de</strong>via<br />
viver retirado do mundo”. A única<br />
explicação para enten<strong>de</strong>r esta<br />
relação é que “ela coloca-o fora<br />
da questão do nazismo, vendo-o<br />
como um velho fi lósofo por quem<br />
se apaixonou”. E, assim, “o amor<br />
vence o nojo”.<br />
A perda da inocência<br />
E será que a arte também vence<br />
o nojo? Somos capazes, ao ler as<br />
obras <strong>de</strong> Jünger e <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger<br />
ou ao ver os fi lmes <strong>de</strong> Leni<br />
Riefenstahl, <strong>de</strong> esquecer as suas<br />
i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> os ver apenas como<br />
excepcionais pensadores ou<br />
artistas?<br />
Mega Ferreira separa os casos.<br />
Admirador <strong>de</strong> Jünger, sente-se<br />
“agoniado” perante os fi lmes<br />
da mulher que não só ajudou a<br />
construir a estética nazi como<br />
se tornou, ela própria, ícone<br />
do Terceiro Reich. “São fi lmes<br />
horrorosamente belos. Mas,<br />
pessoalmente, não consigo<br />
ultrapassar a repulsa. Irrita-me<br />
ainda mais porque são muito bem<br />
feitos, são muito bem lidas as<br />
infl uências, nomeadamente as do<br />
cinema soviético dos primeiros<br />
tempos, e postas ao serviço <strong>de</strong><br />
uma i<strong>de</strong>ologia horrível como a<br />
nazi”.<br />
Não se passa o mesmo com<br />
Wagner, por exemplo. “Há uma<br />
apropriação do Wagner pelo<br />
nazismo. É evi<strong>de</strong>nte que há<br />
nele <strong>de</strong>terminados traços, até<br />
alguns <strong>de</strong> anti-semitismo. Há,<br />
sobretudo, uma exaltação da<br />
germanida<strong>de</strong>. Mas não po<strong>de</strong>mos<br />
esquecer que Hitler sobe ao<br />
po<strong>de</strong>r 50 anos <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong><br />
Wagner. Não acho possível tentar<br />
retrospectivamente encontrar nele<br />
as raízes do nazismo”.<br />
A música é, por outro lado, uma<br />
arte diferente do cinema ou da<br />
literatura. “Não estamos num<br />
universo com um código <strong>de</strong> leitura<br />
imediato. Gosto imenso da música<br />
<strong>de</strong> Wagner e não consi<strong>de</strong>ro<br />
que isso corresponda a alguma<br />
espécie <strong>de</strong> mal. Os milhões <strong>de</strong><br />
wagnerianos que existem no<br />
mundo não são nazis”.<br />
A arte (a pouca verda<strong>de</strong>ira que<br />
sobreviveu à visão nazi da cultura<br />
como instrumento da i<strong>de</strong>ologia<br />
nacional-socialista) estará assim<br />
- como o amor - para lá do horror?<br />
“Depois do Holocausto”, lembra<br />
João Paulo Cotrim, “per<strong>de</strong>u-se a<br />
inocência em relação ao papel da<br />
arte na socieda<strong>de</strong>. Era suposto<br />
ela fazer-nos melhores. E não é<br />
necessariamente assim”.
ID: 23731184 06-02-2009 | Ípsilon<br />
Valquíria<br />
39<br />
Tiragem: 58094<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 1<br />
Cores: Cor<br />
Área: 9,40 x 5,78 cm²<br />
Corte: 4 <strong>de</strong> 4
Sic Online.pt , 06-02-2009<br />
Legado <strong>de</strong> Hitler recordado em ópera, cinema, exposições e conferências<br />
Publicação: 06-02-2009 17:22 | Última actualização: 06-02-2009 17:37<br />
<strong>Ciclo</strong> "Nazismo e Cultura", no CCB<br />
Filmes, exposições, um concerto, conferências e uma ópera criada num campo <strong>de</strong> concentração vão ser exibidos a partir <strong>de</strong><br />
quinta-feira no ciclo "O Nazismo e a Cultura: Confrontações", no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> (CCB).<br />
SIC<br />
A iniciativa <strong>de</strong>corre até 1 <strong>de</strong> Março e estrutura-se, sobretudo, sobre a ópera "Der Kaiser von Atlantis/O Imperador <strong>de</strong><br />
Atlântida ou a Abdicação da Morte" (1944), composta por Viktor Ullmann, com libreto <strong>de</strong> Peter Kien, explicou João Paulo<br />
Cotrim, consultor do CCB para este projecto.<br />
Esta ópera teve a sua estreia em Portugal em versão original e integral em Setembro <strong>de</strong> 2008 no Convento dos Capuchos, em<br />
Almada, no âmbito das comemorações dos 450 anos daquele monumento.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma produção do Ginásio Ópera, com encenação e concepção cénica <strong>de</strong> João Maria <strong>de</strong> Freitas Branco, que<br />
também traduziu o original em língua alemã, e será interpretada pela Orquestra <strong>de</strong> Câmara do Ginásio Ópera e pelo corpo <strong>de</strong><br />
baile Associação Gestos.<br />
João Paulo Cotrim recordou que "O Imperador <strong>de</strong> Atlântida" foi inicialmente escrita por Viktor Ullmann para ser<br />
interpretada em Theresienstadt, consi<strong>de</strong>rado um campo <strong>de</strong> concentração "mo<strong>de</strong>lo" do norte da Checoslováquia, o que não<br />
chegou a acontecer.<br />
Devido ao seu carácter antibélico e anti-hitleriano, foi proibida pelas autorida<strong>de</strong>s do campo e os autores - Ullmann e Peter<br />
Kien - foram transferidos para Auschwitz, on<strong>de</strong> foram executados.<br />
A ópera narra a história <strong>de</strong> um homem po<strong>de</strong>roso que preten<strong>de</strong> dominar o mundo através da guerra, mas vê os seus planos<br />
ameaçados porque até a Morte se recusa a colaborar com ele.<br />
"Esta ópera cumpriu na altura o seu papel <strong>de</strong> questionar uma realida<strong>de</strong> que a circundava. No caso, a horrível realida<strong>de</strong> do<br />
regime nazi", salientou João Paulo Cotrim sobre a obra e o seu papel histórico e cultural.<br />
A partir <strong>de</strong>sta ópera"tentou-se estruturar um ciclo com várias linguagens e perspectivas, com momentos musicais, conversas,<br />
conferências e uma exposição <strong>de</strong> fotografias sobre arquitectura".<br />
Outras propostas<br />
O ciclo começa com a conferência "Atlantikwall", por Alberto Ruiz <strong>de</strong> Samaniego, director da Fundación Luis Seoane,<br />
pelas 18h00, na Sala <strong>de</strong> Leitura do CCB.<br />
Uma hora mais tar<strong>de</strong> é inaugurada a exposição "Atlantikwall - A Arquitectura do Medo", criada por José Froján e Maria<br />
Fernán<strong>de</strong>z Rebullido, também da Fundación Luis Seoane, com 33 fotografias <strong>de</strong> edificações em betão armado criadas entre<br />
1941 e 1944 pelos exércitos <strong>de</strong> ocupação do III Reich <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Escandinávia até aos Pirinéus.<br />
Nas conferências, o público po<strong>de</strong>rá ouvir Teresa Serudya sobre "Thomas Mann, uma voz dissi<strong>de</strong>nte", António Mega<br />
Ferreira, sobre "O Caso Jnger", leitura <strong>de</strong> correspondência entre Hannah Arendt e Martin Hei<strong>de</strong>gger, sobre a relação entre a<br />
intelectual judia e o filósofo alemão que manteve um estreito contacto com o regime nazi.<br />
No âmbito do ciclo, a Orquestra <strong>de</strong> Câmara Portuguesa tocará a 15 <strong>de</strong> Fevereiro "Verboten/Nicht Verboten" (Proibido/Não<br />
Proibido), interpretando obras <strong>de</strong> Hartmann, Strauss, Klein, Wagner e Haas.<br />
Um ciclo <strong>de</strong> cinema, comissariado pelo crítico <strong>de</strong> cinema João Lopes, atravessará o evento com a exibição <strong>de</strong> seis filmes que<br />
percorrem um período <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1955 até 1993, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> "Noite e Nevoeiro", <strong>de</strong> Alain Resnais, "O Ovo da Serpente", <strong>de</strong> Ingmar<br />
Bergman (1977), "A Vida Maravilhosa e Horrível <strong>de</strong> Leni Riefenstahl", <strong>de</strong> Ray Mller (1993), e "O Triunfo da Vonta<strong>de</strong>",<br />
película histórica da polémica realizadora Leni Riefenstahl (1935).<br />
Com Lusa<br />
40
ID: 23712391 05-02-2009<br />
41<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 28<br />
Cores: Cor<br />
Área: 23,37 x 36,04 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 4
ID: 23712391 05-02-2009<br />
42<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 28-29<br />
Cores: Cor<br />
Área: 23,45 x 35,71 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 4
ID: 23712391 05-02-2009<br />
43<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 29<br />
Cores: Cor<br />
Área: 13,28 x 35,71 cm²<br />
Corte: 3 <strong>de</strong> 4
ID: 23712391 05-02-2009<br />
44<br />
Tiragem: 51762<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 1<br />
Cores: Cor<br />
Área: 4,40 x 8,74 cm²<br />
Corte: 4 <strong>de</strong> 4
Público.pt , 05-02-2009<br />
A arte vence o nojo?<br />
<strong>Ciclo</strong><br />
05.02.2009 - Alexandra Prado Coelho<br />
É um momento <strong>de</strong> tensão. Em "Valquíria", o filme <strong>de</strong> Bryan Singer, o coronel Claus von Stauffenberg está na sala <strong>de</strong> Hitler,<br />
tem na mão o "dossier" da Operação Valquíria e espera a assinatura do ditador - que estaria assim, sem o saber, a assinar a<br />
sua sentença <strong>de</strong> morte. A alteração dos planos da Operação Valquíria <strong>de</strong>veria permitir aos oficiais alemães revoltosos<br />
<strong>de</strong>rrubar o regime <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> assassinar o "Führer". Stauffenberg espera, ansioso, a <strong>de</strong>cisão. Hitler faz uma pausa, olha para a<br />
capa do "dossier" on<strong>de</strong> se lê "Valquíria" ("Die Walküre" é o nome da ópera <strong>de</strong> Richard Wagner) e diz uma frase que terá<br />
ficado para a História: "Não se po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r o nacional-socialismo sem se compreen<strong>de</strong>r Wagner".<br />
Mas a paixão por Wagner conta apenas uma parte ínfima (e enganadora) da história da relação entre nazismo e cultura. O<br />
ciclo "O Nazismo e a Cultura: Confrontações" (CCB entre 5 <strong>de</strong> Fevereiro e 1 <strong>de</strong> Março) conta outras partes <strong>de</strong>ssa história,<br />
mais complexa e contraditória - da ópera "Der Kaiser von Atlantis", composta por Viktor Ullman no campo <strong>de</strong> concentração<br />
<strong>de</strong> Theresienstadt, até às imagens da aclamação <strong>de</strong> Hitler em Nuremberga, filmada por Leni Riefenstahl, passando pela<br />
improvável história <strong>de</strong> amor entre o filósofo Martin Hei<strong>de</strong>gger e a sua aluna judia Hannah Arendt e pelo enigmático caso do<br />
escritor Ernst Jünger.<br />
À medida que se foi tornando clara a natureza do regime nazi, a gran<strong>de</strong> maioria dos intelectuais começou a abandonar a<br />
Alemanha. Para escritores, artistas e pensadores, era impossível viver num país que os perseguia, on<strong>de</strong> 20 mil livros foram<br />
queimados num auto-<strong>de</strong>-fé em 1933, e on<strong>de</strong> a cultura era vista exclusivamente como meio <strong>de</strong> propagar a i<strong>de</strong>ologia<br />
nacional-socialista. Para a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>les, a situação era insustentável. Mas não para todos.<br />
"Deixem o Jünger em paz"<br />
Ernst Jünger (1895-1998) é, para o presi<strong>de</strong>nte do CCB, António Mega Ferreira, "um dos casos mais fascinantes e<br />
enigmáticos". Herói da I Guerra Mundial, foi o mais jovem oficial a receber a mais alta con<strong>de</strong>coração, a Pour le Mérite, em<br />
1918, e durante a década seguinte ligou-se aos meios da extrema-direita alemã, escrevendo um livro, "Tempesta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aço",<br />
que "po<strong>de</strong> ser lido como uma exaltação da guerra".<br />
E, no entanto, diz Mega - que, no ciclo, fará uma sessão sobre "O Caso Jünger" - "ele nunca é um nazi", apesar <strong>de</strong> também<br />
nunca con<strong>de</strong>nar publicamente a i<strong>de</strong>ologia nazi. Enquanto os outros intelectuais <strong>de</strong>ixavam o país, Jünger não só se manteve<br />
no Exército alemão como fez parte das forças <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> França. "Permaneceu em Paris durante os anos da guerra e<br />
frequentou, sem visível incómodo, quer os seus camaradas <strong>de</strong> armas do Exército <strong>de</strong> ocupação, quer intelectuais como Jean<br />
Cocteau". Curiosamente foi também, durante esse período, próximo <strong>de</strong> oficiais envolvidos na Operação Valquíria - embora<br />
não haja indício <strong>de</strong> que tivesse tido conhecimento prévio <strong>de</strong>la.<br />
Jünger consegue este feito <strong>de</strong>, em 1939, quando é mobilizado para servir na Wehrmacht, estar a escrever "Sobre as Falésias<br />
<strong>de</strong> Mármore", livro "que, uma vez publicado, é lido como alegoria crítica do nazismo". E consegue o feito maior <strong>de</strong><br />
sobreviver no meio <strong>de</strong> tudo isto. "Quando o livro sai, conta-se que altos responsáveis nazis vão ter com Hitler e dizem-lhe<br />
que a obra tem que ser proibida, ao que ele terá respondido: ´dDeixem o Jünger em paz´".<br />
Mais tar<strong>de</strong>, já no final da guerra, quando as opiniões sobre Jünger se divi<strong>de</strong>m entre os que o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m e os que o acusam <strong>de</strong><br />
ter pactuado com o nazismo, mais uma vez "conta-se que terão dito ao [dramaturgo] Bertolt Brecht que era preciso<br />
<strong>de</strong>nunciar o Jünger e que ele terá dito: ´Deixem o Jünger em paz´". Verda<strong>de</strong>ira ou não, a história é significativa. "A obra<br />
<strong>de</strong>le, que fala largamente sobre a tirania, é sempre lida nesta fronteira: há quem diga que foi um resistente no interior, e<br />
quem o acuse <strong>de</strong> ter pactuado com o regime".<br />
No seu diário, enquanto escreve "As Falésias <strong>de</strong> Mármore", Jünger manifesta um <strong>de</strong>sejo impossível: que o livro não seja<br />
lido como alegoria do nazismo. Terá também dito que quando o escreveu "não estava a pensar em Hitler, mas em alguma<br />
coisa mais terrível que Hitler". O livro é, para Mega Ferreira, "uma obra que está, como ele pretendia, fora do tempo". E, se<br />
o autor foi protegido, "é porque ambos os lados eram sensíveis ao facto <strong>de</strong> ele ser um extraordinário escritor".<br />
Po<strong>de</strong>remos exigir a um intelectual que, para além <strong>de</strong> ser brilhante, seja consequente? Que os seus actos correspondam às<br />
(que imaginamos serem) suas i<strong>de</strong>ias? "Não. Aos intelectuais não se po<strong>de</strong> exigir nada. Há que julgá-los e avaliá-los por<br />
diversos parâmetros, um dos quais é a exigência cívica. Mas não se lhes po<strong>de</strong> impor nada. Senão caímos nos intelectuais<br />
orgânicos, ao serviço <strong>de</strong> um partido ou <strong>de</strong> uma causa. Não se po<strong>de</strong>".<br />
"O amor vence o nojo"<br />
Tão - ou mais - difícil <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r é a história <strong>de</strong> amor entre Hannah Arendt e Martin Hei<strong>de</strong>gger. "Tenho mais<br />
perplexida<strong>de</strong>s que respostas", confessa João Paulo Cotrim, que no dia 12 apresenta no CCB uma sessão sobre a<br />
correspondência entre o filósofo e a aluna, que viria mais tar<strong>de</strong> a tornar-se uma estudiosa do totalitarismo e uma teórica<br />
daquilo a que chamou "a banalida<strong>de</strong> do mal" a propósito, precisamente, do nazismo.<br />
"Se esta fosse apenas uma história <strong>de</strong> amor entre um professor com 35 anos e uma jovem com 18, seria igual a muitas que<br />
acontecem todos os dias nas universida<strong>de</strong>s", diz. "A questão é que ela é judia, e ele tem um pensamento filosófico que se<br />
aproxima muito do nazismo puro. Ele é nazi antes do nazismo".<br />
45
Por improvável que isso pareça, "a questão judia só é aflorada uma vez" nas cartas apaixonadas que os dois trocam durante<br />
gran<strong>de</strong> parte das suas vidas - numa primeira fase no início da relação, numa segunda quando se reencontram nos anos 50 por<br />
iniciativa <strong>de</strong> Hannah e numa terceira em que a correspondência se torna mais "técnica, já no final da vida [ela, apesar <strong>de</strong><br />
mais nova, morre um ano antes <strong>de</strong>le, em 1975]. É ela quem o procura nos anos 50 [já <strong>de</strong>pois da guerra], e a paixão<br />
reacen<strong>de</strong>-se quando ele volta a escrever-lhe cartas <strong>de</strong> amor extraordinárias".<br />
Hannah Arendt sabia - era impossível não o saber - que Hei<strong>de</strong>gger pertencera ao Partido Nazi, e que, enquanto reitor da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Freiburg, cargo que aceitou em 1933, afastara alunos ju<strong>de</strong>us das suas aulas e recusava-se a falar com<br />
colegas ju<strong>de</strong>us. Mas isso não a impediu, até ao fim da vida, <strong>de</strong> o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r.<br />
"Por paradoxal que pareça, a resposta po<strong>de</strong> estar mesmo no amor", acredita Cotrim. "Ela po<strong>de</strong> ter achado que [a ligação ao<br />
nazismo] foi um pecadilho, e que ele, como filósofo, <strong>de</strong>via viver retirado do mundo". A única explicação para enten<strong>de</strong>r esta<br />
relação é que "ela coloca-o fora da questão do nazismo, vendo-o como um velho filósofo por quem se apaixonou". E, assim,<br />
"o amor vence o nojo".<br />
A perda da inocência<br />
E será que a arte também vence o nojo? Somos capazes, ao ler as obras <strong>de</strong> Jünger e <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger ou ao ver os filmes <strong>de</strong><br />
Leni Riefenstahl, <strong>de</strong> esquecer as suas i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> os ver apenas como excepcionais pensadores ou artistas?<br />
Mega Ferreira separa os casos. Admirador <strong>de</strong> Jünger, sente-se "agoniado" perante os filmes da mulher que não só ajudou a<br />
construir a estética nazi como se tornou, ela própria, ícone do Terceiro Reich. "São filmes horrorosamente belos. Mas,<br />
pessoalmente, não consigo ultrapassar a repulsa. Irrita-me ainda mais porque são muito bem feitos, são muito bem lidas as<br />
influências, nomeadamente as do cinema soviético dos primeiros tempos, e postas ao serviço <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia horrível<br />
como a nazi".<br />
Não se passa o mesmo com Wagner, por exemplo. "Há uma apropriação do Wagner pelo nazismo. É evi<strong>de</strong>nte que há nele<br />
<strong>de</strong>terminados traços, até alguns <strong>de</strong> anti-semitismo. Há, sobretudo, uma exaltação da germanida<strong>de</strong>. Mas não po<strong>de</strong>mos<br />
esquecer que Hitler sobe ao po<strong>de</strong>r 50 anos <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Wagner. Não acho possível tentar retrospectivamente<br />
encontrar nele as raízes do nazismo".<br />
A música é, por outro lado, uma arte diferente do cinema ou da literatura. "Não estamos num universo com um código <strong>de</strong><br />
leitura imediato. Gosto imenso da música <strong>de</strong> Wagner e não consi<strong>de</strong>ro que isso corresponda a alguma espécie <strong>de</strong> mal. Os<br />
milhões <strong>de</strong> wagnerianos que existem no mundo não são nazis".<br />
A arte (a pouca verda<strong>de</strong>ira que sobreviveu à visão nazi da cultura como instrumento da i<strong>de</strong>ologia nacional-socialista) estará<br />
assim - como o amor - para lá do horror? "Depois do Holocausto", lembra João Paulo Cotrim, "per<strong>de</strong>u-se a inocência em<br />
relação ao papel da arte na socieda<strong>de</strong>. Era suposto ela fazer-nos melhores. E não é necessariamente assim".<br />
46
ID: 23716012 05-02-2009 | Guia Para a Semana Norte e <strong>Centro</strong><br />
47<br />
Tiragem: 27000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 3<br />
Cores: Cor<br />
Área: 18,32 x 10,39 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23714386 05-02-2009<br />
48<br />
Tiragem: 124780<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 112<br />
Cores: Cor<br />
Área: 12,47 x 26,46 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Diário As Beiras<br />
ID: 23701011 04-02-2009<br />
NOTASDODIA<br />
1UM ESTUDO da<br />
Universida<strong>de</strong> do Minho,<br />
sobre a incidência<br />
das medidas tomadas<br />
pelo Governo<br />
<strong>de</strong> António Guterres em matéria<br />
<strong>de</strong> trânsito, concluiu que “o<br />
aumento das penas pecuniárias<br />
trouxe diminuição da sinistralida<strong>de</strong>”.<br />
O investigador António<br />
Tavares afirmou que “o aumento<br />
das penas pecuniárias –<br />
vulgo ‘multas’ – levou à diminuição<br />
da sinistralida<strong>de</strong>”, com uma<br />
redução <strong>de</strong> 0,5 por cento nos aci<strong>de</strong>ntes<br />
com vítimas por cada cem<br />
mil veículos em circulação, ou<br />
seja, menos 50 mil aci<strong>de</strong>ntes por<br />
cada milhão <strong>de</strong> automóveis, entre<br />
1995 a 2004”.<br />
2O CICLO “O Nazismo<br />
e a Cultura:<br />
Confrontações”, que<br />
começa amanhã no<br />
<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Belém</strong>, servirá para levantar<br />
junto do público questões como:<br />
“a cultura po<strong>de</strong> ajudar a livrar-nos<br />
dos totalitarismos?”.<br />
Esta é uma das interrogações<br />
lançada pelo consultor do ciclo,<br />
João Paulo Cotrim que sublinhou<br />
a importância <strong>de</strong> reflectir<br />
sobre uma realida<strong>de</strong> histórica<br />
“da qual, infelizmente, não<br />
estamos livres <strong>de</strong> nos voltar a<br />
acontecer”.<br />
3MAIS <strong>de</strong> 22.200 pessoas<br />
morreram em<br />
2006 no nosso país<br />
<strong>de</strong>vido a cancro. Segundo<br />
os últimos dados<br />
disponíveis do Instituto Nacional<br />
<strong>de</strong> Estatística, há a registar<br />
uma diminuição <strong>de</strong> 2,25 por<br />
cento <strong>de</strong>stes óbitos entre 2006 e<br />
2005. No entanto, são as doenças<br />
do aparelho circulatório que continuaram<br />
a ser a principal causa<br />
<strong>de</strong> morte, com um registo <strong>de</strong><br />
32.993 óbitos. Os tumores malignos<br />
que mais vitimaram foram<br />
os da laringe/traqueia, brônquios<br />
e pulmões, seguindo-se o<br />
cancro do cólon e o cancro do estômago.<br />
4MAIS um sinal da<br />
crise... As vendas do<br />
sector automóvel caíram<br />
47,8 por cento<br />
em Janeiro <strong>de</strong> 2009,<br />
comparando com o período homólogo<br />
<strong>de</strong> 2008. Os dados são da<br />
Associação Nacional das Empresas<br />
do Comércio e da Reparação<br />
Automóvel (ANECRA). As vendas<br />
nos ligeiros <strong>de</strong> passageiros<br />
registaram uma queda <strong>de</strong> 51,3<br />
por cento e as dos comerciais ligeiros<br />
35,6 por cento. António<br />
Ferreira Nunes, presi<strong>de</strong>nte da<br />
ANECRA, disse que os dados <strong>de</strong><br />
Janeiro mostraram que “a crise<br />
está instalada” também no mer-<br />
cado nacional e é “altamente no-<br />
49<br />
civa” para o sector do comércio e<br />
reparação automóvel.<br />
Tiragem: 12000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 29<br />
Cores: Cor<br />
Área: 4,71 x 34,17 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Diário do Sul<br />
ID: 23720297 04-02-2009<br />
50<br />
Tiragem: 7000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 11<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 19,57 x 12,74 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Diário dos Açores<br />
ID: 23702050 04-02-2009<br />
Filmes, exposições,<br />
um concerto, conferências<br />
e uma ópera criada<br />
num campo <strong>de</strong> concentração<br />
vão ser exibidos a<br />
partir <strong>de</strong> quinta-feira no<br />
ciclo “O Nazismo e a Cultura:<br />
Confrontações”, no<br />
<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
(CCB). A iniciativa<br />
<strong>de</strong>corre até 01 <strong>de</strong> Março<br />
e estrutura-se sobretudo<br />
sobre a ópera “Der<br />
Kaiser von Atlantis/O<br />
Imperador <strong>de</strong> Atlântida<br />
ou a Abdicação da Morte”<br />
(1944), composta por<br />
Viktor Ullmann, com<br />
libreto <strong>de</strong> Peter Kien,<br />
explicou à Agência Lusa<br />
João Paulo Cotrim, consultor<br />
do CCB para este<br />
projecto. Esta ópera teve<br />
a sua estreia em Portugal<br />
em versão original<br />
e integral em Setembro<br />
<strong>de</strong> 2008 no Convento dos<br />
Capuchos, em Almada,<br />
no âmbito das comemorações<br />
dos 450 anos daquele<br />
monumento. Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma produção<br />
do Ginásio Ópera, com<br />
encenação e concepção<br />
cénica <strong>de</strong> João Maria<br />
<strong>de</strong> Freitas Branco, que<br />
também traduziu o original<br />
em língua alemã,<br />
e será interpretada pela<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara<br />
do Ginásio Ópera e pelo<br />
corpo <strong>de</strong> baile Associação<br />
Gestos. João Paulo<br />
Cotrim recordou que “O<br />
Imperador <strong>de</strong> Atlântida”<br />
foi inicialmente escrita<br />
por Viktor Ullmann para<br />
ser interpretada em Theresienstadt,<br />
consi<strong>de</strong>rado<br />
um campo <strong>de</strong> concentração<br />
“mo<strong>de</strong>lo” do norte da<br />
Checoslováquia, o que<br />
não chegou a acontecer.<br />
Devido ao seu carácter<br />
antibélico e anti-hitleriano,<br />
foi proibida pelas<br />
autorida<strong>de</strong>s do campo e<br />
os autores - Ullmann e<br />
Peter Kien - foram transferidos<br />
para Auschwitz,<br />
on<strong>de</strong> foram executados.<br />
A ópera narra a história<br />
<strong>de</strong> um homem po<strong>de</strong>roso<br />
que preten<strong>de</strong> dominar o<br />
mundo através da guerra,<br />
mas vê os seus planos<br />
ameaçados porque<br />
até a Morte se recusa a<br />
colaborar com ele. ”Esta<br />
ópera cumpriu na altura<br />
o seu papel <strong>de</strong> questionar<br />
uma realida<strong>de</strong> que<br />
a circundava. No caso,<br />
a horrível realida<strong>de</strong> do<br />
regime nazi”, salientou<br />
João Paulo Cotrim sobre<br />
a obra e o seu papel<br />
histórico e cultural. A<br />
partir <strong>de</strong>sta ópera “tentou-se<br />
estruturar um<br />
ciclo com várias linguagens<br />
e perspectivas, com<br />
momentos musicais,<br />
conversas, conferências<br />
e uma exposição <strong>de</strong> fotografias<br />
sobre arquitectura”.<br />
O ciclo começa com<br />
a conferência “Atlantikwall”,<br />
por Alberto Ruiz<br />
<strong>de</strong> Samaniego, director<br />
da Fundación Luis<br />
Seoane, pelas 18:00, na<br />
Sala <strong>de</strong> Leitura do CCB.<br />
Uma hora mais tar<strong>de</strong> é<br />
inaugurada a exposição<br />
“Atlantikwall - A Arqui-<br />
Tiragem: 3580<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Regional<br />
tectura do Medo”, criada<br />
por José Froján e Maria<br />
Fernán<strong>de</strong>z Rebullido,<br />
também da Fundación<br />
Luis Seoane, com 33 fotografias<br />
<strong>de</strong> edificações<br />
em betão armado criadas<br />
entre 1941 e 1944 pelos<br />
exércitos <strong>de</strong> ocupação<br />
do III Reich <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Escandinávia<br />
até aos Pirinéus.<br />
Nas conferências,<br />
o público po<strong>de</strong>rá ouvir<br />
Teresa Serudya sobre<br />
“Thomas Mann, uma<br />
voz dissi<strong>de</strong>nte”, António<br />
Mega Ferreira, sobre<br />
“O Caso Jünger”, leitura<br />
<strong>de</strong> correspondência<br />
entre Hannah Arendt e<br />
Martin Hei<strong>de</strong>gger, sobre<br />
a relação entre a intelectual<br />
judia e o filósofo<br />
alemão que manteve um<br />
estreito contacto com o<br />
regime nazi. No âmbito<br />
do ciclo, a Orquestra<br />
<strong>de</strong> Câmara Portuguesa<br />
tocará a 15 <strong>de</strong> Fevereiro<br />
“Verboten/Nicht Verboten”<br />
(Proibido/Não<br />
Proibido), interpretan-<br />
Pág: 22<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 24,66 x 16,62 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
<strong>Ciclo</strong> <strong>“Nazismo</strong> e <strong>Cultura”</strong> inclui ópera,<br />
cinema, exposições e conferências<br />
51<br />
do obras <strong>de</strong> Hartmann,<br />
Strauss, Klein, Wagner<br />
e Haas. Um ciclo <strong>de</strong> cinema<br />
atravessará o<br />
evento com a exibição<br />
<strong>de</strong> seis filmes que percorrem<br />
um período <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1955 até 1993, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
“Noite e Nevoeiro”, <strong>de</strong><br />
Alain Resnais, “O Ovo<br />
da Serpente”, <strong>de</strong> Ingmar<br />
Bergman (1977), “A Vida<br />
Maravilhosa e Horrível<br />
<strong>de</strong> Leni Riefenstahl”, <strong>de</strong><br />
Ray Müller (1993), e “O<br />
Triunfo da Vonta<strong>de</strong>”,<br />
película histórica da polémica<br />
realizadora Leni<br />
Riefenstahl (1935). Este<br />
ciclo é comissariado<br />
pelo crítico <strong>de</strong> cinema<br />
João Lopes.
ID: 23697124 04-02-2009<br />
Tiragem: 80000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Cultura<br />
aprisionada<br />
>Nazismo e Cultura<br />
<strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
A partir <strong>de</strong> hoje<br />
POR: ANA FILIPA BALTAZAR<br />
abaltazar@meiahora.pt<br />
da cultura<br />
e a subordinação da<br />
A apropriação<br />
criação artística aos<br />
ditames do po<strong>de</strong>r foram fundamentais<br />
na implementação<br />
da i<strong>de</strong>ologia nacional-socia-<br />
lista na Alemanha e ao nazismo<br />
que se lhe seguiu. Da exaltação<br />
da música à perseguição<br />
ao pensamento, passando<br />
pelo fascínio pela arquitectura,<br />
o <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
<strong>de</strong>dica este mês <strong>de</strong> Fevereiro<br />
ao <strong>de</strong>bate e reflexão <strong>de</strong><br />
um dos períodos mais negros<br />
para a cultura europeia.<br />
Programa. Organizado em<br />
redor da ópera O Imperador<br />
da Atlântida, composta por<br />
52<br />
Pág: 11<br />
Até 1 <strong>de</strong> Março, CCB analisa<br />
um dos períodos mais<br />
negros da cultura europeia<br />
Cores: Cor<br />
Área: 14,54 x 27,11 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 2<br />
Viktor Ullman no campo <strong>de</strong><br />
concentração e que lhe valeu<br />
a execução, o ciclo O Nazismo<br />
e a Cultura: Confrontações<br />
inclui momentos musicais,<br />
conversas, conferências,<br />
um ciclo <strong>de</strong> cinema e a exposição<br />
<strong>de</strong> fotografia Atlantikwall<br />
– A Arquitectura do<br />
Medo, um olhar pelas edificações<br />
<strong>de</strong> betão criadas pelo<br />
exército do III Reich nas<br />
praias <strong>de</strong> França, Holanda, Dinamarca<br />
e Noruega.
ID: 23697124 04-02-2009<br />
Cultura<br />
Betão armado<br />
Nazismo e cultura<br />
A partir <strong>de</strong> amanhã, no CCB,<br />
uma exposição revela as relações<br />
entre o regime nazi e a cultura –<br />
como a construção <strong>de</strong> bunkers do<br />
“Atlantikwall” –, uma mostra<br />
ímpar <strong>de</strong> fotografias 11»<br />
53<br />
Tiragem: 80000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 1<br />
Cores: Cor<br />
Área: 22,60 x 16,36 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 2<br />
DR
ID: 23700859 04-02-2009<br />
Tiragem: 30000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
<strong>Ciclo</strong> <strong>de</strong> filmes, concerto, conferências e ópera no CCB<br />
Pág: 20<br />
Cores: Preto e Branco<br />
Área: 16,41 x 33,86 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1<br />
Confrontações entre<br />
nazismo e cultura<br />
CCB. Até 1 <strong>de</strong> Março vários tipos <strong>de</strong> exposições<br />
e espectáculos retratam o nazismo<br />
“Não<br />
estamos livres<br />
do regime nazi”<br />
O ciclo sobre o regime nazi no CCB vem<br />
<strong>de</strong>spoletar algumas dúvidas e receios vividos<br />
actualmente.<br />
O ciclo «O Nazismo e a Cultura: Confrontações», que começa amanhã<br />
no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, servirá para levantar junto do público questões<br />
como: “a cultura po<strong>de</strong> ajudar a livrar-nos dos totalitarismos?”. Esta é uma<br />
das interrogações lançada pelo consultor do ciclo, João Paulo Cotrim que sublinhou<br />
a importância <strong>de</strong> reflectir sobre uma realida<strong>de</strong> histórica “da qual, infelizmente,<br />
não estamos livres <strong>de</strong> nos voltar a acontecer”. “Quando a cultura<br />
é dominada pela política, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser cultura e passa a ser propaganda?”, é<br />
outras das questões que o consultor do ciclo consi<strong>de</strong>ra que <strong>de</strong>ve ser suscitada<br />
e <strong>de</strong>batida. Por outro lado, comentou que talvez este tenha sido o momento<br />
histórico em que a cultura terá perdido a inocência: “aqui se verificou como<br />
uma nação com um povo culto ficou na histórica como palco <strong>de</strong> uma barbárie.<br />
Afinal, um homem culto po<strong>de</strong>ria ser, ao mesmo tempo, apreciador<br />
<strong>de</strong> Schumann [compositor] e dar or<strong>de</strong>ns para queimar seres hu-<br />
manos”. “Além do extermínio <strong>de</strong> seres humanos, é assustador como<br />
um país culto consegue <strong>de</strong>struir parte do seu património por um<br />
<strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>lírio”, comentou ainda sobre os 20 mil livros queimados<br />
e outras obras <strong>de</strong> arte como escultura e pintura <strong>de</strong>struí-<br />
das por serem consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>generadas. Questionado sobre<br />
o impacto do regime na cultura portuguesa na época,<br />
João Paulo Cotrim observou que em Portugal com<br />
o nazismo houve “uma abertura <strong>de</strong>vido ao<br />
cosmopolistismo que se viveu”.<br />
Luís Brás<br />
Filmes, exposições, um concerto, conferências e uma ópera criada<br />
num campo <strong>de</strong> concentração vão ser exibidos a partir <strong>de</strong><br />
amanhã no ciclo «O Nazismo e a Cultura: Confrontações»,<br />
no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>.<br />
Até 1 <strong>de</strong> Março e a iniciativa estruturase<br />
sobretudo sobre a ópera «O Imperador<br />
54<br />
<strong>de</strong> Atlântida ou a Abdicação da Morte»<br />
(1944), composta por Viktor Ullmann,<br />
com libreto <strong>de</strong> Peter Kien, explicou à<br />
Lusa João Paulo Cotrim, consultor<br />
do CCB para este projecto. Tratase<br />
<strong>de</strong> uma produção do Ginásio<br />
Ópera, com encenação e concepção<br />
cénica <strong>de</strong> João Maria <strong>de</strong><br />
Freitas Branco, que também<br />
traduziu o original em língua<br />
alemã, e será interpretada<br />
pela Orquestra <strong>de</strong> Câmara do<br />
Ginásio Ópera e pelo corpo<br />
<strong>de</strong> baile Associação Gestos.<br />
João Paulo Cotrim recordou<br />
que «O Imperador <strong>de</strong><br />
Atlântida» foi inicialmente<br />
escrita por Viktor Ullmann<br />
para ser interpretada em<br />
Theresienstadt, consi<strong>de</strong>rado<br />
um campo <strong>de</strong> concentração<br />
«mo<strong>de</strong>lo» do norte da Checoslováquia,<br />
o que não chegou a<br />
acontecer. Devido ao seu carácter<br />
antibélico e anti-hitleriano, foi proibida<br />
pelas autorida<strong>de</strong>s do campo e os<br />
autores - Ullmann e Peter Kien - foram<br />
transferidos para Auschwitz, on<strong>de</strong> foram<br />
executados.<br />
A ópera narra a história <strong>de</strong> um homem po-<br />
<strong>de</strong>roso que preten<strong>de</strong> dominar o mundo através da<br />
guerra, mas vê os seus planos ameaçados porque até a<br />
Morte se recusa a colaborar com ele.
ID: 23699475 03-02-2009<br />
CCB<br />
Tiragem: 0<br />
País: Portugal<br />
Period.: Diária<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
<strong>Ciclo</strong> <strong>“Nazismo</strong> e <strong>Cultura”</strong> até Março<br />
Filmes, exposições, um concerto, conferências e uma ópera criada num<br />
campo <strong>de</strong> concentração vão ser exibidos, a partir <strong>de</strong> quinta-feira, no ciclo<br />
“O Nazismo e a Cultura: Confrontações”, no <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />
(CCB).<br />
A iniciativa <strong>de</strong>corre até 1 <strong>de</strong> Março e estrutura-se sobretudo sobre a ópera<br />
“Der Kaiser von Atlantis/O Imperador <strong>de</strong> Atlântida ou a Abdicação da Morte”,<br />
<strong>de</strong> 1944, composta por Viktor Ullmann, como explicou à agência Lusa<br />
João Paulo Cotrim, consultor do CCB para este projecto.<br />
O ciclo começa com a conferência “Atlantikwall”, por Alberto Ruiz <strong>de</strong> Samaniego,<br />
director da Fundación Luis Seoane.<br />
Na quinta-feira é, também, inaugurada a exposição “Atlantikwall - A Arquitectura<br />
do Medo”, criada por José Froján e Maria Fernán<strong>de</strong>z Rebullido,<br />
com 33 fotografi as <strong>de</strong> edifi cações criadas entre 1941 e 1944 pelos exércitos<br />
<strong>de</strong> ocupação do III Reich <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Escandinávia até aos Pirinéus.<br />
55<br />
Pág: 11<br />
Cores: Cor<br />
Área: 10,85 x 7,13 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Agenda LX<br />
ID: 23761765 01-02-2009<br />
56<br />
Tiragem: 45000<br />
País: Portugal<br />
Period.: Mensal<br />
Âmbito: Regional<br />
Pág: 77<br />
Cores: Cor<br />
Área: 12,77 x 19,91 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23658700 31-01-2009 | Actual Norte<br />
57<br />
Tiragem: 77500<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 6<br />
Cores: Cor<br />
Área: 17,69 x 8,06 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
ID: 23656522 31-01-2009<br />
58<br />
Tiragem: 69575<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Informação Geral<br />
Pág: 45<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,36 x 10,85 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 1
Jornal <strong>de</strong> Letras, Artes e I<strong>de</strong>ias<br />
ID: 23615838 28-01-2009 | Agenda <strong>Cultural</strong><br />
59<br />
Tiragem: 12400<br />
País: Portugal<br />
Period.: Quinzenal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 1<br />
Cores: Cor<br />
Área: 25,88 x 33,18 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 4
Jornal <strong>de</strong> Letras, Artes e I<strong>de</strong>ias<br />
ID: 23615838 28-01-2009 | Agenda <strong>Cultural</strong><br />
60<br />
Tiragem: 12400<br />
País: Portugal<br />
Period.: Quinzenal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 2<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,04 x 29,91 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 4
Jornal <strong>de</strong> Letras, Artes e I<strong>de</strong>ias<br />
ID: 23615838 28-01-2009 | Agenda <strong>Cultural</strong><br />
61<br />
Tiragem: 12400<br />
País: Portugal<br />
Period.: Quinzenal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 3<br />
Cores: Cor<br />
Área: 26,04 x 29,57 cm²<br />
Corte: 3 <strong>de</strong> 4
Jornal <strong>de</strong> Letras, Artes e I<strong>de</strong>ias<br />
ID: 23615838 28-01-2009 | Agenda <strong>Cultural</strong><br />
62<br />
Tiragem: 12400<br />
País: Portugal<br />
Period.: Quinzenal<br />
Âmbito: Lazer<br />
Pág: 4<br />
Cores: Cor<br />
Área: 25,54 x 30,05 cm²<br />
Corte: 4 <strong>de</strong> 4
Público.pt , 27-01-2009<br />
O Imperador <strong>de</strong> Atlantis<br />
TELEFONE<br />
213612400<br />
LOCAL<br />
Lisboa, <strong>Centro</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> - Praça do Império<br />
HORARIOS<br />
De 07-02-2009 a 08-02-2009<br />
Sábado às 21h00<br />
Domingo às 16h00<br />
PREÇO<br />
17? a 20? (sujeito a <strong>de</strong>scontos).<br />
OBSERVAÇÕES<br />
No Pequeno Auditório. <strong>Ciclo</strong> O Nazismo e A Cultura: Confrontações. M/12.<br />
COMPOSITOR/ES<br />
Vicktor Ullman<br />
ENCENADOR/ES<br />
João Maria <strong>de</strong> Freitas Branco<br />
ORQUESTRA/S<br />
Orquestra <strong>de</strong> Câmara do Ginásio Ópera<br />
SOLISTA/S<br />
Teresa Cardoso <strong>de</strong> Menezes (soprano), Pedro Correia (barítono), Madalena Paiva Boléo (meio-soprano), José Corvelo<br />
(barítono), João Oliveira (baixo), Mário João Alves (tenor)<br />
DIRECÇÃO MUSICAL<br />
Jean Sebastian Bereau<br />
Se algum <strong>de</strong>stes dados não estiver correcto,.<br />
63
Notícias Sábado<br />
ID: 23484035 17-01-2009 | IN<br />
64<br />
Tiragem: 180249<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 70<br />
Cores: Cor<br />
Área: 20,27 x 27,53 cm²<br />
Corte: 1 <strong>de</strong> 2
Notícias Sábado<br />
ID: 23484035 17-01-2009 | IN<br />
65<br />
Tiragem: 180249<br />
País: Portugal<br />
Period.: Semanal<br />
Âmbito: Interesse Geral<br />
Pág: 71<br />
Cores: Cor<br />
Área: 20,22 x 24,95 cm²<br />
Corte: 2 <strong>de</strong> 2